Se o projeto do Orçamento do Estado para 2015 for aprovado do jeito que foi enviado para a Assembleia Legislativa, Alagoas vai desembolsar exatos R$ 853 milhões só com o pagamento do serviço da dívida com a União.
Será um verdadeiro “abacaxi” para o futuro governador – seja ele Renan Filho (PMDB) ou Benedito de Lira (PP), favoritos nas pesquisas. O sucessor de Téo Vilela terá que “descascar” a fruta em meio a um cenário – por enquanto – que promete ser turbulento, em meio a perspectiva de queda da arrecadação e certeza de aumento das despesas.
O valor previsto para pagamento de “Juros e Encargos da Dívida” no plantador da Leia Orçamentária Anual (LOA) para 2015 é de R$ 288,65 milhões, uma variação de 9% sobre a previsão para 2014 (R$ 264,89 milhões).
Já a rubrica “Amortização da Dívida” está estimada em R$ 564,54 milhões, uma oscilação de 39% em relação aos valores estimados para este ano (R$ 403,96 milhões).
Juntos, juros e amortização, vão representar despesa de R$ 853 milhões, com uma oscilação de 27,55% em relação aos valores que o estado deve desembolsar este ano com o serviço da dívida, estimados em R$ 668,84 milhões.
Por mês os valores gastos com pagamento da dívida que estão este ano em R$ 55,73 milhões, em média, devem subir para a média mensal de R$ 71,10 milhões.
Claro que esses valores podem mudar se o governo federal mudar as fórmulas de cálculo. Benedito de Lira avisa que se for eleito vai pedir que o Senado coloque em votação um projeto que reduz os juros cobrados na correção da dívida dos estados e beneficia Alagoas.
Renan Filho pretende, além de reduzir os juros da dívida, usar a influência do PMDB em Brasília para conseguir aplicar os recursos que seriam utilizados no pagamento à União na Educação.
O debate realizado pela TV Pajuçara – entre às 22h40 de sexta-feira,26 e às 00h46 deste sábado, 27 – serviu para revelar melhor o que pensam os candidatos a governador e, principalmente, se estão preparados para assumir o comando do Estado a partir de 1º de janeiro de 2015.
Marcado por pegadinhas, provocações e respostas evasivas, o debate revelou que a maioria dos candidatos não conhece bem Alagoas nem seus problemas.
Todos tiveram o mesmo tempo e as mesmas oportunidades, mas no desempenho, “quanta diferença”.
O candidato do PEN, Coronel Goulart teve dificuldades em responder se é ou não laranja. Para tentar “provar” que não está a serviço de Renan Filho, do PMDB, partiu para o ataque contra o Júlio Cezar, do PSDB.
Com desempenho abaixo do razoável, Goulart não soube responder o que é uma Startup, tratou de bater no governo de Téo Vilela e no final pediu desculpas pela “agressividade” contra JC.
Mário Agra, do PSOL, repetiu a boa performance que teve no debate realizado, há duas semanas, na TV Alagoas. Mais uma vez o candidato do PSOL concentrou seu discurso na condenação da dívida do estado com a União e tentou bater em todos, mas concentrou seus golpes em Renan Filho e, principalmente, em Benedito de Lira, do PP.
Júlio Cezar defendeu o governo, fez boa tabelinha com Renan Filho em alguns momentos e se engasgou ao tentar responder Goulart, que o acusou de ser aposentado da PM com apenas 44 anos de idade. JC disse que é da reserva da PM – o que dá no mesmo.
Afora isso, o tucano foi bem ao falar de educação, investimentos do estado e segurança.
Joathas Albuquerque, do PTC, que apareceu derramando lágrimas no Guia Eleitoral na quarta-feira passada, 24, foi uma “metralhadora giratória”, mas seus tiros não atingiram nada, nem ninguém.
Quase que por um “milagre” político Murici não entrou na pauta do debate na Pajuçara e Renan Filho terminou se mostrando bem preparado para o “encontro”. Ele parece ter estudado as respostas, conseguindo aproveitar bem o tempo. Na maioria das vezes conseguiu ser objetivo ao apresentar propostas para a segurança e educação, entre outros temas.
Ainda assim, Renan Filho “alfinetou” Benedito de Lira – sobre a participação do senador no governo de Téo Vilela e os ataques feitos no Guia Eleitoral – ao lhe dirigir duas perguntas.
Biu tentou responder as questões no improviso, negou que faça ataques na TV e, irritado, lembrou que o PMDB de Renan Calheiros (pai de Renan Filho) também fez parte do governo Vilela, na primeira gestão, em 2007.
Algumas propostas
Quem prestou atenção ao debate ouviu poucas propostas, além das promessas de que educação, saúde e seguranças são prioridades.
Além da renegociação da dívida, Mário Agra disse que pretende cortar gastos do governo com itens como viagens, locação de carros e gabinete militar. “Como dinheiro economizado vamos investir em segurança, saúde e educação”.
Júlio Cezar pretende continuar com as ações que estão dando certo no governo Vilela – entre elas a construção de casas populares, o canal do sertão e a atração de empresas.
Benedito de Lira pretende investir em escolas de tempo integral, formação técnica para os jovens e prometeu ainda ações enérgicas, priorizando a saúde, a educação e a segurança.
Renan Filho pretende renegociar a dívida e investir os recursos em educação. O candidato também disse que chamará para si a responsabilidade da segurança pública e que não vai tolerar o crime de mando no estado.
A cobertura
Quem perdeu o debate pode ver a reexibição na NET no TNH1 TV no sábado (27), das 10h às 12h, das 18h às 20h e no domingo (28), das 15h às 17h e das 22h às 00h.
O Gazetaweb fez a cobertura completa do debate. A reportagem está neste link:
Já está confirmado. Será na TV Gazeta de Alagoas, na próxima terça-feira, 30, depois da novela Império (por volta das 22h30). Vão participar 5 candidatos: Renan Filho, Benedito de Lira, Júlio Cezar, Mário Agra e Joathas Albuquerque.
O Portal UOL, maior do país, fez levantamento das eleições em todo o Brasil A partir do cruzamento dos dados de pesquisas e do comportamento do eleitor, a reportagem publicada nesta sexta-feira, 26, aponta que “Nove Estados devem definir governo no 1º turno”.
Entre os prováveis candidatos a governador eleitos já no domingo 5 de outubro estão o Geraldo Alckmin, do PSDB de São Paulo, que concorrer à reeleição, Fernando Pimentel, do PT de Minas Gerais e Renan Filho, do PMDB de Alagoas.
A falta de um terceiro candidato competitivo é apontada como principal razão para a definição das eleições em primeiro turno na maioria dos nove estados. Em São Paulo, o terceiro candidato (Alexandre Padilha, do PT), está abaixo dos 10%. Mesmo caso de Tarcísio Delgado, do PSB em Minas Gerais. Já em Alagoas o terceiro candidato, Júlio Cezar, do PSDB, tema penas 1% das intenções de voto.
O texto do UOL é assinado pelos jornalistas Diogenes Campanha e Patrícia Britto. Leia alguns trechos:
“O mau desempenho de apostas dos grandes partidos e a ausência de um terceiro candidato competitivo contribuem para que nove Estados caminhem para definir as eleições para governador já no primeiro turno. São Paulo e Minas Gerais são exemplos desse quadro.
Na eleição paulista, a aposta petista, Alexandre Padilha, segue estacionada abaixo dos 10% nas pesquisas, e Paulo Skaf, do PMDB, em torno de 20%, cenário que favorece a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), perto dos 50%.
Para definir a eleição na primeira etapa da disputa, um candidato deve ter 50% dos votos válidos (sem brancos e nulos), mais um voto.
“Não sei se o efeito da Copa, o humor da sociedade, a demora para a campanha pegar’ ou a escassez de recursos fez com que a intensidade de campanha do Padilha fosse sofrível no começo”, afirmou Luiz Marinho, coordenador da campanha de Dilma em São Paulo. “Isso atrasou muito o processo de conhecimento dele no Estado.”
Em outros nove Estados, os candidatos que lideram estão a poucos pontos de também conseguirem liquidar a disputa na primeira rodada.
Em Alagoas, o PSDB, que governa o Estado, indicou o vereador Julio Cezar para substituir o procurador Eduardo Tavares, que desistiu em plena campanha. O candidato tucano aparece com 1% das preferências.
Os problemas apontados pelas legendas vão desde a baixa arrecadação até a morte de Eduardo Campos em acidente aéreo. “Todos ficaram atônitos durante certo período, tempo precioso para explorar fazendo campanha, e ficamos tentando entender as mudanças”, disse Mendes Thame, deputado e secretário-geral do PSDB.
O texto completo e o quadro do levantamento você vê no link a seguir:
Daqui até a eleição, no dia 5 de outubro, os candidatos a governador de Alagoas terão pelo menos dois encontros em debates promovidos pela TV. O primeiro deles acontece nesta sexta-feira, 26, na TV Pajuçara, a partir das 22h40. O próximo debate, já confirmado, acontece na TV Gazeta de Alagoas e será realizado no próximo dia 30.
Benedito de Lira (PP) e Renan Filho (PMDB), que tem polarizado nas pesquisas e no guia eleitoral vão ficar frente a frente – ou lado a lado, dependendo da interpretação – no debate promovida pela emissora da Record.
O encontro vai durar duas horas terá a participação de outros quatro candidatos ao governo: Júlio Cezar (PSDB), Mário Agra (PSOL), Joathas Albuquerque (PTC) e Coronel Goulart (PEN).
Penúltima chance
Com desempenho fraco nos outros debates promovidos no rádio e na TV, os candidatos terão a oportunidade de focar na apresentação de propostas. É isso – embora os marqueteiros não entendam o recado – que o eleitor quer.
As agressões – que predominaram mais em algumas campanhas do que em outras – não agradam o eleitor, principalmente o que continua indeciso e em busca de um bom motivo para escolher este ou aquele candidato.
Frente a frente
Os dois principais candidatos ao governo de Alagoas dedicaram parte da campanha á troca de acusações, ataques e contra-ataques, deixando de lado propostas e aumentando a temperatura eleitoral no estado.
Os ataques diminuíram e a pressão baixou após a atuação da Justiça Eleitoral, que foi severa na concessão de direitos de resposta e até na suspensão dos programas eleitorais.
Depois de perder tempo precioso no rádio e na TV os marqueteiros passaram a apostar numa estratégia mais propositiva. A mudança mais palpável se deu no programa do Biu – o mesmo programa que iniciou os ataques, com o uso de personagens e uma linguagem jocosa, que embora tenha dado certo nas eleições de 2010, quando Benedito de Lira venceu Heloísa Helena na disputa para o Senado, parece não ter surtido o mesmo efeito agora.
Nesta sexta-feira, Renan Filho (PMDB) e Benedito de Lira (PP) vão ficar cara a cara pela primeira vez desde que os ânimos arrefeceram e os ataques ficaram menos acirrados. Eles terão a oportunidade de se enfrentar, trocando acusações, ou – se preferirem – podem evitar o confronto, dirigindo perguntas a outros candidatos e apostando num debate propositivo.
Quem vai
O debate com os candidatos ao Governo de Alagoas começará às 22h40, na TV Pajuçara e terá a duração de duas horas. Confirmaram presença, segundo nota da emissora, os candidatos Benedito de Lira (PP), Coronel Goulart (PEN), Joathas Albuquerque (PTC), Júlio Cezar (PSDB), Mário Agra (PSOL) e Renan Filho (PMDB).
De acordo com a Pajuçara, os candidatos foram convidados de acordo com o previsto no artigo 46, da Lei das Eleições, que assegura a participação de candidatos dos partidos com representação na Câmara de Deputados.
O debate será mediado pelo jornalista Mauro Wedekin e será dividido em cinco blocos, sendo três de confronto diretos entre os candidatos, um bloco destinado a perguntas de jornalistas e outro para as considerações finais.
O Guia Eleitoral entra na sua última semana sem que o eleitor saiba responder se o candidato a governador da coligação Juntos Com o Povo Pela Melhoria de Alagoas, Benedito de Lira, é governo ou oposição.
Em contrapartida, o candidato do PSDB, Júlio Cezar, passou a ter a sua imagem ainda mais alinhada ao governo. O governador Teotonio Vilela Filho gravou três falas que começaram a ser exibidas nesta quarta-fera, 24, no programa de JC.
Téo Vilela avisa que seu candidato é Júlio Cezar, diz que vai votar nele e pede que os alagoanos também façam o mesmo. Para o governador, JC é o único que representa o novo, o único capaz de manter Alagoas no rumo certo.
A aparição de Vilela no Guia Eleitoral pode até não aumentar as chances –mínimas – de Júlio Cezar, mas contribui para reduzir as chances do candidato do PP, Benedito de Lira.
Muitos assessores do governo que participam da campanha do Biu devem – se entenderem o “recado” – passar a apoiar Júlio Cezar. Além disso, “articuladores” da campanha de Biu reduzem as possibilidades de captação de recursos na reta final da campanha.
O poder da caneta
O grupo de Benedito de Lira (PP) rompeu com Teotonio Vilela Filho em maio deste ano, depois que o governador apresentou como seu candidato ao governo o procurador Eduardo Tavares.
Apesar do ‘rompimento’, importantes integrantes da coligação sempre trabalharam pela reaproximação.
Téo Vilela tem a seu favor o “peso da máquina” – a tal “caneta com tinta” a que Nonô sempre se referia, com poder de nomear e demitir. Mais do que isso, o governador pode convencer ajudar empresas e empresários a realizarem doações para candidatos e campanhas.
Pelo que se sabe nos bastidores, importantes integrantes do grupo do Biu ainda sonhavam com o apoio de Téo Vilela – ainda que “por baixo dos panos”.
Esse apoio seria decisivo para oxigenar a campanha na reta final, numa tentativa de “virar” a para tendência das pesquisas que continuam apontando para uma eventual vitória de Renan Filho (PMDB) no primeiro turno.
