Outro dia disse aqui – e repito – que o estaleiro de Coruripe não está com essa bola toda. É um belo projeto, uma boa propostas. Mas não passou disso desde 2009 quando o Eisa foi apresentado aos alagoanos como se já fosse algo concreto, real.
Nesse tempo outros setores da economia alagoana continuam gerando emprego e renda no estado, sem que ninguém (ou quase) perceba isso.
Um bom exemplo é o das Micro e Pequenas empresas (MPE). Enquanto o estaleiro permanece no campo das discussões, os pequenos empresários foram responsáveis pela geração de 65 mil empregos em Alagoas entre 2000 e 2011. São 6 mil empregos por ano, consideerando a média de onze anos.
A geração de empregos com carteira assinada, no entanto, é bem maior, se considerarmos os últimos três anos, período em que o Eisa deveria ter se instalado em Alagoas: em 2009 foram 7 mil, em 2010 foram 9 mil empregos e em 2011 foram 10 mil empregos. Somou? São mais de 26 mil emprego com carteira assinada em 3 anos.
Destaco esses números para mostrar a importância para o alagoano – aí devemos incluir governo e sociedade – de valorizar a pequena empresa. As MPEs podem até ser pequenas isoladamente, mas juntas forma uma poderosa força de trabalho que hoje passa dos 120 mil empregos no estado e ajudam a movimentar a economia em todas as cidades, mesmo nas vilas e povoados mais afastados, cumprindo um importante papelo sócio econômico.
Claro que as MPEs não vão substituir a importância ou impacto de uma grande indústria, a exemplo da planta de PVC da Braskem, de uma usina de cana-de-açúcar ou do estaleiro. Que o estaleiro venha – e logo. Mas que o alagoano não se fixe apenas nesse projeto. É preciso trazer o estaleiro, mas sem esquecer outras empresas e segmentos.
Esses números fazem parte 5ª edição do Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa – elaborado pelo Sebrae Nacional e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), lançado esta semana. Sobre esse assunto a assessoria do Sebrae Alagoas distribuiu texto, que reproduzo a seguir.
Nordeste é a região que mais gera empregos em MPE no Brasil
A 5ª edição do Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa, elaborado pelo Sebrae Nacional juntamente com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou dados sobre a geração de emprego e renda no país, destacando os anos entre 2000 e 2011. De acordo com o estudo, as micro e pequenas empresas do Nordeste foram as que mais geraram empregos nesse período. A pesquisa tem o objetivo de mostrar o número de estabelecimentos e de empregos gerados formalmente, como também o crescimento de empregadores e trabalhadores por conta própria no país.
Em Alagoas, no mesmo período, as micro e pequenas empresas ultrapassaram o número de 40 mil estabelecimentos, gerando cerca de 64,8 mil empregos com carteira assinada. A remuneração também cresceu no período: passou de R$684 para R$868. Além do setor de comércio, os de serviços, construção e indústria foram os que mais se destacaram dentre as atividades exercidas pelos empresários de micro e pequenos negócios do estado.
O bom trabalho executado pelas MPE alagoanas no período estudado confirmou a sua importância para a economia e o desenvolvimento local. Em 2011, as empresas de micro e pequeno porte constituíam 98,9% dos estabelecimentos, e foram responsáveis por 41,1% dos empregos agrícolas formais no estado e 34% da massa de salários. De cada R$100,00 pagos aos trabalhadores no setor privado, cerca de R$ 34,00, em média, foram pagos por micro e pequenas empresas.
Nacionalmente, os empregos cresceram 81% nas micro e pequenas empresas de 2000 a 2011. Foram sete milhões de novas vagas, que totalizaram 15,6 milhões de pessoas empregadas na categoria no Brasil. Atualmente, mais da metade das pessoas com carteira assinada estão em pequenos negócios.
O Anuário elaborado tem base em diversas fontes. Seu objetivo é mensurar um conjunto de dados sobre o perfil e a dinâmica do segmento dos pequenos negócios. A pesquisa usa dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese e da Fundação Seade.