Category Archives: Economia

Safra de cana ainda nem terminou em AL e já é a maior em mais de seis anos
   15 de abril de 2023   │     15:23  │  0

A previsão era que a safra de cana 2022/2023 fosse encerrada neste sai (15/4) em Alagoas. Era. Contrariando todas estimativas anteriores, ao menos 10 das 15 usinas alagoanas seguem em operação e só devem parar quando não tiver mais cana no campo ou se a chuva “apertar”.

E foi a chuva a principal responsável pelo atraso na safra.  Normalmente as usinas de Alagoas encerram a moagem até a primeira quinzena de março. “O esforço das indústrias é para tirar toda a cana que ainda resta no campo, seja própria ou de fornecedores”, explica o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

E o esforço produziu resultados. E resultados esperados: a atual safra de cana-de-açúcar  em Alagoas já é maior que anterior.  É maior também que a moagem dos últimos 6 anos no Estado.

As usinas alagoanas encerraram o mês de março com uma produção acumulada de 18,6 milhões de toneladas de cana processadas. Em comparação ao mesmo período da safra anterior, quando foram esmagadas 18,16 milhões de toneladas, a variação é de 2,42%.

Os dados são do boletim quinzenal de nº 14 do Departamento Técnico do Sindaçúcar-AL, com os números da moagem até o último dia 31 e representam a produção das 15 usinas em operação no estado. O levantamento aponta ainda que duas unidades (Taquara e Leão) já finalizaram o ciclo (até final de março, entretanto outras indústrias a exemplo da Uruba pararam desde então).

Das 15 unidades industriais alagoanas, 11 já haviam ultrapassado a marca de um milhão de toneladas de cana processadas na safra em março. Destas, apenas a Coruripe já havia superado dois milhões de toneladas de cana beneficiadas.

Mix

A produção de açúcar até o mês passado era superior a 1,3 milhão de toneladas. Em comparação a moagem anterior, quando o acumulado era de 1,4 milhão, houve uma variação negativa de 1%.

Apesar de a quantidade de cana moída já superar os números da safra anterior, a produção de etanol está abaixo da registrada março de 2022. Foram produzidos 417.534 milhões de litros contra 443.826 milhões de litros do ciclo passado. O que corresponde a uma variação de quase – 6%.

Cana-de-açúcar (foto Edivaldo Júnior) oi

 

Inédito: pela 1a vez em 66 anos, Pindorama tem fábrica em nova cidade
   13 de abril de 2023   │     15:53  │  0

Desde que foi foi criada em 1956, a Pindorama se transformou no maior complexo agroindustrial cooperativista do Norte e Nordeste do Brasil, com faturamento previsto de R$ 600 milhões em 2022, podendo chegar a R$ 1 bilhão em 2023.

Atualmente, a cooperativa opera na produção de açúcar, etanol anidro e hidratado, levedura, etanol de milho além de um complexo de fabricação de alimentos, entre os quais derivados de coco, sucos concentrados, sucos em pó, leite pasteurizado, molhos, vinagre, doces e flocão de milho.

São 12 unidades industriais, todas operando na sede da cooperativa, que fica localizada no município de Coruripe, litoral sul de Alagoas.  Agora, pela primeira vez em mais de 66 anos de história, Pindorama vai operar em uma nova cidade. A cooperativa acaba de adquirir uma unidade de beneficiamento de arroz em Igreja Nova, município localizado na região do baixo São Francisco, distante cerca de 70 km  de Coruripe.

A fábrica de arroz de arroz que será operada pela Pindorama foi adquirida do grupo Santana, empresa agroindustrial com sede no Rio Grande do Norte. Antes disso, a unidade pertencia ao governo de Alagoas e foi operada por outra cooperativa, a Caraio,.de Santana do Ipanema-AL

A unidade foi montada, inicialmente, com incentivos da Codevasf e  foi criada para beneficiar a produção de arroz do projeto Boacica. O projeto de irrigação que está localizado em Igreja Nova, tem hoje pouco mais de 3 mil hectares implantados. O arroz produzido no local é beneficiado, principalmente,  fora do Estado ou por pequenas beneficiadoras instaladas no povoado Ipiranga, no mesmo municipio.

O investimento da Pindorama na nova planta foi de cerca de R$ 15 milhões. De acordo com o presidente da cooperativa, Klécio Santos, a unidade deve começar a produzir arroz com a marca da cooperativa já neste mês de abril. “Estamos apenas esperando chegar as embalagens, mas já estamos prontos para operar e devemos começar essa produção com marca própria nos próximos 15 dias”, aponta.

A Pindorama já começou a comprar arroz dos produtores locais. “Temos hoje em estoque cerca de mil toneladas de arroz em casca, o suficiente para rodar a fábrica durante quase 30 dias”,  diz Klécio, acrescentando que parte do arroz que será processado na indústria também virar de outras regiões,  exemplo do Rio Grande do Sul.

Versão oficial

Veja texto da assessoria

Pindorama adquire unidade de beneficiamento de grãos, em Igreja Nova

Um encontro promovido pela Secretaria da Agricultura do município de Igreja Nova, na região do Baixo São Francisco alagoano, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e a diretoria da Cooperativa Pindorama, reuniu rizicultores locais para apresentação do novo investimento da empresa: uma unidade de beneficiamento de grãos que absorverá a produção local e incrementar o desenvolvimento da região.

A reunião ocorreu no auditório da Secretaria de Educação de Igreja Nova, contou com as presenças de cerca de 150 rizicultores, vereadores, o ex-prefeito da cidade, Neilton Silva; o secretário municipal de Agricultura, Vanderlei Dantas; a prefeita Vera Dantas, a secretária de Estado da Agricultura, Carla Dantas, além dos diretores Klécio Santos (presidente), Carlos Roberto Santos (vice-presidente) e Antônio de Oliveira (secretário), todos da Cooperativa Pindorama.

Localizada em Igreja Nova, a nova unidade fabril da Pindorama foi adquirida no início deste mês, resultado de um investimento em torno de R$ 15 mi. A fábrica vai absorver a produção de arroz dos rizicultores locais, gerando emprego e renda na região do Baixo São Francisco.

De acordo com o diretor-secretário da Cooperativa, Antôniode Oliveira, a unidade de beneficiamento de arroz da Pindorama tem capacidade de armazenamento de cerca de 5 mil toneladas de grãos, podendo ser potencializada, caso haja essa necessidade.

“Esse investimento vem nos possibilitar a ampliação de leque de desenvolvimento que nossa Cooperativa tem pleiteado. A atual capacidade condiz com a necessidade de momento, mas pode ser ampliada a partir do aumento da produção, que é nossa perspectiva”, disse Oliveira.

De acordo com o diretor técnico da Secretaria de Agricultura de Igreja Nova, Edvaldo Muniz, o município tem em sua área rural cerca de 700 lotes no perímetro irrigado do Rio Boacica, que é ideal para o cultivo de arroz.

“São aproximadamente 3 mil hectares de terras aproriadas para a rizicultura”, afirmou Muniz.

Apesar do expressivo número de lotes, em apenas 255 deles são cultivados o grão. “A área onde há cultivo, atualmente, chega a 1 mil hectares, com uma capacidade para produzir cerca de 7 mil toneladas de arroz por ano”, garantiu Muniz.

O presidente da Cooperativa Pindorama Klécio Santos, avaliou que, com a Pindorama tomando as rédeas do negócio, pela capacidade administrativa e a força da marca, logo essa produção ganhará ainda mais força.

“A representatividade e a confiança que a Pindorama conquistou no mercado certamente farão com os produtores de arroz de Igreja Nova ampliem seus cultivos, trazendo muito mais renda para a região, ampliando o cultivo de grão e a oferta de empregos diretos e indiretos, que é o nosso principal objetivo”, falou Klécio Santos.

A Pindorama já conta em seu mix de produtos como os arrozes parboilizado e branco, passando, em breve, a também comercializar o arroz tipo 2, que será envasado na unidade de Igreja Nova, e o flocão de arroz, que será fabricado na Unidade de Beneficiamento de Milho e Cereais, localizada na Usina Pindorama.

 

 

Grupo oferta R$ 9 bi pelo controle da Braskem: valor não paga dívida da empresa com AL
   10 de abril de 2023   │     16:49  │  1

A Braskem não está apenas a venda. Já tem até oferta de compra do seu controle acionário feita por um dos maiores grupos brasileiros – a J&F.

Na semana passada, segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, representantes da J&F estiveram reunidos no Itaú para tentar comprar a Braskem.

“A J&F foi dar um recado. Disse que quer levar a Braskem e conta com os bancos para ajudá-la a concretizar essa intenção”, disse Jardim.

Ainda de acordo com o jornalista, a proposta foi de R$ 9 bilhões pela fatia da Odebrecht na Braskem

“A J&F dos irmãos Batista fez no mês passado uma proposta indicativa, não vinculante, de R$ 9 bilhões (R$ 30 por ação) pelos 50,1% que a Odebrecht detém na Braskem. A oferta foi recusada”, informa o jornalista.

O dinheiro oferecido a Odebrecht não cobriria, de acordo com estimativas do mercado, os valores que a Braskem deve disponibilizar para compensar os crimes ambientais em Alagoas. Para cobrir gastos com o s problemas provocados pela mineração de sal-gema em Maceió, a empresa fez provisionamento de R$ 8 bilhões, mas tem enfrentado dificuldades na negociação de indenizações.

O Estado de Alagoas quer, por exemplo, que a Braskem custei a construção de um novo bairro na capital com pelo menos 10 mil unidades habitacionais. A empresa também ainda não se acertou com a prefeitura de Maceió. A estimativa do mercado é que as compensações da Braskem pelo crime ambiental somente com entes públicos (Estado e prefeituras, principalmente a de  Maceió) passem, com folga, dos R$ 9 bilhões que a Odebrecht recusou do grupo J&F.

Só para se ter ideia, a perda de arrecadação com impostos estimada pelo governo do Estado, passa dos R$ 3 bilhões. As perdas com equipamentos públicos (escolas, rede de água, etc) ainda não foram devidamente calculadas. A prefeitura de Maceió teria estimado suas perdas em mais de R$ 3 bilhões.  Além disso, a Braskem ainda precisaria pagar milhares de indenizações a famílias que perderam suas casas. Já a construção de um novo bairro em Maceió seria algo acima de R$ 1 bilhão.

Não é só a gasolina: ICMS aumenta também telefone, energia e até comida em AL
   1 de abril de 2023   │     18:32  │  1

A partir deste sábado, 1o de abril, entrou em vigor a nova alíquota “geral” de ICMS do Estado, que aumentou de 17% para 19%.

O reajuste, de 2 pontos percentuais segundo o governo vai ajudar a “minimizar” perdas provocadas pela mudança no ICMS dos combustíveis. Em junho de 2022 entrou em vigor a nova legislação feeral que foi classificada de eleitoreira. A mudança mais significativa foi a inclusão da gasolina e energia na lista de “bens essenciais”, forçando a redução da alíquota que era de 27% para 17%.

Como esses setores são os mais importantes para a receita do Estado, a arrecadação sofreu impacto imediato, com perdas que chegam a quase R$ 100 milhões por mês. A queda na arrecadação criou problemas para o Estado, reduzindo a capacidade de financiamento de setores como Educação e Saúde, por exemplo.

Para compensar em parte as perdas, o governo de Alagoas mandou projeto de lei para a Assembleia Legislativa (aprovado em dezembro do ano passado) aumentando a alíquota base de ICMS no Estado.

Essa nova alíquota, em função do princípio nonagesimal, entrou em vigor a partir deste sábado, 1o de abril, e terá impacto em todos os produtos –  e não apenas na gasolina. Serviços de telecomunicações (conta de telefone) e energia também serão afetados. O imposto era até ontem de 17% mais 2% de Fecoep, totalizando 19%. A partir de hoje o imposto será de 19% mais 2% de Fecoep, totalizando 21%.

Todos os produtos que não tem alíquotas maiores, a exemplo de itens considerados supérfluos (caso de bebidas, por exemplo com 25%) pagarão mais impostos e poderão ficar mais caros para o consumidor. Isso inclui itens como roupas e comida. Todo e qualquer alimento que não faz parte da cesta básica (a exemplo de arroz e feijão) terá imposto maior.

O que mudou

A nova legislação do ICMS da gasolina, energia e telecomunicações, articulada no ano passado pelo presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) provocou perdas mensais de R$ 100 milhões na receita de Alagoas desde então, segundo estimativa da Secretaria da Fazenda.

A Secretaria de Fazenda do Estado disse que mudança foi imposta, na metade do ano, o que afetou todos os Estados, prejudicando a manutenção de serviços como Educação e Saúde, além prejudicar os repasses para os municípios. Em função disso, vários Estados buscaram alternativas para compensar essas perdas.

Pelos cálculos da Sefaz, à época, o aumento da alíquota em 2 pontos será suficiente para cobrir apenas metade das perdas provocadas pela mudança no ICMS da gasolina no ano passado.

A nova alíquota, de 19%, vai afetar, principalmente os serviços de energia, revenda de combustíveis e telecomunicações.

 

Se o “tempo” deixar Alagoas terá maior safra de cana em mais de 5 anos
   27 de março de 2023   │     15:30  │  0

A corrida é contra o tempo – literalmente. E em dose dupla. A colheita no ciclo 2022/2023 foi prejudicada pelo excesso de chuvas no período de verão. Com vários dias de parada, a moagem atrasou na maioria das 15 unidades industriais que estão em operação em Alagoas, atrasou mais de um mês.

Para conseguir tirar toda a cana-de-açúcar do campo as usinas de Alagoas mudaram de estratégia e ampliaram o tempo de moagem. Normalmente a safra era encerrada entre fevereiro e março, mas neste ciclo a moagem deve continuar até 15 de abril em pelo menos 13 das 15 unidades. Apenas duas usinas já encerraram a moagem em Alagoas, a Taquara (Colônia Leopoldina) e Leão (Rio Largo).

“O esforço em todas as unidades é o mesmo. Todos trabalham diuturnamente para tirar toda a cana do campo. E isto só não correrá se o tempo não permitir”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL Pedro Robério Nogueira.

Tempo, neste caso, reforça o presidente do Sindaçúcar-AL é uma “equação” que leva em conta o clima (chover ou não faz toda diferença) versus a quantidade de dias que faltam para o encerramento previsto da moagem.

“Se o tempo se mantiver seco até lá, certamente conseguiremos tirar toda a cana do campo, atingindo algo em torno de 20 milhões de toneladas de cana, nossa maior moagem em mais de cinco anos”

A expetativa, aponta Pedro Robério Nogueira, a partir de agora é ter moagens na faixa de 20 milhões de toneladas, deixando para trás a “pior safra da história”, a de 2017/2018, quando foram esmagadas apenas 13,7 milhões de toneladas de cana.

Trajetória

A agroindústria da cana-de-açúcar de Alagoas está em fase de retomada da produção. O setor viveu seu pior momento na safra 17/18, com a menor produção da história. A moagem foi de apenas 13,7 milhões de toneladas de cana – praticamente metade da média histórica alagoana (de 25 a 26 milhões de toneladas por ciclo).

A crise deixou suas sequelas. Até a safra 14/15, quando esmagou 23,1 milhões de toneladas de cana, o Estado tinha 21 usinas em operação. Atualmente apenas 15 usinas operam a cada ciclo.

Desde a safra 2017/2018, Alagoas vem tentando retomar, safra após safra sua produção histórica. E tem mostrado potencial para chegar lá. Depois do “fundo do poço”, em 17/18, com 13,7 mi de toneladas, a moagem foi a 16,5 mi em 18/19, depois 16,9 mi em 19/20, chegou a 17,03 mi em 20/21 e de 18,2 milhões de toneladas na safra 21/22.

Pedro Robério, presidente do Sindaçúcar-AL (Foto: Edivaldo Junior)

Versão oficial

Veja texto da assessoria

Safra 22/23 deve seguir até abril com expectativa de moer 20 mi de toneladas de cana

Com mais seis meses de moagem e diante de um cenário com a proximidade das chuvas, o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira, afirmou que a expectativa do setor é finalizar a safra 22/23 até a segunda quinzena de abril com um esperado aumento na quantidade de cana processada.

“A depender do clima, a data estimada pelas unidades para encerrar a moagem é 15 de abril, tendo a expectativa de moer toda a cana disponível no campo. Se isso ocorrer, vamos passar de 20 milhões de toneladas de cana beneficiadas”, declarou Nogueira.

De acordo com o dirigente do setor em Alagoas, que representa 14 das 15 unidades industriais em operação no estado, em outras safras, no período que corresponde a segunda quinzena de março, muitas unidades já teriam encerrado a moagem. Contudo, no momento atual, apenas uma usina finalizou o ciclo.

Segundo Pedro Robério, até o dia 15 de março, de acordo com o levantamento feito junto as unidades industriais constatou que a diferença em relação ao mesmo período do ciclo passado era de apenas 1%. O acumulado era superior a 17 milhões de toneladas de cana processadas.

“As usinas estão conseguindo tirar o atraso. Agora, pode ser que já tenha empado a produção entre as duas safras. Caminhamos para a superação da produção e torcemos para chegar aos 20 milhões de toneladas a depender das chuvas”, finalizou.