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Conab ‘penaliza’ 20 mil produtores de mandioca em Alagoas
   30 de março de 2015   │     14:34  │  0

Braço do governo federal na comercialização de produtos agropecuários, especialmente da agricultura familiar, a Companhia Nacional de Abastecimento funciona como reguladora de preços. O que a Conab paga vira uma tabela de referência para o mercado e proteção para produtores contra atravessadores.

A regra funciona de forma simples. Os técnicos do governo levantam custos de produção e determinam um preço de referência. Isso vale para o milho e feijão e dezenas de outros produtos agrícolas. Se o agricultor não consegue preço melhor no mercado, vende para o governo através do PAA Formação de Estoque ou PAA Doação Simultânea, garantindo pelo menos a cobertura de seus custos.

O problema é que a Conab está, literalmente, “comendo farinha” e não atualiza os preços praticados em Alagoas desde 2008.

Um bom exemplo é o caso do milho. Hoje a Companhia vende o saco de 60 kg no Estado por R$ 32,40, no Programa de Vendas a Balcão que contempla produtores cadastrados. Estranhamente o preço mínimo do milho no PAA para 2015 de apenas R$ 24,99.

Na prática, o que deveria ser incentivo vira punição. O valor de compra muito abaixo do mercado penaliza o produtor, que é obrigado a entregar o produto a atravessadores por um preço menor do que conseguiria se a tabela da Conab fosse atualizada.

É exatamente essa distorção que afeta o setor da mandioca em Alagoas no momento. Desde 2008 a Conab mantém a tabela do preço do saco da farinha de 60 kg em apenas R$ 45.

Nesse período, o custo de produção subiu quase 50%, alerta o presidente da Cooperagro (Cooperativa Agropecuária da região agreste de Alagoas), Junior Lopes. Atualmente o custo de produção do saco de farinha oscila entre R$ 60 e R$ 65.

Por conta da distorção, o valor da tonelada de mandioca, na cotação de março de 2015,  no agreste de Alagoas está oscilando entre R$ 140 e R$ 150,o que representa queda superior a 50% na comparação com igual período do ano anterior, quando preço oscilava entre R$ 300 e R$ 320.

A região agreste de Alagoas tem área plantada de mais de 28 mil hectares de mandioca e produção anual estimada em 300 mil toneladas. Em todo o Estado são cerca de 40 mil famílias que tem a mandioca como atividade principal ou complementar.

“Se a Conab não reajustar esse valor os mais de 20 mil produtores de mandioca do agreste de Alagoas continuarão sendo penalizados. Por conta da tabela, o mercado não reage e o produtor recebe hoje no setor privado um preço praticamente igual ao da Conab, o que prejudica toda a cadeia produtiva”, aponta.

De acordo  com Junior Lopes, a Conab deveria funcionar como reguladora do mercado, beneficiando o agricultor.  “Infelizmente essa tabela, se não for reajusta, servirá para dificultar a comercialização”, enfatiza.

Deputado pede reajuste no preço da farinha

O deputado federal Paulão (PT/AL) fez um apelo (veja aqui:  http://wp.me/p46JAQ-9ic), para que o governo federal dê atenção especial a 40 mil famílias que dependem do cultivo da mandioca em Alagoas. Segundo ele, o preço da farinha de mandioca não é atualizado desde 2008 e está abaixo do custo de produção.

O preço mínimo da saca de farinha de mandioca na Conab é R$45. Depois de receber estudo da Cooperativa Agropecuária de Campo Grande (Cooperagro), Paulão encampou a luta pelo reajuste.  “A reivindicação dos agricultores familiares é que o governo pague pelo menos o custo de produção, que é de R$ 65,00 por saca. Hoje eles estão tendo prejuízo de R$20,00 por saca”, afirmou o deputado em pronunciamento no plenário da Câmara na terça-feira (24).

O deputado já discutiu o assunto na Conab. Uma das alternativas para o problema é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com recursos provenientes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O deputado petista se reuniu  com o presidente da Cooperagro, Junior Lopes que relatou as dificuldades dos produtores de mandioca alagoanos, principalmente na região agreste, que concentra mais da metade dos agricultores familiares dedicados ao plantio da mandioca no estado.

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Que venha Cícero Almeida: Rui Palmeira vai ‘encarar’ qualquer adversário em 2016
   29 de março de 2015   │     21:25  │  5

Conversei com Rui Palmeira, em seu gabinete, na semana passada. Durante mais de meia hora o prefeito falou da gestão, das dificuldades financeiras e dos planos para áreas como saúde e educação.

O foco, me garantiu, está na administração. Ele evita falar do processo eleitoral agora, mas deixa transparecer que vai encarar, no ano que vem, qualquer adversário.

Enquanto busca recursos para viabilizar grandes investimentos e sai em busca de soluções para a Saúde – até agora o “calo” de sua gestão – Rui Palmeira fortalece os laços políticos com antigos aliados, como o PP de Benedito de Lira, o PR de Maurício Quintella e o SD de JHC, mas sem descartar novas alianças.

A aproximação com o governador Renan Filho faz parte da estratégia. Mesmo que não fiquem no mesmo palanque no próximo ano, os dois podem costurar uma “aliança informal”.

O prefeito tem consciência da popularidade de alguns prováveis adversários. Entre os nomes que estão sendo especulados aparecem Mozart Amaral, Ronaldo Lessa e Cícero Almeida.  Seja qual for o candidato, Rui Palmeira está se preparando para a disputa.

Com a “caneta na mão”, ele parte com vantagem. Mozart ainda é desconhecido do público e a Secretaria que Renan Filho prometeu para ele (Transpores e Desenvolvimento Urbano) ainda não foi sequer criada. Ronaldo Lessa já avisou que não será candidato. E Cícero Almeida, por enquanto, continua sozinho, num pequeno partido e sem estrutura.

Sim, o ex-prefeito Cícero Almeida, o “Ciço” ainda goza de popularidade. Mas a baixa votação que teve para deputado federal, apenas 30 mil votos em Maceió, revelam que ele não conseguiu transformar toda a aprovação que aparece nas pesquisas em votos.

Eleição, como se sabe, se ganha com voto nas urnas.

Se não conseguir romper o isolamento a que foi submetido, Cícero Almeida não vai conseguir formar uma boa coligação. Sem tempo de TV e sem estrutura partidária, ele corre o risco de não decolar ou de nadar para morrer na praia.

A impressão que Rui Palmeira me passou – embora não tenha dito isso textualmente– é que Cícero Almeida não mete medo, especialmente se continuar num pequeno partido, caso do PRTB.

“É natural que eu concorra a reeleição e estarei preparado para isso. Vou tratar desse assunto com  o meu partido (PSDB) no momento certo. Por enquanto meu foco  é administração da cidade”, aponta Rui Palmeira.

Alagoas paga R$ 137 milhões de dívida com a União em menos de 3 meses
     │     18:21  │  3

O ex-governador Teotonio Vilela Filho gostava de dizer que o governo federal dá com uma mão e tira com a outra. Em parte tem razão. Nos oitos de sua gestão, Alagoas recebeu cerca de R$ 5 bilhões em recursos federais voluntários, praticamente o mesmo valor que o estado pagou da dívida a União.

Com juros tão escorchantes (IGPDI mais 9%) que beiram a agiotagem, o estado mais pobre da na nação pagou  tudo o que devia, mas sua dívida aumentou. Quando vilela assumiu, o estado devia R$ 5,6 bilhões. Agora deve quase R$ 10 bilhões, mesmo tendo pago mais de R$ 5 bilhões.

Para resolver esse “desequilíbrio” que afeta estados e municípios, o governo federal propôs uma lei trocando o indexador. Aprovada em novembro de 2014 a mudança do indexador para o INPC mais 4% ainda não entrou em vigor por falta de regulamentação.

A presidente Dilma Rousseff e o ministro Joaquim Levy tentam, agora, ganhar tempo. Quanto mais demora a aplicação da lei melhor “para o ajuste fiscal”.

O problema é que para resolver os problemas do Tesouro Nacional, a presidente e o ministro tiram “sangue” de pacientes que estão na UTI.

Até o último dia 26 de março, segundo dados do Portal da Transparência, Alagoas desembolsou R$ 137,7 milhões para pagar juros (R$ 43,6 milhões) e amortização da dívida (R$ 94,1 milhões).

Essa dinheirama toda é arrancada de um dos estados mais pobres do país, que se vê obrigado a “cortar na carne” para manter a máquina funcionando.

A mudança do indexador não vai reduzir o valor descontado na “boca do caixa” de imediato. Mas abre caminho para isso. De cara, a dívida cai mais de R$ 1 bilhão e o estado poderá captar recursos internacionais, com juros menores, para liquidar a dívida. Independente disso, em três anos, no máximo, o valor do pagamento da  dívida vai cair. O futuro é bem mais promissor. Hoje,  a dívida só aumenta, apesar da “sangria”.

evolução da dívida

Ronaldo Lessa avisa que não é candidato a prefeito de Maceió em 2016
   28 de março de 2015   │     17:47  │  3

O nome dele tem aparecido com frequência nos comentários de bastidores e nas avaliações dos “analistas” políticos como um dos prováveis candidatos a prefeito de Maceió em 2016.

Ex-prefeito da capital, bem avaliado em Maceió, o deputado federal Ronaldo Lessa, que teve uma  passagem marcante por oito anos no governo de Alagoas, manda avisar, a quem interessar possa, que sua praia agora é outra.

Apesar de ‘estreante’ na Câmara Federal, ele tomou gosto pela intensa atividade política no Planalto. Ronaldo Lessa tem surpreendido pela sua ‘desenvoltura’ em Brasília e vem assumido missões importantes no cenário local e nacional.

Cada vez mais a vontade no Congresso Nacional, ele é enfático: nem de longe pensa em disputar a prefeitura de Maceió – ao menos na próxima eleição.

Aliás, se dependesse só dele, os mandatos dos atuais prefeitos seriam prorrogados por mais dois anos. Nesse caso, o Brasil teria eleições  gerais em 2018, numa grande reforma política.

Lessa acredita que diante das dificuldades enfrentadas pelas prefeituras e com a perspectiva de agravamento da crise, muitos prefeitos serão ‘sacrificados’ por conta da reeleição.

Quanto a disputa em Maceió no próximo ano, ele afirma: “Não é meu projeto. Meu projeto é tentar fazer um bom mandato. Quero trabalhar pelo novo pacto federativo, quero dar resultado, quero contribuir nisso”.

Lessa acredita que pode ajudar Alagoas e Maceió, mesmo com Rui Palmeira “não sendo da nossa base”. Como coordenador da bancada federal, Ronaldo diz que vai ajudar a prefeitura e deve apoiar em 2016 um candidato alinhado com a “base” – que inclui o governo Dilma Rousseff e o governo Renan Filho: “vou apoiar o nome do grupo que reunir as melhores condições”.

Alagoas ‘perde’ ministério do Turismo, mas pode ganhar ‘Integração’
   27 de março de 2015   │     21:55  │  0

A informação está em todos os sites nacionais:  O atual ministro do Turismo, o alagoano Vinicius Lages, deixará a pasta. Ele vai abrir espaço Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara,  nome de consenso na cúpula do PMDB.

Lages, como se sabe, é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros, e não deve ficar sem cargos. Ele poderá substituir Gilberto Occhi no Ministério da Integração Nacional.

A troca, se confirmada, deve baixar a temperatura entre setores do PMDB e o governo Dilma Rousseff. Occhi já atuou em Alagoas, como superintendente da Caixa  e foi indicado para o ministério da Integração pelo PP.

O PMDB sempre quis o Ministério da Integração. A nomeação de Lages,  se  confirmada, fortalecerá o PMDB no governo e tende a diminuir as dificuldades nas relações entre o partido e Dilma.

A saída de Lages deveria ser anunciada nesta sexta-feira, junto o anúncio dos nomes dos novos ministros da Educação (Renato Janine) e Comunicação (Edinho Pereira). A demora no anúncio tem tudo a ver com o “clima” nada ameno entre PMDB e Palácio do Planalto.

Volta

Se nada der certo para Lages em Brasília ele poderá voltar para Alagoas. Se não tivesse permanecido ministro, ele iria comandar a “super secretaria” do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Ciência e Tecnologia. O governador Renan Filho nunca escondeu de ninguém que gostaria de ter Lages em sua equipe.