O irmão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, foi levado para a Central de Flagrantes por suspeita de violência doméstica, na noite deste sábado (18/11)
O médico João Antônio Holanda Caldas, que chegou a usar a “marca” de Dr JAC, mudou o nome nas eleições de 2022 e foi candidato a deputado federal como Dr. JHC. Em algumas das suas propagandas eleitorais era usada a foto do seu irmão JHC.
O médico foi levado por policiais militares, por suspeita de agressão contra a namorada, a cirurgiã-dentista Isadora Martins, para a Central de Flagrantes onde foi ouvido pelo delegado Vinicius Ferrari.
Em 2022 ele foi candidato a deputado federal, mas não conseguiu ser eleito. O nome de Dr. JHC teria sido sugestão do prefeito JHC que disse na campanha que confiava plenamente no irmão dele e que ele daria continuidade ao trabalho que fez na Câmara dos Deputados.
Segundo um servidor da Polícia Civil que acompanhou a chegada e o depoimento de Dr. JHC na Central de Flagrantes, o caso é típico de violência doméstica, mas aparentemente houve interferência política ou outro tipo de interferência.
“Em casos como esse, de violência contra a mulher, normalmente em 15 minutos os envolvidos chega a Central de Flagrantes. Nesse episódio o estranho é que entre a chegada PM no local da ocorrência até a transferência do acusado para a Central se Flagrantes foram mais de duas horas”, aponta.
A namorada de Dr. JHC também só chegou a Central de Flagrantes depois de duas horas e, segundo o servidor da PC, estranhamente após ter sido retirada do local da ocorrência por um militar que prestaria serviço a prefeitura de Maceió.
Na Central de Flagrantes Isadora teria negado a ocorrência de agressão física e relatou que uma discussão com o namorado (veja o Boletim de Ocorrência). Após depoimento ela saiu acompanhada de um advogado.
Dr. JHC teria tido a ajuda de um delegado que chegou ao local antes dele e o acompanhou na Central de Flagrantes. O delegado não estava de plantão. Em seguida, o irmão do prefeito foi liberado.
O caso está cercado de suspeitas de adulteração da “cena do crime”, segundo o servidor da Polícia Ciivl: “Foi esse militar, que também é comissionado da prefeitura e nomeado pelo prefeito JHC que chegou ao local e saiu com a vítima. E ele só levou a vítima para depor duas horas depois, após ter sido alertado por telefone por um superior que poderia sofrer punição severa se continuasse a interferir na investigação. Essa interferência será apurada pela PC”, avisa o servidor.
As informações foram confirmadas pela assessoria da Secretaria de Segurança Pública.
Veja o BO
Conversa esquisita da vítima. Chamou a polícia apenas por causa de uma ” discussão ” ? A obviedade é ululante. Governador, e essa história de um delegado e um militar, comissionado da prefeitura, terem ajudado o suposto enquadrado na Maria da Penha? É preciso determinar o retorno imediato de todos os militares que estejam cedidos ao bolsonarista JHC. A se confirmar a conduta desonrosa do militar e do delegado, manter militares a serviço do prefeito bolsonarista, ter-se- á episódios desta natureza a pior, maculando o prestígio da corporação.