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Inédito: usina de AL quebra três recordes de produção de etanol na mesma safra
   31 de maio de 2023   │     17:24  │  1

No setor sucroenergético nacional é comum a quebra múltipla de recordes de produção. De cana, açúcar, etanol e em alguns casos de energia (cogeração).

Normalmente, a “maior” produção agrícola é acompanhada de recordes na indústria, excetuando-se os casos em que há um menor rendimento da matéria-prima.

E essa foi a regra nos canaviais de Alagoas na safra 2022/2023 que terminou tardiamente, após nove meses, na sexta-feira 26/5.

Na safra 22/23 o ATR médio em Alagoas foi de 121,99 kg, ante 126,85 kg ATR na safra 21/22. NO ciclo anterior a cana chegou a 132,95 kg de ATR, um número próximo da “média” do Estado que fica em torno de 135 kg de ATR.

Em meio a esse cenário, a usina da Cooperativa Pindorama, sediada no município de Coruripe, região sul de Alagoas, não escapou da queda de ATR. A média das canas moídas na indústria caíram de 136,03 Kg/ATR na safra 20/21, para 132,27 Kg/ATR na safra 21/22 e para 126,74 Kg/ATR 22/23.

Ainda assim, Pindorama conseguiu fechar a safra 2023 quebrando, de forma inédita, diversos recordes históricos de produção:.

– Recorde de produção agrícola, com 1,2 milhão de toneladas de cana.

– Recorde na produção de etanol anidro de cana com 26.170 m3

– Recorde na produção de etanol hidratado de cana com 33.635 m3

– Recorde na produção de etanol total de cana com 59.805 m3

– Recorde na produção de etanol de milho com 5.300 m3

A quebra do próprio recorde nas produções de etanol de cana (hidratado e anidro) e de milho, produzido pela primeira vez em Alagoas, levaram a Pindorama a quebrar outra marca histórica.

Pela primeira vez, desde que a sua destilaria de álcool hidratado foi inaugurada em 1982, há 41 anos, com produção diária de 120 mil litros, a cooperativa terminou uma safra com a maior produção de etanol total de Alagoas.

Somadas as três produções, Pindorama fabricou um volume total de 65,1 milhões de litros de etanol, superando a usina Coruripe, sediada no mesmo município, que normalmente é maior produtora de etanol de Alagoas e na safra 2022/2023 produziu 62,591 milhões de litros de etanol.

Maior do Nordeste

O presidente da Cooperativa, Klécio Santos, revela que o crescimento da produção de etanol faz parte da estratégia de negócios da Pindorama. “Nossa meta é tornar a nossa cooperativa na maior produtora de etanol do Norte e Nordeste, o que esperamos já alcançar na próxima safra, com uma produção que certamente deverá passar de 80 milhões de litros”, aponta.

A operação da nova planta de etanol de milho, a partir de fevereiro deste ano, é considerada uma “virada de chave” para a Pindorama. “Em pouco mais de 100 dias conseguimos fabricar mais de 5 milhões de litros de etanol, com o processamento de 350 mil sacos de milho. Essa produção foi encerrada agora (dia 26) com o fim da safra de cana, em função da falta de bagaço para geração de energia, e será retoma daqui a pouco mais de dois meses, quando iremos começar a nova safra de cana. Esperamos no próximo ciclo produzir mais etanol de milho e de cana, atingindo volume que ficará acima de 80 milhões de litros, podendo se aproximar dos 90 milhões”, adianta.

O que é

A quantidade de ATR (Açúcar Total Recuperável) pode aumentar ou diminuir dependo do nível de maturação ou de umidade do canavial, o que influencia diretamente no rendimento industrial da cana, que pode variar em até mais de 10%, impactando na produção de açúcar ou etanol.

A última, de fato

Não, não foi a Sumaúma, a última usina a terminar a moagem desta safra em Alagoas. Foi sim a Pindorama, a primeira a começar e a última encerrar a safra 2022/2023. A “falha” de registro se deu, em parte, em função da novidade que é a produção de etanol de milho no Estado.

Pindorama também deve ser a primeira a começar a próxima safra, entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, com a expectativa de se ultrapassar a marca de toneladas de cana moídas entre 5% a 10%.

“Trabalhamos para sempre aprimorar nossa capacidade. Os obstáculos existem para serem vencidos. Com os esforços de cada um, com preparação e prevenção, nós conseguimos, mais uma vez, superar nossas próprias expectativas, e assim continuaremos a fazer, garantindo o crescimento contínuo de nossa empresa”, disse Klécio Santos.

Klecio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama (Foto: Blog do Edivaldo Junior)

Versão oficial

Veja texto da assessoria

Usina Pindorama supera dificuldades climáticas e encerra safra com recorde de moagem

A Cooperativa Pindorama chegou ao final de mais um período de safra, no fim da tarde desta sexta-feira, marcando a moagem 22/23 como a mais extensa da história da empresa e com recorde de toneladas de cana processada, alcançando o expressivo número de 1.204.416,706 toneladas. A Pindorama foi a última indústria sucroenergética em Alagoas a encerrar sua moagem na safra atual.

Iniciada em meados de agosto do ano passado, esta moagem da Usina Pindorama durou exatos 267 dias, cerca de 9 meses, o que é considerado uma anormalidade, já que a logística de colheita, transporte e processamento da cana-de-açúcar dura, em média, 6 meses.

De acordo com o gerente Industrial da Pindorama, Erikson Viana, esse excedente de tempo da safra 22/23 é resultante das condições climáticas anormais do período.

“Com a ocorrência de chuvas acima da média, há o aumento da produtividade do campo, mas, também, a imposição de dificuldades na colheita e transporte da cana”, disse.

Essas dificuldades não foram uma exclusividade da Usina Pindorama. O volume excessivo de chuvas acometeu todo o estado de Alagoas, impondo às usinas muitos obstáculos para a realização da logística da moagem.

Recorde

A safra 22/23 da Usina Pindorama é a maior de sua história também em toneladas de cana moída. A indústria alcançou significativas 1.204.416,706 toneladas de cana moídas, ultrapassando o recorde estabelecido na safra 21/22, quando chegou a 1.052.071,730 toneladas, um aumento de 13% na produção, superando a expectativa de 5% gerada após upgrade tecnológico e melhoria na estrutura do maquinário da usina, implementados pela diretoria durante a entressafra passada.

A quantidade de cana processada gerou uma produção de 63.850.991 litros de álcool e 1.017.417 sacas de açúcar de 50kg, resultando em 50.870 toneladas.

Previsão

Segundo previsão feita pelo presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, a safra 23/24 está prevista para ter início em entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, com a expectativa de se ultrapassar a marca de toneladas de cana moídas entre 5% a 10%.

“Trabalhamos para sempre aprimorar nossa capacidade. Os obstáculos existem para serem vencidos. Com os esforços de cada um, com preparação e prevenção, nós conseguimos, mais uma vez, superar nossas próprias expectativas, e assim continuaremos a fazer, garantindo o crescimento contínuo de nossa empresa”, disse Klécio Santos.

 

Safra de cana 22/23 termina em Alagoas com alta de 14%: a maior em 8 anos
   25 de maio de 2023   │     21:23  │  1

A safra de cana-de-açúcar chegou ao fim em Alagoas há uma semana. As moendas pararam em todas usinas do Estado. A Sumaúma, localizada em Marechal Deodoro, foi a última indústria a encerrar a operação no ciclo 22/23, um dos mais longos da história do setor.

Iniciada em 30 de agosto 2022, a moagem se estendeu até 18 de maio de 2023, por mais de 8 meses, quando normalmente demora seis meses em média.

A safra termina também confirmando o ciclo de recuperação do setor em Alagoas, iniciado na safra 2018/2019. Na moagem anterior (2017/2018) as usinas do Estado tiveram o pior desempenho da história recente da cadeia produtiva da cana, esmagando apenas 13,7 milhões de toneladas.

A partir da safra 2018/2019 foi iniciado um novo o ciclo de crescimento. No atual ciclo, todas as estimativas foram superadas – incluindo as feitas pelo Sindaçúcar-AL, que esperava uma moagem de até 19,5 milhões. O excesso de chuvas no verão de 2022, provocou uma recalibragem nos cálculos.

A safra se consolida como a maior em mais de 8 anos e consolida o processo de retomada do setor. “Graças a investimentos realizados no canavial e a política de equalização fiscal do Estado de Alagoas, conseguimos recuperar a produção. Nosso objetivo é continuar crescendo até atingir os patamares históricos de 25 milhões de toneladas”, aponta Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL.

“Todas as usinas que estão em operação estenderam a safra com a determinação de só encerrar a moagem quando a chuva não permitisse mais a colheita. E assim foi feito. Os números preliminares apontam para um crescimento acima de 14% e para uma produção acima de 20,8 milhões de toneladas”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

“O esforço para toda a matéria-prima, mesmo num período atípico, foi recompensado, tanto de fornecedor, quanto das indústrias”, afirma o presidente do Sindaçúcar-AL

Os números oficiais da moagem ainda estão sendo finalizados pelo departamento Técnico do Sindaçúcar-AL, mas o último levantamento aponta para uma produção acima de de 20,8 milhões de toneladas de cana, a safra 22/23 foi encerrada, ontem, em Alagoas.

Com dados consolidados até o dia 15 de maio, o departamento Técnico do Sindaçúcar-AL divulgou o boletim quinzenal de nº 17, onde consta a moagem de 20,8 milhões de toneladas de cana.

O levantamento não contabiliza os números finais de cinco unidades industriais, que ainda estavam moendo, até a primeira quinzena de maio.

Segundo o boletim, na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, quando o acumulado era de 18,2 milhões de toneladas de cana processadas, houve uma variação positiva de 14,2%.

Até o fechamento do levantamento, das 15 usinas no estado, apenas uma teve variação negativa de crescimento que chegou a -21%. As demais unidades registraram alta no volume de cana esmagada que variou de +1,6% até +33,4%.

De acordo com o boletim, até o dia 15 de maio, foram produzidas mais de 1,5 milhão de toneladas de açúcar e face ao mesmo período do ciclo passado, quando o acumulado era superior a 1,4%, houve um crescimento de 8,5%. Das 15 unidades, seis haviam processado uma quantidade menor de açúcar em comparação a moagem passada.

As usinas produziram ainda 480.807 milhões de litros de etanol. Ante ao mesmo período do ciclo 21/22, quando a quantidade do biocombustível acumulada era de 447.171 milhões de litros, foi registrado um crescimento de 7,5%. Das 15 unidades, apenas quatro tiveram uma produção menor face ao mesmo período da safra anterior.

Trajetória

A agroindústria da cana-de-açúcar de Alagoas está em fase de retomada da produção. O setor viveu seu pior momento na safra 17/18, com a menor produção da história. A moagem foi de apenas 13,7 milhões de toneladas de cana – praticamente metade da média histórica alagoana (de 25 a 26 milhões de toneladas por ciclo).

A crise deixou suas sequelas. Até a safra 14/15, quando esmagou 23,1 milhões de toneladas de cana, o Estado tinha 19 usinas em operação. Atualmente apenas 15 usinas operam a cada ciclo.

Desde a safra 2017/2018, Alagoas vem tentando retomar, safra após safra sua produção histórica. E tem mostrado potencial para chegar lá. Depois do “fundo do poço”, em 17/18, com 13,7 mi de toneladas, a moagem foi a 16,5 mi em 18/19, depois 16,9 mi em 19/20, chegou a 17,03 mi em 20/21 e de 18,2 milhões de toneladas na safra 21/22.

Safra de cana chega ao fim em Alagoas, após 8 meses de moagem (Foto: Edivaldo Junior)

Uma “chamada” de muito de sucesso na merenda escolar de AL
   24 de maio de 2023   │     17:38  │  0

Foi a maior chamada pública (modalidade de aquisição de produtos diretos da agricultura familiar) na história de Alagoas, com investimento de até R$ 7,5 milhões para a aquisição de 17 produtos.

O edital foi lançado pela Secretaria de Educação do Estado no dia 3 de maio e se encerrou nesta terça-feira (7/5), contemplando 98 lotes (cada lote uma cidade) distribuídos em 311 unidades escolares.

A complexidade da chamada era ainda maior. Para participar, cooperativas e associações de agricultores familiares precisavam apresentar documentos de habilitação, proposta de venda e amostras dos produtos, sendo um processo por lote.

Faltando menos de uma semana para o fim do prazo, na quarta-feira (17/5) nenhuma proposta havia sido apresentada na Superintendência de Alimentação Escolar da Seduc. Com a “luz amarela” acesa, o pessoal da Secretaria pediu reforço da Unicafes-AL na mobilização de cooperativas e associações.

Após uma intensa atuação da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes-AL) em parceria com a Superintendência de Alimentação Escolar, as propostas começaram a chegar na sexta-feira (19/5). Até a segunda-feira (22/5) eram contabilizadas apenas 8 propostas, sendo duas associações e 6 cooperativas.

No último dia o esforço foi recompensado. A superintendente de Alimentação Escolar da Seduc, a nutricionista Raquel Vasconcelos, comemorou – literalmente – o sucesso da chamada pública
“Fechamos a chamada pública de 2023 com 23 cooperativas/associações trazendo propostas. Muito obrigada a todos por toda parceria e apoio, especialmente a equipe da Unicafes-AL”, disparou Raquel por aplicativo.

A superintendente enfrentou o desafio de fazer o edital de chamamento público da merenda escolar com “o objetivo de fomentar os produtores locais em busca de abastecer a nutrição de jovens e adolescentes com alimentação básica saudável e natural”.

O processo foi iniciado, efetivamente, no final de 2021 e foi consolidado a partir de várias reuniões testes de produtos e garantia de que as cooperativas tinham condições de atender dentro da legalidade e com regularidade a merenda escolar.

A realização do programa Rota da Merenda Legal, iniciativa da Unicafes-AL, que percorreu todas as regiões de Alagoas apresentando os produtos da agricultura familiar e debatendo com a comunidade escolar a necessidade de levar um alimento saudável, de qualidade e produzido localmente para a alimentação dos alunos das redes estadual e municipais de ensino.

Raquel explica que para a Seduc foi fundamental conhecer melhor a produção local, testar a qualidade dos produtos e ter a confiança partir de que as cooperativas e associações terão capacidade de fazer a entrega no prazo combinado foi fundamental para a construção da chamada pública com 17 itens (veja abaixo).

“A Unicafes-AL foi uma parceira importante em todo o processo e vai nos ajudar a levar uma alimentação mais saudável, produzida por agricultores de Alagoas para nossas escolas”, aponta.

Não é por acaso

O presidente da Unicafes-AL, Antonino Cardozo, parabenizou as 23 cooperativas e associações (veja abaixo) que participaram do edital de chamamento público. “A ampla participação demonstra a evolução do nosso setor e comprova que estamos pronto, efetivamente para participar, não só da merenda escolar, através do PNAE, mas também de qualquer outra modalidade de compras públicas, bem como do mercado privado”, aponta.

A participação das 23 cooperativas e associações, considerada um sucesso, não é, avisa Antonino, por acaso. “É fruto de muito trabalho e parceria. Contamos sempre com o esforço da Raquel e todo o time da Seduc. No ano passado participamos do lançamento do catálogo dos produtos da agricultura familiar para os diretores de escola, que foi uma importante iniciativa da Educação. E agora essa chamada é outro grande passo”, afirma.

“Vamos continuar lutando para ter outras chamadas e aumentar ainda mais a participação da agricultura familiar na merenda escolar. O Estado, com esse edital, vai cumprir o percentual de 30% de aquisição de produtos do agricultura familiar, mas nada impede que as escolas comprem diretamente um percentual maior ou que a própria Seduc num próximo edital fação aporte maior. Demos mais um passo nessa jornada em o programa Rota da Merenda Legal tem um papel estratégico”, pondera.

O Rota e o “sucesso” da chamada, segundo Cardozo, “é resultado de parcerias importantes com o governo de Alagoas, Sebrae, AMA, Undime, Ifal, Ufal, Fetag-AL e Conagreste, entre outros órgãos e instituições que tem ajudado muito para cumprir a legislação, de um lado levando comida de qualidade para o estudante e do outro garantindo renda para o agricultor familiar”.

Ao lado do governador Paulo Dantas, Atonino Cardozo e Raquel Vasconcelos participam de lançamento do edital de chamamento público da merenda escolar (Foto: reprodução)

Veja as cooperativas e associações que participaram da “chamada”:

1. Carpil
2. Coopal
3. Coopaiba
4. Pindorama
5. Coperlaje
6. Associação dos agricultores rurais de colônia leopoldina
7. CPLA
8. Vale do Paraíba
9. COOPMATA
10. Assentamento Conceição de Porto Calvo
11. COOPAS
12. COOPEAPIS
13. COOPLAM
14. Associação de Campo Alegre
15. COOPCAF
16. Associação Pindoba II
17. COOPERVALE
18. Associação Virgem dos Pobres
19. COOPAF
20. Associação bom sucesso
21. Associação do algodãozinho
22. COOPEAGRO
23. COOPAQ

Produtos que são objetos da chamada:

LEGUMINOSAS: Feijão carioca, tipo 1

LEGUMES (in natura): Abóbora, Cenoura, Pimentão verde, Chuchu verde, Tomate
LÁCTEOS: Bebida láctea, UHT, refrigerada, sabor morango; Leite em pó, integral, de vaca

OVOS: Ovo, de galinha, caipira, in natura

DERIVADOS DE FRUTAS: Polpa de acerola congelada; Polpa de goiaba, Polpa de manga, congelada; Leite de coco

FRUTAS (in natura): Banana prata, Goiaba vermelha, Melancia, Tangerina Ponkan

 

“Recuperação” impressionante: usina de AL dobra produção de cana em quatro safras
   9 de maio de 2023   │     21:35  │  7

Depois de amargar queda de mais de 41% de sua produção entre as safras 2007/2008 e 2016/2017, a Usina Santa Clotilde, localizada no município de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, enfrentou em 2018 um processo de recuperação judicial.

A empresa havia deixado, pouco tempo antes, de integrar a Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA), que também entrou em recuperação judicial em 2017.

Para a Santa Clotilde, fundada em 1967, iniciar um plano de recuperação judicial fora da CRPAAA, após décadas, seria uma experiência inovadora. E mais que isso, um desafio.

Na safra 2018/2019, a empresa esmagou apenas 513 mil toneladas de cana (sendo 236 mil próprias). Sob o comando de uma diretoria renovada e com apoio do conselho, a aposta na recuperação começou pelo campo. Uma nova equipe de técnicos, liderada pelo agrônomo Leonardo Costa apostou na renovação do canavial e na inovação, com a intensificação do uso de irrigação por pivôs lineares, uso de vinhaça concentrada e enriquecida e novas variedades de cana mais produtivas.

Na outra ponta, a empresa se reaproximou de fornecedores de cana, o que permitiu um aumento significativo da produção para 860 mil toneladas (sendo 352 mil próprias) já na safra 2019/2020.

Na safra 2020/2021 a produção cresceu para 892 mil toneladas (sendo 433,9 mil próprias). No ciclo seguinte, 2021/2022, um novo salto. A moagem chegou a 992 mil toneladas (sendo 543 mil próprias).

A safra 2022/2023  na Santa Clotilde foi encerrada na quarta-feira, 03/5, com um recorde histórico. A usina conseguiu esmagar mais de 1,1 milhão de toneladas de cana (sendo 555 mil próprias), mesmo depois de ter enfrentado problemas decorrentes das fortes chuvas em julho de 2022, dois meses antes do começo da safra em Alagoas.

A empresa conseguiu recuperar os danos provocados pela chuva no parque industrial e fechou a safra 2022/2023 com planos que vão além da recuperar judicial e do canavial.

A recuperação também foi puxada, como releva o diretor financeiro Daniel Berard, por incentivos dados pelo governo de Alagoas. A retomada da produção da Santa Clotilde coincide com a equalização da carga tributária do setor no Estado de Alagoas com Pernambuco. “Foi fundamental para toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar o incentivo concedido pelo Estado em 2018 e renovado em 2022”, aponta.

O incentivo, concedido em 2018, no governo de Renan Filho, coordenado pelo então secretário George Santoro (Fazenda), deu competividade às usinas de Alagoas no mercado regional, possibilitando novos investimentos no setor.

“0 incentivo dado pelo governo possibilitou não só a recuperação dos canaviais das usinas, mas também dos fornecedores.  Graças a iniciativa do ex-governador Renan Filho e do ex-secretário Santoro foi possível investir nos canaviais e na recuperação dos parques industriais”, aponta o diretor financeiro da usina, Daniel Berard.

Neste novo cenário, em apenas quatro safras, entre 2019 e 2023, numa “recuperação” de fato impressionante do ponto de vista agrícola e industrial, a safra na Santa Clotilde mais que dobrou, passando de  de 513 mil para 1,1milhão de toneladas de cana.

O objetivo, agora, é apostar em tecnologias para melhorar a produtividade, além de fortalecer a relação com fornecedores. Na nova fase, ninguém na Santa Clotilde parece querer olhar para o retrovisor.

Usina Santa Clotilde (Foto assessoria)

Versão oficial

Veja texto da assessoria

Santa Clotilde tem crescimento de 12,2%

A Usina Santa Clotilde finalizou a safra 22/23 alcançando mais um recorde na quantidade de cana processada. Face a moagem passada, foi registrado um crescimento de 12,2%.

De acordo com dados repassados pela unidade industrial, foram beneficiadas, neste ciclo, mais de 1,1 milhão de toneladas de cana. Já no ciclo 21/22, foram esmagadas mais de 992 toneladas.

A unidade industrial, localizada no município de Rio Largo, produziu ainda 25.650.557 litros de etanol e 1.653.065 sacos de açúcar.

Segundo a direção da empresa, a conquista dos números positivos na safra atual foi fruto do empenho, perseverança e parceria de acionistas, colaboradores, clientes e fornecedores.

“Encerramos mais um período produtivo para o nosso setor, onde superamos diversos obstáculos nessa safra 22/23. Juntos, mostramos a força e a importância da nossa usina para o desenvolvimento econômico, social e ambiental”, declarou a empresa em publicação em rede social.

FOTO: ASCOM

Safra de cana ainda nem terminou em AL e já é a maior em mais de seis anos
   15 de abril de 2023   │     15:23  │  0

A previsão era que a safra de cana 2022/2023 fosse encerrada neste sai (15/4) em Alagoas. Era. Contrariando todas estimativas anteriores, ao menos 10 das 15 usinas alagoanas seguem em operação e só devem parar quando não tiver mais cana no campo ou se a chuva “apertar”.

E foi a chuva a principal responsável pelo atraso na safra.  Normalmente as usinas de Alagoas encerram a moagem até a primeira quinzena de março. “O esforço das indústrias é para tirar toda a cana que ainda resta no campo, seja própria ou de fornecedores”, explica o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

E o esforço produziu resultados. E resultados esperados: a atual safra de cana-de-açúcar  em Alagoas já é maior que anterior.  É maior também que a moagem dos últimos 6 anos no Estado.

As usinas alagoanas encerraram o mês de março com uma produção acumulada de 18,6 milhões de toneladas de cana processadas. Em comparação ao mesmo período da safra anterior, quando foram esmagadas 18,16 milhões de toneladas, a variação é de 2,42%.

Os dados são do boletim quinzenal de nº 14 do Departamento Técnico do Sindaçúcar-AL, com os números da moagem até o último dia 31 e representam a produção das 15 usinas em operação no estado. O levantamento aponta ainda que duas unidades (Taquara e Leão) já finalizaram o ciclo (até final de março, entretanto outras indústrias a exemplo da Uruba pararam desde então).

Das 15 unidades industriais alagoanas, 11 já haviam ultrapassado a marca de um milhão de toneladas de cana processadas na safra em março. Destas, apenas a Coruripe já havia superado dois milhões de toneladas de cana beneficiadas.

Mix

A produção de açúcar até o mês passado era superior a 1,3 milhão de toneladas. Em comparação a moagem anterior, quando o acumulado era de 1,4 milhão, houve uma variação negativa de 1%.

Apesar de a quantidade de cana moída já superar os números da safra anterior, a produção de etanol está abaixo da registrada março de 2022. Foram produzidos 417.534 milhões de litros contra 443.826 milhões de litros do ciclo passado. O que corresponde a uma variação de quase – 6%.

Cana-de-açúcar (foto Edivaldo Júnior) oi