Era pesadelo, virou sonho: AL ganha primeira fábrica de leite da agricultura familiar
   5 de junho de 2022   │     18:42  │  1

O fechamento da antiga Camila (Cooperativa Agropecuária de Major Isidoro) foi um pesadelo para a bacia leiteira de Alagoas.

A cooperativa que um dia foi Cila, depois Camil e, finalmente Camila, encerrou suas atividades em janeiro de 2009. A crise se agravou após a mudança na gestão da empresa. Uma administração marcada por erros e cercada de denúncias culminou com a falência..

A empresa, sediada em Batalha,  foi responsável durante várias décadas – especialmente no período em a esteve sob o comando de Luiz Dantas – pelo desenvolvimento da bacia leiteira de Alagoas e pelo emprego de milhares de trabalhadores no campo e na indústria.

A região  sentiu negativamente – com redução nos empregos e na renda dos produtores – o impacto do fechamento da única fábrica de leite em pó de Alagoas (que era sediada em Batalha) e de outros negócios da Camila na região.

Do pesadelo, para o sonho. Nesta segunda-feira (06/06) Alagoas vai ganhar a primeira fábrica de laticínios da agricultura familiar.

O antigo parque industrial da Camila foi arrematado em leilão por cooperados da CPLA, há dez anos. E após um intenso processo de investimentos, que contou com recursos do governo de Alagoas, bancada federal do Estado, governo federal e recursos próprios, será a base de um empreendimento arrojado, projetado para atender mais 5 mil pequenos produtores.

No mesmo espaço em que um dia foi a fábrica da Camila, está sendo montada a maior e mais avançada planta de leite em pó do Nordeste e única da agricultura familiar da região, com investimentos que passam dos R$ 40 milhões.

A Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL) da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) promete consolidar a participação da agricultura familiar em um dos mais importantes setores da economia de Alagoas – a cadeia produtiva do leite.

A planta, avisa o presidente da cooperativa, Aldemar Monteiro, foi construída para dar suporte à produção de mais de 2 mil cooperados que estão ligado à CPLA atualmente: “com o pleno funcionamento da UBL vamos poder atender mais de 5 mil pequenos produtores e ter uma capacidade instalada de processar mais de 600 mil litros de leite por dia”, aponta

“Esse é um sonho da CPLA e de toda a agricultura familiar, que graças a Deus está se tornando realidade”, afirma Monteiro.

Nesta segunda-feira (06/06) será inaugurada a primeira fase a indústria, que vai operar inicialmente com capacidade de processamento de 100 mil litros, com produção de leite pasteurizado, linha de fermentados, creme de leite e manteiga.

Nesta fase a UBL vai gerar 40 empregos diretos e mais de mil empregos indiretos, beneficiando mais de dois mil pequenos produtores de leite da região da bacia leiteira.

UBL começa a operar a partir desta segunda feiram 06 de junho, em Batalha-AL

Viabilidade

Há cerca de 10 anos, a CPLA lutava para inaugurar a UBL com o objetivo produzir leite pasteurizado, manteiga, fermentados, leite em pó, leite condensado, queijos e doces. A nova unidade foi instalada com recursos do Governo de Alagoas, através de termo de fomento da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura – SEAGRI e contrapartida da CPLA.

O governador Paulo Dantas, que participa da inauguração nesta segunda-feira, assegurou a manutenção de investimentos e liberação de recursos para a indústria e foi decisivo para consolidar o projeto, segundo a diretoria da CPLA.

A Cadeia Produtiva do Leite é a principal atividade econômica em 20 municípios alagoanos. Com um rebanho de cerca de 250 mil vacas, a produção anual supera os 600 milhões litros, tendo a maior produtividade do Nordeste.

Grande parte da produção é da agricultura familiar, segmento que vem recebendo incentivos do governo de Alagoas, através de programas de melhoramento genético, assistência técnica e especialmente do PAA Leite.

Além de atender mais de 100 mil famílias nas cidades, o programa de leite garante inclusão social e produtiva para mais de 3 mil agricultores familiares.

“O programa do leite foi e continua sendo fundamental para a agricultura familiar de Alagoas. Foi esse programa que garantiu renda ao produtor, dando a ele condição de chegar até aqui. O programa precisa continuar. Mas com a UBL, a agricultura familiar ganha uma nova modalidade de comercialização de sua produção e com isso poderá ampliar sua atividade, fortalecendo toda a economia da região”, aponta Aldemar Monteiro.

 

COMENTÁRIOS
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  1. Aderbal Monteiro Júnior

    Um sonho.
    Sonhado por muitos produtores de leite, a agricultura familiar sendo valorizada , uma grande redenção para quem produz e consume esse Ouro Branco.

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