Quem te viu, quem te vê. A presidente Dilma Rousseff não gostava do contato direto com os políticos e quase nunca atendia as lideranças partidárias do Congresso Nacional.
Depois das manifestações de junho e da queda da popularidade e derrotas amargas do governo no plenário da Câmara de do Senado, a presidente parece ter mudado da água para o vinho em relação a deputados e senadores.
Dilma começou o mês liberando grana. Em apenas 15 dias, o governo liberou mais de R$ 1,2 bilhão de emendas parlamentares, um recorde no seu governo. Para se ter uma ideia, entre janeiro e julho as liberações somaram R$ 1,4 bi. Ou seja, em 15 dias o governo liberou praticamente o mesmo valor de sete meses.
A presidente também passou a fazer reuniões com líderes da bancada do governo e acertou uma agenda semana com o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros.
Dilma vai ouvir semanalmente uma avaliação do clima no Congresso Nacional e adotar medidas que ajudarão a manter a “casa” sob controle.
Nesta terça, Dilma faz mais um “afago” em Renan para demonstrar publicamente que vive de fato uma nova fase na sua relação com o Congresso Nacional. Ela vai participar de sessão solene convocada por Renan Calheiros. Será uma sessão para a entrega do relatório da CPMI da violência contra a mulher.
Em outro momento, Dilma Rousseff mandaria no máximo uma de suas ministras. Agora, na fase paz e amor com o Congresso Nacional, quem vai é ela. Resta saber se a popularidade da presidente voltar a crescer – como está pintando – ela vai continuar tão “boazinha” assim com deputados e senadores.
A Agência Senado distribui texto confirmando a participação de Dilma Rousseff na sessão:
Renan Calheiros confirma Dilma Rousseff em sessão solene
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou em plenário nesta quinta-feira(23), que a presidente Dilma Rousseff participará de sessão solene na próxima terça-feira (27). Na sessão Dilma Rousseff receberá o relatório final da CPMI – Comissão Mista Parlamentar de Inquérito da violência contra a mulher. A comissão mista que investigou a violência contra a mulher no país funcionou durante 18 meses, realizando 37 reuniões e 30 audiências públicas em vários estados do país. A relatoria dos trabalhos coube à senadora Ana Rita (PT-ES). A comissão foi presidida pela deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG).
O relatório, com mais de mil páginas, revela que nas três últimas décadas 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. São 4,6 homicídios por 100 mil vítimas do sexo feminino, o que coloca o país na sétima posição em assassinatos de mulheres no mundo. O texto oferecerá sugestões, além de 14 projetos visando fortalecer o combate a violência contra a mulher. A sessão solene também vai comemorar a Lei Maria da Penha criada em agosto de 2006.