A estrutura de do NEAS (Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo) será desvinculada da Secretaria da Paz. A confirmação é do próprio governador, Teotonio Vilela Filho.
“Essa decisão já foi tomada e será executada no menor espaço de tempo possível”.
A saída repentina de Jardel Aderico da Sepaz segundo o governador se deu em função de uma situação de crise: “foi o momento que exigiu esse arranjo”, pondera.
O deputado federal Givaldo Carimbão, PROS-AL, que havia indicado o ex-secretário, Jardel Aderico, vai indicar o novo secretário.
“Não há a menor dúvida disso. O Carimbão é um amigo, um parceiro. A mudança na Sepaz não muda essa relação e tão logo a situação seja normalizada ele vai indicar o novo secretário. Já conversamos sobre isso”, enfatiza.
Carimbão confirma que fará a indicação do novo secretário. “O governador me perguntou se eu tinha nomes e eu disse que existe uma equipe eficiente na Sepaz e que nome não será problema”.
O leilão Nelore Barros Correia reuniu, neste sábado, 26, no Parque da Pecuária, pesos pesados da economia e da política.
Passaram pelo evento o atual governador do estado, Teotonio Vilela Filho, e provavelmente o futuro governador.
Dos nomes citados, até agora, só faltou Nonô, que estava viajando e não pode comparecer. Alexandre Toledo foi mas saiu mais cedo, por conta de compromissos familiares.
Renan Calheiros e Benedito de Lira sentaram em meses diferentes, mas uma do lado da outra. E os dois receberam abraços e cumprimentos de Téo Vilela que sentou um pouco com cada um mas não tratou de política.
Para Téo Vilela, nada está decidido. Ele pode ficar no governo, o que abre possibilidades para apoiar Renan, Biu, Alexandre, Nonô ou quem ele quiser. Mas se sair candidato, Téo Vilela terá de escolher um palanque. A decisão estará entre Biu e um terceiro candidato, que pode ser Alexandre Toledo ou Nonô.
“Continuo muito bem com Renan e com o Biu”, disse Vilela sem maiores explicações. Para ele a decisão do jogo precisa demorar. “Só me decido na última hora do último dia”, emenda.
Pela paz e por Alagoas
No Leilão Nelore Barros Correia o senador Renan Calheiros, o deputado federal Renan Filho e o ex-prefeito Luciano Barbosa estavam todos de camisa branca.
Foi mera coincidência? O deputado federal Renan Filho diz que sim. Mas quem sabe não ter a ver com a onda de violência em Murici que deixou sob mira de armas um importante dirigente do PMDB alagoano?
Cor de camisa a parte, o trio Renan,Luciano e Renan passou a cumprir uma curiosa agenda. Os três estão sempre juntos, lado a lado, em todos os eventos nas últimas semanas – fato que não se observava antes.
Estaria aí uma sinalização do presidente do Senado para a formação da chapa majoritária do chapão, que será encabeçada pelo PMDB? Renan Calheiros, como se sabe, nem sempre fala com as palavras. Cheio de simbolismos, o presidente do Senado reforça com a imagem que ali, do seu lado, está o seu escolhido para concorrer o governo.
O quadro está se definindo muito antes do que se pensava. Faltando pouco mais de onze meses para as eleições de 2014, pelo menos três nomes já foram definidos para disputar o governo de Alagoas.
Os senadores Benedito de Lira (PP) e Renan Calheiros (PMDB) e agora o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) são candidatos assumidos ao governo.
Renan, apesar de estar em pré-campanha e de liderar as pesquisas de opinião ainda não bateu o martelo em função da conjuntura nacional. É possível – até provável, acreditam outros líderes do “chapão”, que o presidente do Senado fique fora da disputa para ajudar na reeleição da presidente Dilma Rousseff.
A posição do PMDB já foi tomada. Se não for ele, será Renan Filho. Nos bastidores já se diz que a única coisa certa é que o candidato do partido se chamará Renan.
Em meio a esses três pesos pesados da política alagoana, mais um nome pode surgir na disputa – o de José Thomaz Nonô, do DEM. O vice-governador não tem mesmo opção. De todos, ele é o único que precisa, de fato, esperar uma decisão do governador, pois sua candidatura só ganhará corpo no quadro atual com a desincompatibilização de Teotonio Vilela Filho.
Frentes partidárias
Aos poucos as frentes partidárias estão sendo formadas em função das eleições do próximo ano. Benedito de Lira lidera um bloco que, além do PP, tem PSD, PR e SDD. Juntos, esses quatro partidos tem 30% do tempo de TV.
Alexandre Toledo vai depender da candidatura ou não de Nonô para ampliar o leque de partidos que o apoiam de do rumo que tomar Téo Vilela. Ele pode sair só ou com o apoio de mais duas ou três legendas.
A situação de Nonô é muito parecida com a de Toledo. O vice tem boas relações com o PSB, PPS e o PROS.
Téo Vilela tem hoje além do PSDB, influência no PROS e PPS, partidos que podem acompanhá-lo num coligação – além do PSB e DEM. Se conseguir juntar todos os partidos no grupo de Biu de Lira, faria um chapão tão forte quanto o que está sendo montado por Renan Calheiros.
Se Renan Calheiros for candidato, além do PMDB, tem assegurado PDT, PTB, PTdoB, PCdoB, PRB, PRTB e PSC. O PT ainda é dúvida, mas caminha a passos largos para apoiar o candidato do PMDB. Esse bloco, em função da representação na Câmara Federal, teria quase metade do tempo no horário gratuito de TV.
Nas últimas semanas o Programa do Leite enfrentou uma crise sem precedentes. Por conta de atraso na publicação do convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) os produtores estão a quatro quinzenas sem receber o pagamento pelo leite.
Em Alagoas o programa conta hoje com a participação de 3,2 mil agricultores familiares, 82 associações, quatro cooperativas e é coordenado no campo do setor produtivo pela CPLA.
O problema só não se agravou mais porque a CPLA conseguiu antecipar alguns pagamentos aos produtores, através dos laticínios que operam o programa. A Secretaria de Agricultura também conseguiu antecipar o valor d contrapartida do estado – que corresponde a 20%.
Ainda assim, a situação estava se tornando insustentável. Com a ajuda do senador Benedito de Lira, segundo Aldemar Monteiro, o convênio foi publicado na última quinta-feira. Apesar do alívio os produtores temem a liberação do dinheiro demore. Tanto que a CPLA está fazendo uma operação de antecipação de receita no valor de R$ 1,5 milhão na Desenvolve. O valor que equivale a uma quinzena do programa destinado aos agricultores familiares.
Talvez a operação não seja necessária. O secretário de Agricultura, José Marinho Junior, ligou neste sábado para dar a boa notícia: “todos os recursos atrasados (retroativos a 1º de setembro) já foram pelo MDS e devem estar a disposição dos agricultores em 48 horas. Como na segunda-feira é dia do servidor, esse pagamento será feito entre quarta e quinta-feira”, adianta.
Marinho diz que o governo adotou todas as medidas possíveis: “alem de antecipar a parcela da contrapartida, o governador também autorizou a operação de crédito na Desenvolve. Esse programa é muito importante para Alagoas e um prioridade para o governo”, adianta.
O deputado federal Alexandre Toledo, do PSB, já definiu seu futuro político. “Estou trabalhando para consolidar a candidatura ao governo do Estado”, aponta.
Toledo passou pelo leilão Nelore Barros Correia neste sábado a tarde, no Parque da Pecuária, encontrou amigos e comunicou que está decidido a montar o palanque de Eduardo Campos e Marina Silva em Alagoas, independente da saída ou não de Téo Vilela do governo.
“Eu tenho um compromisso com Teotonio. Se ele for candidato eu vou apoiá-lo. Se ele não for, o partido avalia a situação e pode decidir apoiar outro nome”, explicou.
A sua candidatura ao governo, avisa Toledo, independe de qualquer outra composição: “é um projeto viável. Estamos juntos do Eduardo Campos, que tem um projeto nacional e Alagoas também precisar entrar nesse processo de renovação e de mudança política. Será importante eleger o presidente e o governador comprometidos com esse novo momento do país”, enfatiza.
