Monthly Archives: março 2013

Na frigideira: disputa no governo Téo isola secretários
   31 de março de 2013   │     5:42  │  10

No começo do primeiro governo de Téo Vilela alguns secretários, dizem, tinham mais força e poder que outros. Álvaro Machado (Gabinete Civil), Sérgio Moreira (Planejamento) e Fernando Vilela (Fazenda) eram os mais fortes. Corriam em faixa própria nomes como o de Luiz Otávio Gomes (Sedec) e, depois, de Marcos Fireman (Seinfra).

No começo do segundo governo o jogo mudou: Luiz Otávio, agora na Seplande, Fireman e Álvaro dividiam as atenções, indicando inclusive secretários para outras pastas.

Maurício Toledo, da Fazenda, corre (desde a saída de Fernando Vilela em 2009) em faixa própria.

Outros secretários e secretarias que não tem padrinhos políticos dependem do trânsito no palácio que, dizem, é cada vez mais complicado.

Por conta disso algumas secretarias do atual governo passam por um processo de inanição ou “patinam”, perdendo em alguns casos até metade do Orçamento para custeio. É o caso da Setur (Daniele Novis), Seter (Sextafeira), Secult (Osvaldo Viegas) e Secretaria da Mulher e Cidadania (Kátia Born), que perdeu parte de suas atribuições e mais da metade da verba de custeio para a Sepaz.

Outras pastas passam por um processo aparente de fritura. É o caso da Secretaria de Comunicação. O seu titular, Rui França, estaria sendo “assado em fogo alto” por alguns assessores do governador,  entre eles o secretário Executivo do Gabinete, Herbert Motta.

A informação de um blog local é confirmada por pessoas próximas ao governador.  A estratégia para fritar Rui é atribuir  toda a avaliação negativa do governo à Comunicação.

Mesmo enfrentado “congelamento” de recursos desde o começo do governo, a Secom passou a ser cada vez mais cobrada e até responsabilizada por uma eventual piora da imagem de Téo Vilela.

É como se a comunicação conseguisse resolver (ainda mais sem grana) os problemas da segurança, educação e saúde.

Quanto mais críticas e reclamações o governo sofrer, maior será a fritura de Rui França. Enquanto ele vai para a frigideira, outros secretários continuarão na geladeira, fingindo que está “tudo muito bom, tudo muito bem”.

(P.S: tentei ligar para Herbet Motta, ele não atendeu. Falei com Rui França. Ele evitou falar sobre a polêmica. Apenas disse que está focado no seu trabalho, procurando atender as orientações do governador e que defende a aplicação de mais recursos na Secom).

Um ano e R$ 2,7 bi depois, Dilma volta fazer reunião “contra a seca”
   30 de março de 2013   │     20:21  │  0

A presidente Dilma Rousseff tem reunião marcada no próximo dia 2 com os governadores do Semiárido atingido pela seca (NE, MG e ES).  O encontro, marcado para Fortaleza, CE, vai discutir propostas e ações destinadas a minimizar os efeitos da estiagem, que afeta principalmente o Nordeste.

Já se sabe que algumas medidas serão anunciadas. Entre elas, prorrogação dos programas Bolsa Estiagem e Garantia-Safra até julho deste ano, podendo haver novas prorrogações porque os benefícios serão pagos enquanto durar a seca.

O governo também promete ampliar programas em andamento, a exemplo da participação do Exército na operação carro-pipa e a venda de milho a preços abaixo do mercado.

As medidas adotadas até agora são paliativas. E o pior é que não chegam aos produtores que sofrem com a seca. Assim como o governo de Alagoas, as ações do governo federal contra a seca anunciadas na propaganda oficial não passam de obra de ficção.

Em 23 de abril do ano passado, Dilma Rousseff fez o mesmo: chamou os governadores do Nordeste para um encontro em Aracaju, SE, e anunciou R$ 2,7 bi em ações contra a seca. Os recursos iriam para abastecimento de água e outras ações como a criação do Bolsa Estiagem.

O problema é que as medidas foram insuficientes. Em alguns casos, como a venda do milho, o governo não consegue atender nem 20% das necessidades dos produtores nordestinos. Em Alagoas o Exército só consegue atender 222mil pessoas com abastecimento de água, deixando de fora mais de 300 mil pessoas que moram na zona rural dos 37 municípios afetados pela seca.

Outro exemplo alagoano: o estado tem 20.831 agricultores inscritos no Garantia Safra em 30 municípios. No Bolsa Estiagem são atendidas 24.135 pessoas em 37 cidades. Um bom número? Seria se mais de 30 mil pessoas que estão no CadÚnico não estivessem sem receber qualquer tipo de benefício social, somente na região da seca em Alagoas.

Em outras palavras, Dilma anunciou os programas, libera o dinheiro, mas as ações não chegaram a quem mais precisa. Tomara que a reunião de Fortaleza não tenha o gostinho azedo de comida requentada.

O que você faria com R$ 1 bi? E governo, o que fez?
   29 de março de 2013   │     17:07  │  6

Não sei você o que faria com R$ 1 bi. Eu certamente não estaria trabalhando hoje se tivesse pelo menos 1% dessa grana.

Mas e o governo do estado, o que faria com R$ 1 bi? E se esse dinheiro todo fosse apenas para investimentos na área social? Já imaginou quantos benefícios?

O Estado, como registrei aqui essa semana, está contraindo um novo empréstimo com o BNDES, de R$ 612 milhões. A primeira parcela já foi depositada.  Outro empréstimo de US$ 250 mi (mais de R$ 500 mi), já autorizado pela Assembleia, está em negociação com o BID.

Somou? Dá R$ 1,1 bi? Mas não é dessa grana, do dinheiro que ainda será gasto, que estou falando.  A pergunta é o que o governo fez? Lembra?

Vamos relembrar:  no dia 3 de janeiro de 2010 (não por coincidência ano eleitoral) o governo anunciou “Alagoas tem R$ 1  bilhão em investimentos na área social”.

Veja o que diz a matéria da Agência Alagoas:  “Teremos, a partir de 1º de janeiro, R$ 1 bilhão em caixa para investimento. São recursos que Alagoas nunca viu e que são fruto da credibilidade que o Estado conquistou com o ajuste fiscal e a reestruturação do Estado. Terminamos o ano muito gratificados por este trabalho e com muita disposição para que em 2010 possamos levar adiante todo esse canteiro de obras em que Alagoas está se transformando”, assinalou o governador Teotonio Vilela.

O governador explicou a origem dos recursos: Empréstimos junto ao BNDES no valor de R$ 249,6 milhões e Banco Mundial de R$ 342 milhões, recursos do Fecoep, na ordem de R$ 111 milhões, do PAC, do Projeto Geração Saber (em parceria com o Ministério da Educação e as Nações Unidas de  R$ 214 milhões).

E também o destino, ou seja,  como os recursos seriam aplicados: “Além da capitalização do Fundo Previdenciário, os recursos disponíveis vão possibilitar a realização de obras importantes: toda a duplicação da AL-101 Sul (Maceió — Barra de São Miguel); a duplicação da AL-101 Norte (Maceió — Barra de Santo Antonio), a rodovia ribeirinha do Baixo São Francisco (Penedo a Piranhas), e mais: reforma de todas as delegacias de Maceió, construção de escolas, quadras poliesportivas e continuidade das obras do Canal do Sertão — que já tem 75 quilômetros prontos”.

Os recursos do BNDES (Programa Emergencial de Financiamento) só poderiam ser utilizados para despesas de capital (planejamento e a execução de obras e a compra de equipamentos).  Já o empréstimo do Banco Mundial, iria beneficiar 1,5 milhão de pessoas de baixa renda.  “Este programa do Banco Mundial é um ponto de inflexão para o Estado. Ele permitirá os primeiros passos para criar um ambiente de redução da pobreza e para alcançar nosso pleno potencial de crescimento”, confirmou Teotonio Vilela.

Fiz questão de verificar, pessoalmente, o andamento das obras e serviços anunciados no pacote de R$ 1 bilhão.

A duplicação da AL 101 Sul foi concluída, embora para isso o governo tenha esperado a liberação de recursos federais e tenha “tomado” empréstimo ao Detran.

Afora isso não consegui encontrar  a rodovia ribeirinha, não vi a duplicação da Alagoas 101 norte (nem um metro pronto até agora), nenhuma escola nova (isso para não falar da lambança que foi a reforma das escolas no ano passado), nem quadras poliesportivas.

O Canal do sertão continua sendo construído – mas com verbas do PAC.

E as delegacias? Fui em algumas e falei com um policial, contei que estava procurando encontrar uma delegacia reformada: “eu desafio o governador a mostrar uma reforma de delegacia que ele fez aqui em Maceió ou no interior”.

É isso. Até porque ficou difícil checar a outra informação, a de que 1,5 milhão de alagoanos pobres seriam beneficiados com projetos de inclusão social.

Essa é eu fico devendo. Mas você pode ajudar: se tiver conhecimento de como esse dinheiro mudou para melhor a vida dos alagoanos mande um email ou comentário que eu publico.

R$ 1 bi: você viu? Eu, não.

Nonô quer o governo, mas só define candidatura em 2014
   28 de março de 2013   │     14:53  │  6

Pelo menos dois nomes disputam, com chances, o apoio de Téo Vilela numa eventual disputa para o governo em 2014: o vice, José Thomaz Nonô, e o senador Benedito de Lira.

Os dois tem estratégias – hoje – completamente diferentes. Biu corre para antecipar o jogo. Nonô já avisou que vai esperar – com paciência – chegar 2014.

Com a “caneta e a tinta” na mão, o vice será o candidato natural do governo numa eventual saída de Téo Vilela para disputar o Senado em 2014.

Nonô já disse nas, entrelinhas, que quer disputar o governo, mas sabe que suas chances aumentam com o afastamento do atual governador – talvez por isso prefira esperar.

“Se o Téo sair é uma coisa, se não sair é outra”, diz.

O senador já avisou a vários aliados ( incluindo Téo Vilela), que vai colocar seu nome na disputa desde já. É provável que esse anúncio seja feito nos próximos dias.

E Biu, tão experiente, porque quer apressar a disputa? Seria ao mesmo tempo uma tentativa de forçar o apoio do Palácio ao seu projeto e de afastar “ameaças” como a possibilidade apoio ou de composição do atual governador com o senador Renan Calheiros.

Para Biu, o maior adversário hoje não é Nonô, mas Renan.

Melhor avaliado nas pesquisas, o presidente do Senado tem costurado alianças para garantir a eleição de um nome do PMDB ao governo – que pode ser o dele próprio.

Bem ao seu estilo Téo Vilela não vai decidir nada agora. O atual governador já estaria liberando as bases e avisando que não é candidato no ano que vem. Há quem diga que ele tornará  pública essa posição nos próximos dias.  Mas quanto a seu apoio, os rumos do governo na sucessão, a história é diferente.

É provável que Téo Vilela não decida nada antes de junho do ano que vem, quando são realizadas as convenções.

Até lá, como diria, o “profeta”, muita água vai passar por baixo da ponte.

Pré-candidato, Biu deve antecipar disputa pelo governo de Alagoas
   27 de março de 2013   │     19:11  │  3

Se a Dilma e o Aécio podem, porque o Biu também não pode? Faltando mais de um ano e meio para as eleições de governador é provável que o senador Benedito de Lira, do PP, antecipe a disputa pelo governo de Alagoas.

Ele é candidatíssimo e já está trabalhando fortemente nos bastidores para viabilizar seu projeto.

Na conversa com os aliados, o senador tem sinalizado que quer antecipar a disputa. Se dependesse somente dele já teria lançado seu  nome, de alguma forma. É provável que o senador avise publicamente, nas próximas semanas, que está na briga pelo Palácio dos Palmares.

A antecipação seria uma estratégia para consolidar a candidatura, já que existem outros nomes da base do governo na briga.

O candidato natural numa eventual saída de Téo Vilela para disputar o Senado em 2014 será o vice, José Thomaz Nonô. Ele também quer disputar o governo, mas só terá chances de concorrer com o afastamento do atual governador.

O problema é que os amigos mais próximos de Téo Vilela estão jurando de pés juntos que ele não é candidato a nada no ano que vem: “as bases já estão sendo liberadas. O governador tem projetos importantes para concluir no governo, obras que ele quer terminar e inaugurar, o que não seria possível com a candidatura no ano que vem”, diz um amigo do governador.

Nonô já disse e tem repetido que é cedo para se posicionar: “se o Téo for candidato é uma coisa, se não for, é outra. Só no começo de 2014 é que eu vou me posicionar”, aponta.

Outros prováveis nomes da disputa para 2014, como o de Renan Calheiros e Ronaldo Lessa, que estão na oposição ao governo, também estão em passo de espera. Mas é provável que se Biu de Lira anunciar sua candidatura ao governo que todos eles, incluindo Nonô, saiam da zona de conforto e antecipem a campanha, assim como estão fazendo a presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves e deve começar a fazer Eduardo Campos, do PSB.