Dois políticos de AL ‘costuram’ base de Lula no Congresso Nacional: “bloco forte”
   25 de janeiro de 2023   │     23:42  │  0

O presidente Lula conseguiu um verdadeiro “feito” político ao aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) antes mesmo do governo começar. E tudo indica que terá, na nova legislatura do Congresso Nacional, que começa no próximo dia 1o de fevereiro uma das bases mais sólidas de sustentação política do Executivo no Parlamento que se tem notícia na história do Brasil.

Lula conta com o trabalho de dois reconhecidos articuladores políticos de Alagoas na ‘costura’ de sua base no Congresso Nacional.

E não. Se você pensou em Arthur Lira, ele não estão entre estes políticos – ao menos no momento. Em que pese sua importância na política nacional e sua aproximação hábil do governo Lula, o presidente da Câmara dos Deputados tem trabalhado – e com eficiência – para conduzir a sua reeleição no comando da Casa. Tudo indica que sim, ele terá mais a frente, papel destacado na sustentação do governo.

No momento, que tem trabalha montar a base de Lula no Senado é o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ele foi presidente da Casa por quatro vezes e hoje atua para garantira a reeleição do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). E a partir daí costura a formação de um bloco que deve incorporar diferentes partidos para construir maioria no Senado.

Com papel destacado na eleição do presidente Lula, Renan também terá pela frente atuação na construção da base do governo.

Quem também trabalha para montar a base de Lula é outro alagoano, do deputado federal Isnaldo Bulhões. Líder do MDB, o parlamentar é hoje um dos mais influentes da política nacional, com trânsito direto com o presidente da república, bancadas de todos os partidos e bom diálogo com Arthur Lira – em que pesem as diferenças entre os dois na política local.

Isnaldo Bulhões atua hoje ao lado do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) na construção de um bloco parlamentar que pode chegar a 290 deputados. O bloco seria capitaneado pelo PT e o objetivo é ocupar o comando das principais comissões permanentes da Câmara dos Deputados, incluindo a CCJ.

Entre os partidos que participam das discussões sobre formação de blocos estão PT, PDT, PSB, MDB e Avante.

“A gente vai ver como fica. Ver como atende melhor os partidos, porque o bloco é o que define a participação nas comissões dentro da proporcionalidade do regimento”, aponta Bulhões.

“Vamos formar um bloco parlamentar muito forte. Vamos afunilar isso a partir de desta semana para pode apresentar os desenhos que eu e Hugo Mota estamos fazendo”, pondera.

Com Lula

Isnaldo também tem tratado sobre a formação dos blocos e da base de apoio do governo com o Palácio do Planalto. “Falei para o presidente que nenhum governo, desde a redemocratização, teve oportunidade de formar base tão sólida, quanto o seu governo do agora. Porque, veja bem, a gente aprovou uma PEC antes governo começar”, aponta.

O líder do MDB avalia que a aprovação da PEC tem uma simbologia importante para o governo. “Eu disse ao Lula que ele tem que ver não apenas a importância da PEC para a população, mas o gesto político que foi feito. Acho que a gente vai fazer uma base sólida rapidamente. E tudo começou lá atrás, na PEC”, lembra.

Para Isnaldo, o estilo de Lula ajuda na construção da base. “O presidente é um cara de coalizão. Ele é muito prático na conversa, não tem arrodeio não. Estou muito otimista, tanto para consolidação da base, mas acima de tudo para o resultado que podermos dar para nosso país”, afirma.

Bulhões acredita que a “base sólida” do governo chegue a 350 deputados federais. E quanto ao 8 de janeiro, o deputado é enfático: “que se teve algo de positivo naquilo ali foi separar o joio do trigo”.