A “saia justa” de JHC no MDB de AL: partido enfrenta crise de identidade
   25 de março de 2023   │     14:14  │  0

O governador Paulo Dantas (MDB) tem cobrado das principais lideranças políticas do Estado a escolha de um lado. Ele tem demonstrado baixa tolerância com políticos que gostam de botar “um pé em cada canoa”, estratégia adotada por alguns partidos, prefeitos, vereadores e até deputados.

Para os aliados mais próximos o governador cobra os “dois pés” na canoa do seu grupo, que é liderado, além dele, por Marcelo Victor, Renan Calheiros e Renan Filho.

Nesse embalo Paulo Dantas levou para o MDB, somente este ano, mais de dez prefeitos de cidades importantes do interior, entre as quais Paripueira, Olho d’Água das Flores, Mata Grande, Atalaia e Pão de Açúcar.

Levar importantes lideranças para o partido, em meio ao embate que segue acirrado com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não é tarefa das mais simples. Para tal, o governador e o senador Renan Calheiros, que lideram o processo, tem gasto muita saliva.

A tarefa dos dois, se já não era das mais simples, torna-se a partir ainda mais complexa a partir de agora com a manobra do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL) que indicou para a liderança do governador na Câmara de Vereadores de Maceió um parlamentar do MDB.

A indicação de Chico Filho para a liderança do prefeito foi uma verdadeira saia justa no MDB e nos seus dirigentes.

JHC é um dos maiores – senão o maior – adversários do “quarteto fantástico”. Já tinha como seu aliado declarado o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Netto (MDB) e agora, ao indicar Chico Filho, sinaliza que toda a bancada do partido está do seu lado e deve marchar com ele nas eleições do próximo ano.

A situação não é nada simples para os dirigentes estaduais do MDB. Galba Netto é filho do primeiro suplente de deputado estadual do MDB, Galba Novais, que está no exercício do mandato porque Paulo Dantas nomeou a deputada estadual Carla Dantas para a Secretaria de Agricultura. Além disso, Galba pai, é presidente do MDB de Maceió. Todas esses “laços” criam, na avaliação de lideranças dos partidos, uma  verdadeira crise de identidade.

Um influente parlamentar do MDB tentou descobrir se o vereador Chico Filho tinha consultado o partido antes de aceitar o convite. “Se não o fez por “esquecimento”, é grave. Se assumiu sem fazer fazer a consulta deliberadamente, mais grave ainda”, aponta.

Debandada

No momento, o MDB não teria muito o que fazer. De acordo com informações de bastidores, alguns vereadores do partido em Maceió (são sete no total), já teriam sinalizado que vão deixar a legenda em março do próximo ano, quando a “janela” da infidelidade for aberta. Mas essa é outra história.

Sem resposta

Por aplicativo enviei o seguinte questionamento para Chico Filho: “ sobre sua indicação para a liderança do governo na Câmara, você chegou a conversar com dirigentes do MDB? O partido deu OK? A bancada do MDB, com você na liderança, como fica em relação a prefeitura, passa a ser formalmente da base de apoio ao prefeito?

Chico Filho não respondeu até o momento. Assim que houver resposta, faremos a atualização.