Renan Filho foi a Brasília nesta segunda-feira participar de reunião de governadores. Em pauta o alinhamento de propostas dos estas para superar a crise, que serão apresentadas ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. O governador retorna a Alagoas nesta terça, 29, a tempo de coordenar, a tarde a última reunião do secretariado de 2015.
Todos os secretários foram convocados para o encontro de governança, que deve ser marcado por um balanço das atividades de cada órgão.
Cada secretário vai conhecer a “nota” do mês e a média de fim de ano. Quem tiver desempenho abaixo do esperado, pode ser reprovado e, quem sabe, até perder a vaga no governo.
O encontro, segundo versão oficial, será para a avaliação das metas e para o planejamento de ações de 2016. “Será a última reunião do ano, para avaliação das metas e ações,uma avaliação criteriosa de cada Secretaria. A Governança acompanha o desempenho, para ver quem está com ações atrasadas ou quem bateu suas metas. É uma reunião importante. Todos estarão lá”, aponta os etanol do Gabinete Civil, Fábio Farias.
A privatização da Eletrobras Distribuição Alagoas, a Ceal, voltou – literalmente – ao mesmo status em que estava antes da assembleia de acionistas realizada pela estatal nesta segunda-feira, 28: continua nos planos do governo privatizar a companhia, mas os prazos serão repensados.
Por orientação do governo federal, acionista majoritário, a decisão de privatizaçãoda Ceal e de outras seis distribuidoras foi retirada da pauta da reunião. A assembleia aprovou, no entanto, a privatização da Celg (Goiás), que já estava em estágio mais avançado.
A retirada da privatização das distribuidoras é reflexo, em parte, das mudanças na equipe econômica do governo federal. A questão deve voltar a ser discutida no primeiro semestre de 2016.
Embora contrarie lideranças do PT em Alagoas, a privatização da Ceal e das outras distribuidoras é defendida por dirigentes da Elerobras nacional – isso porque essas empresas “contaminam”, por conta dos prejuízos que acumulam ao longo dos anos, o balanço da estatal.
Repercussão
A decisão da Eletrobras ganhou repercussão na imprensa nacional. Veja texto publicado pelo G1:
Eletrobras aprova venda da Celg e adia decisão sobre 6 distribuidoras
Decisão sobre privatização de outras 6 concessionárias ficou pendente.
A estatal federal Eletrobras autorizou a venda da distribuidora de energia Celg-D, que atende o Estado de Goiás, mas adiou uma decisão sobre a privatização de suas outras seis concessionárias que atendem Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima, segundo sumário de assembleia geral realizada nesta segunda-feira (28).
A reunião de acionistas da Eletrobras aprovou ainda a renovação da concessão da Celg-D, bem como a realização de leilão de desestatização da distribuidora na BM&F Bovespa, que poderá movimentar ao menos R$ 2,8 bilhões, considerando as parcelas detidas pela estatal federal, pelo Estado de Goiás e empregados e aposentados da companhia.
A Eletrobras havia submetido à apreciação na assembleia um plano para viabilizar a venda de todas suas deficitárias distribuidoras até o final de 2016, mas o assunto – com exceção do item relacionado à Celg – foi retirado da pauta do encontro “por solicitação do acionista controlador”, segundo o documento.
Feliz com conquistas que trouxe para o Estado no seu primeiro ano de mandato como deputado federal, Marx Beltrão, diz que tem esperanças de que 2016 será melhor – especialmente se governo federal mudar a economia. “Os resultados que poderemos trazer (especificamente de recursos) serão maiores”, resume.
Para o deputado federal do PMDB-AL, o arrefecimento da crise, após a decisão do STF de intervir no rito do processo de impeachment de Dilma Rousseff pode trazer benefícios a curto e médio prazos: “as coisas tem se acalmado mais. O governo estabilizou na política. Falta estabilizar a economia. Quando isso acontecer, poderemos cobrar do governo os resultados para o povo”, pondera.
A crise política, avalia Marx Beltrão, não faz bem ao país e só faz prejudicar a economia: “tem que resolver a crise para o Brasil voltar a crescer”, aponta.
E é nesse cenário, acredita o deputado do PMDB-AL, que o senador Renan Calheiros se fortalece e, mais forte, poderá ajudar mais a Alagoas.
“Alagoas tem muito a ganhar. Renan Calheiros é presidente do Congresso Nacional e é decisivo no momento em que governo mais precisa. O estado ganha muito com isso. vamos ver nesse final de ano os recursos empenhados para Alagoas pela força no nosso presidente”, enfatica.
Para ilustrar a influência do senador, Marx lembra que até a MP que o governo federal baixou autorizando financiamento para o setor sucroalcooleiro (que teria sido voltada para Alagoas) já e um reflexo do apoio que Renan Calheiros tem dado ao estado.
Nacional
Para 2016, Marx Beltrão avalia que a perspectiva na política é de um novo desenho, com a perda de importância de Michel Temer e Eduardo Cunha: “o que se tinha era mais briga do Eduardo para se salvar e o Michel com o desejo de assumir o governo. Pelo que analisei o impeachment não tem mais sustentação”, resume.
Alagoas continua inadimplente no Cadin/Cauc/Siafem. A inclusão do estado nestes cadastros do governo federal impede o governo de receber transferências voluntárias e de assinar novos convênios.
A inadimplência continua, apesar da liminar conseguida pela PGE, essa semana. Isso porque a ação apresentada pela procuradoria impede que o estado seja incluído nestes cadastros apenas em relação a débitos de outros poderes – no caso a Assembleia Legislativa.
Tirar o estado do cadastro de inadimplentes, no entanto, virou quase uma obsessão para o governador Renan Filho e os secretários George Santoro (Fazenda), Fábio Farias (Gabinete Civil) e Christian Teixeira (Planejamento e Gestão).
Eles têm trabalhado nos últimos dias para analisar e resolver, processo a processo e conseguir “limpar” o nome de Alagoas antes do final do ano.
George Santoro avisa que agora que a situação pode ser resolvida já nesta segunda-feira, 28.
Nos últimos dias, o governo de Alagoas prestou contas de todos os convênios que estavam pendentes (muito com atrasos desde a gestão passada), pagou todas as contrapartidas e agora estariam faltando resolver a situação apenas em dois processos.
Um deles é um convênio com a Funasa, que está com atraso na prestação de contas por conta de uma ação judicial.
“Limpar” o nome de Alagoas pode trazer benefícios além do simples selo de “bom pagador”. O governador quer assinar vários convênios com o governo federal ainda este ano. E não é só. Ao sair do cadastro de inadimplentes, o estado vai receber a última parcela do Proiveste (financiamento do BNDES), de R$ 25 e mais R$ 23 milhões da compensação previdenciária.
Cada eleição, já disse aqui outro dia, é uma nova história. Novas e velhas brigas, novas e velhas alianças. Tudo acontece com arranjos inéditos, as vezes inimagináveis.
Quem viu Benedito de Lira e Renan Filho em 2014 talvez não imagine os dois juntos, no mesmo palanque, em 2016. Até porque, embora os dois não tenham trocado ataques pessoais, protagonizaram a disputa mais acirrada na eleição para o governo do estado.
Mas sim, os dois estarão juntos no próximo ano – no mesmo palanque, mas provavelmente não será ao mesmo tempo.
A confirmação da ‘aliança’ veio num encontro oferecido pelo senador Renan Calheiros na semana passada em jantar, em Brasília. A conversa fluiu bem, apesar das disputas políticas de 2014.
Os Renans e Biu, ao que parecem, decidiram deixar para trás o enfrentamento e vão marchar juntos em 2016 nas eleições municipais na maioria da cidades de Alagoas.
Entre as cidades onde o grupo do governador RF e do senador Renan Calheiros e o grupo de Benedito de Lira estão Junqueiro, Teotonio Vilela, Campo Alegre e até Maceió.
Pragmáticos, Renan Calheiros, Benedito de Lira e Renan Filho sabem que manter a “briga” custará mais caro – literalmente – para sues grupos e para Alagoas.
Mesmo tento perdido o governo, Benedito de Lira chegou a acompanhar Renan Filho este ano em reuniões nos ministérios em Brasília – o da Integração, por exemplo – em busca de recursos para Alagoas.
Como disse outro dia um dirigente do PP de Alagoas muito próximo de Benedito de Lira: “o Biu gosta de trabalhar e sabe que o momento é outro, que precisamos estar juntos com o governo para ajudar Alagoas. É natural em algumas cidades os dois grupos estejam juntos”.
