Motivado pelo recrudescimento da violência em Alagoas, o governo do estado acelerou o passo na Segurança. A PGE finalmente autorizou, ontem, a contratação da Fundação Cespe, da UNB, para a realização do concurso da PM. Serão contratados mil policiais, com salários a partir de R$ 2.156,00 e mais 40 oficiais.
O secretário de Gestão, Alexandre Lajes, já começou a providenciar a assinatura do contrato com a Cespe e espera publicar o edital (com data e local das provas em até 15 dias no máximo). Em seguida começam a correr os prazos. Se tudo der certo, em meados de setembro as provas devem ser realizadas.
No paralelo o esforço é para tirar da gaveta o concurso da Polícia Judiciária (a PC). O governador prometeu uma definição até julho.
Tirando o atraso de “seis anos”
Com a ajuda do governo federal, que passa a assumir a corresponsabilidade pela segurança, o Estado tenta fazer o dever de casa na Segurança. Assessores do próprio governador reconhecem que o processo estava muito lento, o que justificaria todo o esforço dos últimos dias.
Todo o governo, ao que parece, voltou-se para essa questão. Ao menos é isso que pode-se deduzir a partir das ações dos últimos dias. É claro que não poderá continuar assim A agenda de problemas em outras áreas – caso da Educação, por exemplo – é tão urgente quanto a da segurança.
O secretário de Articulação Política do Estado deixa o cargo até o próximo dia 7 para tocar sua pré-candidatura a prefeitura de Arapiraca. Rogério Teófilo espera contar, além do seu PSDB, com o apoio de outros oito partidos na disputa contra a deputada federal Célia Rocha.
Algumas legendas já anunciaram formalmente o apoio. É o caso do PR do deputado federal Maurício Quintella, DEM, do vice-governador Thomaz Nonô e do PSL. E os outros? “Na hora certa os próprios partidos vão anunciar o apoio”, aponta.
Nas entrelinhas é possível entender que Teófilo espera pelo reforço de Alves Correia e Ricardo Barreto, também pré-candidatos a prefeitura. “O relacionamento com eles é muito bom. Estamos conversando”.
Já em relação ao PPS, partido onde ficou filiado vários anos até se filiar, em 2011, ao PSDB, Rogério reconhece que não terá chances. “Eu respeito a decisão da direção estadual, embora todos meus amigos e parentes tenham continuado no PPS”, aponta.
Tucanos vão disputar 42 prefeituras este ano
Claudionor Araújo, dirigente estadual do PSDB, confirma que o projeto de Teófilo terá todo apoio de Téo Vilela. “Estamos trabalhando forte, conversando com vários segmentos da sociedade em Arapiraca e vamos trabalhar para fazer o Rogério prefeito”, diz.
Além de Arapiraca o partido vai concorrer com pelo menos 42 candidatos majoritários e espera ganhar em pelo menos 20 cidades. “Temos candidatos com possibilidades de vitória em várias cidades. É o caso de União (Mano Gomes de Barros), Porto Calvo (Ormindo Uchôa) e, claro, em Maceió (Rui Palmeira)”.
Matemática eleitoral
Arapiraca tem 18 partidos registrados no município. Célia Rocha espera ter o apoio de até 12 partidos e Rogério Teófilo o apoio de 9. A conta, não fecha.
O ministro José Eduardo Cardozo confirmou ontem, em entrevista, que a presidente Dilma Rousseff autorizou o lançamento de um projeto piloto na área da segurança em Alagoas, o que deve ocorrer em até 15 dias. O objetivo principal é reduzir o número de homicídios no Estado – um dos mais altos do mundo.
Falta detalhar, segundo ele, “cronograma, custos, ações”. Cardozo prometeu medidas imediatas, de médio e longo prazo e disse que “da mesma forma que nós vamos cuidar da estruturação da segurança pública no Estado, o governo federal será parceiro do governo do estado, nós tomaremos medidas imediatas que permitirão ao cidadão alagoano verificar que esse plano vai dar certo e vamos combater a criminalidade desse estado de frente, com coragem, ousadia e determinação”.
É isso que espera o alagoano – e um pouco mais – ministro. A partir de agora, pelo que é possível entender, o governo federal assume o controle da segurança pública em Alagoas. Isso talvez porque a presidente Dilma Rousseff queira não só dar o exemplo, mas também melhorar indicadores locais que certamente puxam para baixo os indicadores nacionais de segurança.
Téo Vilela faz reunião no Palácio dos Palmares na volta de Brasília para “antecipar” medidas
O governador reuniu, ontem, os chefes dos outros poderes (Judiciário e Legislativo) e outras autoridades relacionadas com a segurança pública (Gecoc, MPE, 17ª vara etc) para apresentar em primeira mão os resultados das reuniões que teve em Brasília, durante dois dias com os ministros da Justiça e da Casa Civil. Nesta quinta-feira pela manhã o governador vai ao Bom dia Alagoas e deve dar mais resultados das medidas discutidas em Brasília.
Em nota a Agência Alagoas o governador explicou o que aconteceu em Brasília. O blog reproduz o texto:
“Finalizamos detalhes e formatamos o plano de ação conjunta com o Governo Federal, definindo medidas a curto, médio e longo prazo. Alagoas cumpriu o compromisso firmado há um ano com o Governo Federal e agora chegou o momento de implantar as ações efetivas para o combate à criminalidade e violência no Estado”, afirmou o governador.
Ele destacou que Segurança Pública sempre foi prioridade em seu governo, reafirmou sua imensa preocupação com os altos índices de violência no Estado e lembrou que a questão do combate à criminalidade e à violência exige iniciativas nas áreas social, de Educação e Saúde, e no combate ao uso de drogas. ”Todas as ações começam simultaneamente. Estou confiante que agora teremos como reduzir de fato a criminalidade em todo o Estado”, resumiu Vilela.
O secretário da Defesa Social, Dário Cesar, destacou que uma equipe do Estado, em conjunto com técnicos do Ministério da Justiça, trabalha no cronograma das ações e nesta sexta-feira (1º), reúne-se em Alagoas para o detalhamento final do projeto.
Entre as medidas cumpridas pelo Estado de Alagoas desde março de 2011, o secretário da Defesa Social enumerou a implantação das bases de Polícia Comunitária, a Ronda Cidadã, a divisão de 25 áreas de atuação em quatro regiões no Estado e o alinhamento de indicadores com índices de violência e estatísticas.
“Conforme nosso compromisso com o Governo Federal, também já licitamos a execução do projeto para a construção do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística, autorizamos a licitação do videomonitoramento, que está em fase de análise de documentação e em quatro meses será instalado em diversos pontos”, disse Dário Cesar, reiterando que o Estado tem todas as metas e medidas eficazes para a Segurança Pública muito bem definidas.
O governador Teotonio Vilela volta a Brasília na próxima segunda-feira (4) para fechar, com o Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça, o lançamento e os últimos detalhes do anúncio das medidas que serão implantadas.
O ex-deputado federal João Caldas está em Brasília fazendo política, do jeito que ele gosta. Conversando, criando fatos e muitas possibilidades. Aproveita para encontrar os amigos que fez por lá. Um deles é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
“Encontrei ele agora a pouco. Me disse que acabou de conversar com Téo Vilela sobre a segurança em Alagoas. O ministro mostrou todo interesse em ajudar o estado e vai a Alagoas lançar um plano de segurança dentro de 15 dias”, revela Caldas para o blog.
Nem Téo Vilela, nem o ministro adiantam o teor desse plano, que envolve ações de combate a droga – especialmente ao crack – e reforço no policiamento.
Caldas, assim como todos os alagoanos, torce para que as medidas sejam efetivas. “É melhor agir rápido, antes que matem não só mais médicos, mas também engenheiros, advogados, jornalistas…”, aconselha.
Sobre o PSC
João Caldas pede mais um pouco de paciência: “logo teremos novidades”.
Porque Maurício Quintella desistiu de sua pré-candidatura a prefeitura de Maceió? O projeto, reconhece o deputado federal do PR, perdeu força com a decisão de Cícero Almeida em apoiar a dobradinha Ronaldo-Mosart.
A estratégia era sair com duas ou três candidaturas (a dele e do Galba, por exemplo) dentro do grupo que participa (ou participava) da administração de Maceió ao lado de Almeida.
“Sem grupo, um projeto majoritário se torna inviável”, reconhece Quintella.
Agora ele caminha a passos largos para fechar uma composição com Rui Palmeira. Ainda hoje deve definir o apoio. “Falta apenas uma conversa, mas no geral já definimos a parceria”, explica.
O PR, adianta Quintella, já decidiu que vai disputar a campanha para vereador em coligação proporcional apenas com o PSL. “Temos uma boa chapa e esperamos fazer dois ou três vereadores, dependendo do número de vereadores que a Câmara definir”.
O acordo com Rui passa por um acerto com Téo Vilela? “em princípio não. No ano passado conversamos sobre a Arsal, mas o partido não considerou que era interessante fazer a indicação. Mas devemos retomar a conversa”, admite.
O apoio ao pré-candidato do PSDB foi praticamente “natural” segundo Quintella, não só pela relação pessoal (os dois são amigos desde a infância e mantém boa relação na Câmara Federal) mas em função de problemas (das eleições passadas) com o “chapão”.
Engrossando fileiras
Além do encontro com Maurício Quintella, Rui Palmeira vai conversar ainda hoje com o PSC, em Brasília. A estratégia é tentar aumentar o número de partidos em torno de sua pré-candidatura. “Tive uma boa conversa com o governador no sábado e esporo voltar a conversar com PSB e o DEM, além de outros partidos. Quanto mais conseguir aglutinar melhor, até porque o outro lado está se fortalecendo com essa estratégia”, aponta o pré-candidato do PSDB a prefeitura de Maceió.
Ronaldo Lamenta decisão de Quintella
O pré-candidato do PDT a prefeitura de Maceió disse que ficou surpreso com a decisão anunciada por Maurício Quintella ontem. Ele chegou a tentar conversar com o PR, mas nenhum encontro chegou a ser realizado.
“Eu não esperava, sinceramente, essa posição. É lamentável que ele não tenha pensado num projeto coletivo e tenha ido para o outro lado”, reagiu.
Lessa também tem conversas ainda hoje com o PSD de João Lyra, que já sinalizou seu apoio. O encontro será com Dudu Hollanda e Augusto Farias. Outra conversa é com o PSC, partido que estaria trocando de controle em Alagoas (de Cícero Almeida para João Caldas).
