Category Archives: Agronegócios

Depois do “tombo”, AL terá maior safra de cana dos últimos anos
   13 de janeiro de 2023   │     8:16  │  0

Na história recente, o “fundo do poço” do setor sucroenergético de Alagoas foi registrado na safra 2017/2018. A moagem de 13,7 milhões de toneladas foi a menor em décadas.
As safras seguintes foram de recuperação e o objetivo é retomar os patamares históricos com médias de 25 milhões de toneladas de cana por moagem no Estado.

O setor fechou a safra 2021/2022, em abril do ano passado, com um volume de 18,3 milhões de toneladas de cana esmagadas, em crescimento de 6,9% ante a safra anterior quando foram esmagadas 17,037 milhões de toneladas.

A safra 2022/2023, que entra a partir deste mês no terço final, mantém o ritmo de retomada, apesar de todos os problemas ocasionados pelas chuvas atípicas de verão, especialmente em novembro de 2022.

O excesso hídrico atrasou a moagem, causando transtorno principalmente para fornecedores de cana do Estado. Tradicionalmente, os produtores conseguiam moer sua produção até novembro, mas a maioria ainda tem cana no campo ainda no campo, segundo levantamento da Associação dos Plantadores de Cana, confirmados pelo Sindaçúcar-AL.

As chuvas, apesar de atrasar a moagem, não foram suficientes para reduzir a estimativa de crescimento da produção. A expectativa de alta se mantém.

“Continuamos apostando numa safra em torno de 19,5 milhões de toneladas”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas, Pedro Robério Nogueira.

“Existe algum risco, dependendo do clima, de ficar cana em pé no campo. Mas nesse momento, todas as unidades operam com capacidade plena, num esforço para beneficiar todas as suas canas próprias, bem como as dos seus fornecedores”, explica o presidente do Sindaçúcar-AL.

De acordo com Pedro Robério, como as chuvas em novembro afetaram o funcionamento de todas as unidades, a expectativa é que a moagem seja mais longa em Alagoas. “Praticamente todas as unidades estão planejando a moagem até abril”, afirma.

Normalmente, apenas duas ou três unidades continuam a moagem em Alagoas até abril. A maioria tradicionalmente encerram a safra entre fevereiro e março.

Apesar do alongamento da moagem, Pedro Robério avalia que as chuvas deixarão saldo positivo para os próximos ciclos.
“A próxima safra deverá maior que a atual, em função do clima. As chuvas de verão ajudam principalmente na formação da safra seguinte. Além disso, registramos um aumento no plantio, o que aponta para desempenho positivo nos próximo ciclos”, aponta Pedro Robério Nogueira.

Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL (Foto: assessoria)

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Sindaçúcar-AL mantém expectativa de moagem superior a 19 mi de toneladas de cana

A incidência de chuvas no mês de dezembro – com índices pluviométricos semelhantes aos registrados em novembro passado – foi considerada positiva pelo Sindaçúcar-AL. Além de irrigar o canavial, que já teve a cana colhida, possibilita uma previsibilidade de crescimento para o próximo ciclo de moagem no estado.

“As precipitações que ocorrem nos meses de outubro a dezembro são as chamadas chuvas de verão. Elas são sempre bem-vindas. Contamos com elas para assegurar o crescimento da socaria. Mas o excesso de chuvas, a exemplo do que ocorreu no estado recentemente, gera um certo tumulto na moagem”, afirmou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

Estiagem

De acordo com o dirigente do setor sucroenergético alagoano, a partir da estiagem, que teve início na metade de dezembro, as usinas começaram a operar com uma celeridade acima da média.

“Com isso, toda a cana que ainda está no campo poderá ser colhida até março ou abril. Se isso não ocorrer, teremos cana no campo, resultante do esforço de produção e de plantio dos nossos fornecedores e empresas, que ficarão sem moer por falta de possibilidade operacional”, reforçou Nogueira.

Inverno

Pedro Robério reforçou ainda que, a partir do primeiro trimestre deste ano, tem início as denominadas chuvas de inverno. “É um período onde a moagem fica com a operacionalidade muito complexa com queda do rendimento industrial. Por isso, queremos processar toda a cana existente. Esperamos ter um aumento de safra expressivo. É com ele que estamos trabalhando desde o início desta moagem”, declarou.

Segundo o executivo, nos últimos cinco anos o setor em Alagoas vem registrando um crescimento acelerado, diante de um esforço industrial. “Por isso, não está no nosso radar deixar cana sem ser processada nesta safra. Continuamos trabalhando com um cenário de processar 19 milhões ou até 19,5 milhões de toneladas de cana”, afirmou.

Em “alta”: alagoano é eleito pela primeira vez presidente da Girolando Nacional
   12 de dezembro de 2022   │     21:36  │  0

Domício José Gregório Arruda Silva, agrônomo, produtor de leite, tornou-se conhecido em Alagoas pela atuação em órgãos federais – com passagem pela Funasa, Porto de Maceió, SFA – e principalmente pela atuação no “mundo agro”.

Nos últimos anos, como presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA) Domício Silva liderou um processo de fortalecimento e inovação da Expoagro, tornando o evento no maior do Nordeste em faturamento. A exposição deste ano foi marcada pela entrega aos criadores e ao público de um “novo” Parque da Pecuária. Totalmente reestruturado, o Parque José da Silva Nogueira, no bairro do Prado em Maceió, é um dos mais modernos do Brasil hoje.

À frente da ACA – e muito antes disso – Domício liderou um movimento de fortalecimento da pecuária de leite em Alagoas, com forte repercussão no Nordeste e em todo o Brasil. O trabalho foi além de campeonatos e exposições, que passaram a ser mais concorridos e valorizados. Em parceria com instituições como Sebrae e o governo do Estado, Domício liderou ao lado da Federação da Agricultura, um programa de melhoramento genético das raças leiteiras, baseado em transferência de embriões, com tecnologia de ponta, que virou exemplo para o Brasil.

O trabalho realizado por Domício, especialmente na promoção e fortalecimento do Girolando, foi agora reconhecido. E tem tudo para ser ampliado.

Ele acaba de ser eleito presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (veja abaixo). É a primeira vez que um alagoano chega ao cargo. E Silva chega com vontade. Seu objetivo é disseminar a boa genética da raça, principalmente entre pequenos e médios criadores.

“Queremos que a genética Girolando esteja cada vez mais acessível aos criadores de todo o país, pois é a raça que contribui com 80% do leite produzido no Brasil. Podemos, a partir do melhoramento genético, dar uma importante contribuição aos produtores e ao país, reduzindo custos e aumentando a produtividade”, aponta.

Domício, além de presidente da ACA e da Associação do Girolando também assume, a partir de janeiro, representando a Federação de Agricultura do Estado, a presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae-AL, para um mandato de quatro anos.

Domício Silva, foi eleito presidente da Associação Brasileia de Criadores de Girolando

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Domício Arruda é eleito presidente da Associação de Girolando

Uma das prioridades da gestão será a ampliação do programa de melhoramento genético da raça

A partir de janeiro de 2023, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passará a ser conduzida pelo pecuarista Domício José Gregório Arruda Silva. Ele foi eleito nesta quinta-feira (08/12) com 64,87% dos votos válidos. No total, foram 632 votos válidos e 142 inválidos/nulos. O pleito aconteceu das 9h às 18h, na sede da associação, em Uberaba/MG.

Domício Arruda presidirá a entidade durante o triênio 2023/2025 e pretende ampliar os investimentos no Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), implantar mecanismos que promovam o acesso dos pequenos e médios produtores à genética superior, alcançar a certificação internacional da raça, dentre outros projetos. “Queremos que a genética Girolando esteja cada vez mais acessível aos criadores de todo o país, pois é a raça que contribui com 80% do leite produzido no Brasil. Já somos a segunda raça leiteira que mais vende sêmen e, devido ao fato dos animais Girolando conseguirem produzir bem em qualquer região, e com sustentabilidade, essa participação no mercado de genética tende a crescer muito mais”, destaca o presidente eleito.

Natural de Palmeira dos Índios, em Alagoas, ocupa atualmente os cargos de diretor de Relações Institucionais e Comerciais da Girolando, de presidente da Associação dos Criadores de Alagoas e de vice-presidente da Federação de Agricultura e de Pecuária de Alagoas. É selecionador da raça desde 1986, na Fazenda Cachoeirinha, localizada em Major Isidoro/AL, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Gestão do Agronegócio.

Também compõem a diretoria eleita os pecuaristas: Luiz Fernando Reis (Vice-presidente), Marcos Amaral Teixeira (1º Diretor-Administrativo), Rubens Balieiro de Souza (2º Diretor-Administrativo), José Antônio da Silva Clemente (1º Diretor-Financeiro), Luiz Cláudio Bastos de Moura (2º Diretor-Financeiro), Alexandre Lopes Lacerda (Diretor de Relações Institucionais e Comerciais), José Renato Chiari (Diretor Técnico-Científico), Tatiane Almeida Drummond Tetzner (Diretora de Relações Internacionais) e Marcelo Renck Real (Diretor de Fomento e Eventos).

Sobre a Associação de Girolando

Uma das principais entidades da pecuária leiteira do Brasil, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando é delegada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a execução do Serviço de Registro Genealógico e do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando. A raça Girolando é responsável por 80% do leite produzido no Brasil.

Fundada em 20 de dezembro de 1978, em Uberaba/MG, ainda realiza eventos, cursos e exposições, sendo a principal delas a Megaleite. A entidade atende criadores em todo o país e é pioneira na adoção de novas tecnologias, sendo a primeira associação a incorporar a genômica ao programa de melhoramento.

Recorde: BNB vai investir R$ 3 bilhões em AL este ano, confirma diretor
   3 de novembro de 2022   │     18:42  │  0

O Banco do Nordeste vai liberar mais de R$ 3 bilhões em operações no Estado de Alagoas em 2022, sendo cerca de R$ 2,3 bilhões do FNE.

O volume investimentos é recorde. A informação foi antecipada ao Blog do Edivaldo Júnior pelo diretor de administração do banco e pelo superintendente do BNB em Alagoas, Haroldo Maia e Sidinei Reis em conversa no estande do banco na Expoagro.

A participação do BNB na exposição deste ano movimentou mais de R$ 7 milhões e deve gerar mais negócios a partir de prospecções durante o evento.

“O banco é o principal agente financeiro em Alagoas de diferentes segmentos. No agronegócio, por exemplo, o BNB representa mais de 60% de todas as operações no Estado”, aponta Maia.

Os investimentos banco serão realizadas até o final deste ano, incluindo operações com grandes empresas e setores como o da infraestrutura.

Parcial

De acordo com a superintendência do BNB em Alagoas, o valor aplicado pelo Banco do Nordeste no Estado, de janeiro a setembro, chegou a R$ 1,2 bilhão. Do total, mais de 98 mil operações, que somaram R$ 300 milhões, foram do microcrédito orientado pelo programa Crediamigo.

O setor de agronegócio no estado também recebeu estímulo do Banco com a aplicação de R$ 256,5 milhões para pecuária, R$ 200 milhões para agricultura e cerca de R$ 40 milhões para agroindústria. Os demais recursos contemplaram indústria (R$ 78 milhões), comércio (R121 milhões) e serviços (R211 milhões).

Em relação ao porte dos negócios, destaque para as micro e pequenas empresas que receberam mais de R150 milhões.

Na Expoagro

Fizemos 7 milhões em negócios nas regiões atendidas pelas agências da capital, Arapiraca, São Miguel dos Campos, União dos Palmares, Penedo, Coruripe, Maragogi e Rio Largo. Nas atividades, principalmente, de bovinocultura de corte e de leite, e agricultura, incluindo investimentos, inovação rural e aquisição de veículos. Além disso, houve prospecção de mais 6 milhões em vários segmentos do Agronegócio.

Também tivemos ação do Programa de Desenvolvimento Territorial do BNB (Prodeter) com palestras técnicas para os produtores.

Haroldo Maia, diretor do BNB, Edivaldo Junior e Sidinei Reis, no estande do BNB na Expoagro

Em formato inovador, Expoagro bate recorde com 23 milhões em negócios e agrada público
   2 de novembro de 2022   │     18:42  │  0

Com 72 anos de “estrada” a maior exposição em volume de negócios do Norte e Nordeste ganhou uma cara nova – literalmente. O novo formato do Parque José da Silva Nogueira, o Parque da Pecuária, no bairro do Prado, em Maceió, agradou expositores, produtores rurais e o público.

A nova estrutura montada no parque, com galpões mais amplo, construção de novas pistas d e julgamento de animais, foi projetada para dar conforto a quem visita a exposição, expositores, produtores rurais, tratadores de animais e, em especial, para os animais que participam do evento.

Iluminação reforçada, novas vias para circulação de pessoas, ambiente com melhor divisão e aproveitamento de espaços, são alguns dos destaques do “novo” Parque.

O novo formato também proporcionou inovação na realização de leilões de animais, a maioria realizado em formato híbrido (remoto e presencial), com ponto de encontro na Casa do Criador, na área central do parque.

O balanço da Expoagro Alagoas 2022, encerrada no domingo 30 de outubro, é positivo também na realização de negócios. Os números divulgados nessa terça-feira (01/11) apontam para um faturamento que passa dos 23 milhões na comercialização de animais, vendas de produtos e operações de crédito – superando em mais de 20% a edição anterior do evento.

O desafio, agora, avisa o presidente da Associação dos Criadores de Alagoas, Domício Silva, é fazer uma Expoagro ainda melhor em 2023. Mas essa é outra história.

Parque da Pecuária, em Maceió (Foto: divulgação)

 

 

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Veja texto da assessoria

Negócios fechados durante a 72ª Expoagro Alagoas ultrapassam R$ 23 milhões

A 72ª Expoagro Alagoas foi um sucesso em negócios no Parque da Pecuária, em Maceió. De 22 a 30 de outubro, foram fechados negócios com a venda de animais, produtos e serviços da agropecuária, além de operações de crédito. O montante do faturamento com a exposição ultrapassa o valor de R$ 23 milhões.

Ao todo, a Expoagro Alagoas recebeu mais de 80 empresas com produtos e serviços voltados ao agronegócio, à alimentação, vestuário, artigos country e instituições prestando serviços aos produtores rurais. Os expositores vêm de municípios do interior de Alagoas e muitos vêm de fora do estado para participar da maior festa do agronegócio do Norte e Nordeste.

O produtor rural Aluizio Righetti esteve presente no Empório Sebrae comercializando pimentas do reino, com tampa moedora. Ele explica que as vendas foram boas, mas a prospecção de negócios futuros foi ainda melhor. “A procura foi grande e vendemos muito bem. Esta pimenta é padrão exportação. Já tivemos muitos distribuidores que deixaram contatos e que vão em novembro e dezembro ajudar a distribuir”, atenta.

Nas operações de crédito o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste marcaram presença na 72ª Expoagro Alagoas. O BB ainda está finalizando os números de faturamento. Já o BNB anunciou que fechou R$ 7 milhões em negócios nas regiões atendidas pelas agências da capital, Arapiraca, São Miguel dos Campos, União dos Palmares, Penedo, Coruripe, Maragogi e Rio Largo. As operações foram nas atividades de bovinocultura de corte e de leite, agricultura, inovação rural e aquisição de veículos. Além disso, houve prospecção de mais R$ 6 milhões em vários segmentos do agronegócio.

Temporada de remates

O maior faturamento da exposição foi com a temporada de remates do segundo semestre, que faz parte do calendário da Expoagro Alagoas. Em 2022, foram realizados nove leilões que foram iniciados ainda no mês de setembro. Durante a semana do evento, todos os dias foram realizadas a comercialização de animais. O volume de vendas e de média de comercialização dos animais cresceu este ano.

“A tendência de crescimento é de crescimento nas médias e faturamentos. O Brasil está cada vez mais se enxergando como celeiro do mundo. É um caminho sem volta e Alagoas é um estado, embora pequeno, tem muita capacidade de produção e qualidade genética dos animais”, explica Rodrigo Loureiro, diretor de Eventos da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA).

Confira a tabela de valores registrados na 72ª Expoagro Alagoas

Remates que compõe o calendário da exposição:

Mega Touros SMP R$ 2.638.500,00

Leilão Varrela & Santa Nazaré R$ 3.000.000,00

Leilão Nelore Barros Correia R$ 2.709.000,00

Leilão Agropecuária Lira R4 1.635.000,00

Leilão Nelore Positivo R$ 1.849.800,00

Leilão Floc & Santa Fé R$ 1.446.460,00

Leilão Maceió Horse’s Show R$ 1.845.560,00

Leilão Nacional Santa Inês 2022 R$ 443.400,00

Leilão Mais Leite R$ 733.200,00

TOTAL: R$ 16.300.920,00

Instituições financeiras

BNB R$ 7.000.000,00

BB – fechando valores até 11/11

Empório Sebrae – R$ 65.871,94

Shopping de animais – Raça Mangalarga R$ 185.960,03

Total parcial de negócios R$ 23.552.751,97

Queda no preço da cana pode “quebrar” fornecedor, alerta Asplana
   26 de outubro de 2022   │     18:27  │  0

A safra de cana-de-açúcar 2022/2023 começou com expectativa de alta na produção em Alagoas. A estimativa inicial do Sindaçúcar-AL e da Asplana é que a moagem passe de 19,5 milhões de toneladas, o que se confirmado representará crescimento de 7% em relação ao ciclo anterior (18,2 milhões de toneladas).

Apesar da estimativa inicial, o começo da atual safra de cana em Alagoas é considerado um dos piores da história para os fornecedores de cana alagoano.

A diretoria da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas, que representa mais de 7 mil fornecedores do Estado, fez reunião nessa segunda-feira (24/10) para avaliar os dados do início de safra.

A queda no valor do ATR (Açúcar Total Recuperável), que oscilou -10% em setembro, para R$ 1,1492 por kg, é considerada como agravante da situação. A manutenção do ATR valor baixo pode levar o fornecedor para uma crise financeira sem precedentes, alerta Edgar Filho, presidente da Asplana.

“O preço da tonelada cana está muito ruim, menor do que o registrado na safra passada. Além disso, a cana não desenvolveu bem no campo. Com o excesso de chuvas, a falta de luminosidade e pragas como a cigarrinha, a cana planta não está dando produtividade esperada”, aponta.

Edgar Filho explica que na região canavieira do norte de Alagoas, onde as chuvas normalmente são mais intensas, a produtividade cana por hectare (TCH) caiu de uma média de 60 toneladas na safra 21/22 para 54 toneladas na safra 22/23.

“Além da queda do valor da ATR, estamos enfrentando um ATR ruim no campo (quantidade de ATR por tonelada de cana). Isso somado a queda de TCH (redução de produtividade) tem feito com que o fornecedor que recebeu em média R$ 160 por tonelada na safra anterior, esteja recebendo agora bem bem menos, em alguns entre R$ 100 e R$ 115”, explica Edgar.

Segundo o presidente da Aspana, o preço da tonelada cana padrão em Alagoas (114 kg de ATR), ficou em R$ 131 em setembro. “Depois que é descontado do fornecedor o CCT (Custo de Carregamento e Transporte) pela usina, o valor para muitos fornecedores fica em R$ 100 por tonelada. Com o aumento dos insumos, a exemplo do diesel e do adubo, esse valor torna a atividade inviável. Se continuar assim, o fornecedor vai quebrar”, alerta Edgar Filho.

Em reunião, diretores da Asplana avaliam queda do valor do ATR em Alagoas

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Veja texto da assessoria da Asplana

Preço baixo da cana ameaça fornecedores de Alagoas

Preocupados com o preço da cana em Alagoas, fornecedores do estado se reuniram, na manhã desta segunda-feira, 24, na sede da Asplana, para discutir o problema que vem gerando prejuízos a categoria e pode inviabilizar a produção. Neste sentido, os produtores esperam que no próximo ATR, que deve ser divulgado até o dia 28 e que diz respeito a outubro, se reflita a realidade atual da comercialização do açúcar, em especial, do VHP.

Segundo os fornecedores, o ATR passado, referente a setembro, não retratou o cenário de comercializado de açúcar em Alagoas, entrando apenas a produção de etanol.

De acordo com o presidente da Asplana, Edgar Filho, como em setembro não houve a venda do açúcar, o preço do produto ficou muito aquém do que está sendo praticado pelas usinas atualmente.

“A cana do fornecedor está muito mais barata se comparada com a comercialização, principalmente do açúcar VHP que corresponde a 46% do nosso mix. A reclamação dos fornecedores – com o receio de que o ATR do mês de outubro não suba – vem do surgimento de uma situação financeiramente inviável. As contas não estão fechando. É uma situação que está deixando todo muito preocupado. Da forma que está, fica impraticável. Há risco de uma quebradeira geral dos fornecedores de cana de Alagoas. Mas, se houver esse aumento, esperamos poder pelo menos pagar ou cobrir, empatando com os nossos custos. Está sendo um ano, realmente, muito complicado”, afirmou Edgar.

O dirigente dos fornecedores alertou ainda para a alta dos insumos neste processo. “Os preços do adubo e do herbicida estão altos, além de óleo diesel. O valor do salário mínimo no campo e da mão de obra subiram. Sem falar que o ATR do campo, este ano, também não está boa. Com isso tudo acontecendo, as contas para os fornecedores de cana não estão fechando”, finalizou preocupado.