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Alagoas tem pior resultado da história na geração empregos na Construção Civil
   26 de janeiro de 2013   │     22:06  │  3

Quem te viu, quem te vê.  O setor da Construção Civil foi o que gerou mais empregos em Alagoas entre 2009 e 2011. Em três anos, o saldo positivo somado representou mais  de 18 mil postos de trabalho com carteira assinada.

Em 2012, como o Gazetaweb já mostrou em reportagem publicada neste sábado  (http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=332636&e=1) Alagoas teve o pior desempenho do Brasil na Geração de Empregos. Em parte, esse resultado é reflexo da desaceleração ou da retração do setor da construção civil no Estado.

Levantamento feito pelo blog no Caged (Cadastro Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego MTE) mostra que o estado fechou 2012 com saldo negativo de -2.198  empregos no setor da construção civil.

A redução na comparação com o estoque de empregos em 2011 foi de -5,36%. Proporcionalmente foi o pior resultado entre todos os setores e segmentos econômicos, no ano passado.

Foi a primeira vez desde 2008 que o setor da construção fechou no vermelho na geração de empregos. Numericamente, a redução foi a maior da história do Caged (antes de 2003 não existem registros disponíveis) e proporcionalmente a terceira pior de toda a história.

Vai piorar

Esse ano o setor da construção deve continuar em desaceleração em Alagoas. As obras públicas perderam fôlego em Alagoas (o governo da presidente Dilma Rousseff está priorizando investimentos voltados para a Copa do Mundo e para o PAC) e o setor privado dá claros sinais de fadiga.

O setor imobiliário reduziu os lançamentos, diminuiu visivelmente o ritmo de construções em todo o Estado, especialmente em Maceió.

Angiquinho, primeira usina do Nordeste, comemora centenário
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Angiquinho, primeira usina do Nordeste, comemora centenário

Recebi texto sobre a história de Angiquinhos do professor Edvaldo Nascimento, vereador de Delmiro Gouveia pelo PCdoB e diretor da Fundação Delmiro Gouveia. É um breve relato das comemorações de um fato que considero dos mais importantes para a história de Alagoas.

Segundo Edvaldo, “a Usina de Angiquinho representa a concretização do legado de Delmiro Gouveia, um homem a frente do seu tempo que conseguiu proporcionar uma revolução ao gerar energia elétrica nesta região. Angiquinho representou uma nova fase da história econômica e social da região do semi-árido nordestino, bem como é a expressão da capacidade do povo sertanejo”.

A seguir, você pode ler o texto não íntegra:

No dia 26 de janeiro, a Usina Hidrelétrica de Angiquinho, a primeira do Nordeste, comemora o seu centenário. O local, situado no município de Delmiro Gouveia, é um dos principais cartões postais da cidade e representa o pioneirismo e a ousadia do industrial Delmiro Augusto da Cruz Gouveia. Cravada nos paredões rochosos, a usina fornecia energia elétrica para a Vila da Pedra, lugarejo que originou a cidade de Delmiro Gouveia.

Para celebrar a data, a Fundação Delmiro Gouveia (Fundeg), que é responsável pela preservação do local, preparou uma programação especial. No dia 21 a antropóloga alagoana Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros e o professor Elcio de Gusmão Verçosa participaram da aula inaugural na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Campus Sertão que teve como tema “Desenvolvimento do sertão do Nordeste: Industrialização e Educação”. A antropóloga ministra a aula também no campus de Santana do Ipanema.

No dia 26 acontece a solenidade oficial, às 10h, no sítio histórico, com o lançamento da Coleção Pensar Alagoas, organizada pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, contendo os livros “O Pioneiro de Paulo Afonso”, de Tadeu Rocha, e “O Ninho da Águia”, de Adalberon Cavalcante Lins.  O evento reunirá autoridades estaduais, municipais e regionais. À noite o cantor Eliezer Setton embala o público na Praça da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Para o historiador Edvaldo Nascimento, um dos pesquisadores do legado de Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, o centenário da Usina de Angiquinho é um marco para a história e a cultura não só de Alagoas, mas do país.  “A Usina de Angiquinho representa a concretização do legado de Delmiro Gouveia, um homem a frente do seu tempo que conseguiu proporcionar uma revolução ao gerar energia elétrica nesta região. Angiquinho representou uma nova fase da história econômica e social da região do semi-árido nordestino, bem como é a expressão da capacidade do povo sertanejo”, ressalta.

A trajetória de sucesso conferiu ao sítio uma carga cultural e histórica que lhe rendeu o tombamento pelo Governo do Estado de Alagoas no ano de 2006. Agora o local está em processo de tombamento nacional. Edvaldo ressalta que encontra-se na em andamento na Superintendência do Iphan Alagoas o processo solicitando o tombamento nacional do local.“Queremos este reconhecimento pelo seu valor histórico, ambiental e por representar um imenso potencial turístico para a região”, falou o pesquisador.

Edvaldo explica que o reconhecimento nacional será um grande marco na história de Delmiro Gouveia. “O tombamento nacional será um grande marco porque Angiquinho passará a ser patrimônio turístico e cultural não só de Alagoas, nem da Bahia, mas do Brasil, o que nos causa imensa satisfação e orgulho”, frisa. O centenário de Angiquinho está sendo realizado numa parceria entre a Fundeg, Chesf, Iphan, UFAL, Prefeitura de Delmiro Gouveia, Prefeitura de Paulo Afonso e Governo do Estado de Alagoas. 

Alagoas “esquece” um dos mais importantes fatos de sua história
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Pernambucano que vem morar em Alagoas estranha a paixão dos torcedores alagoanos por times do Rio de Janeiro e São Paulo. No Recife, é inaceitável que o clube do “coração” seja de outro estado. Sport, Náutico, Santa Cruz. Tem de ser um time da terra. O bairrismo pernambucano vai além. Está no frevo do carnaval, no maracatu, nas artes e até na política.

Se fosse construída em Pernambuco, Angiquinho seria certamente objeto hoje de grandes comemorações. A construção representa não só o início da industrialização do Nordeste, mas marca a transformação da região, simbolizando sua entrada no período moderno.

Primeira usina hidrelétrica do Nordeste, encravada no cânion do São Francisco, em Delmiro Gouveia, a construção histórica completa neste sábado 100 anos. A data só não passará completamente esquecida por conta da iniciativa do professor Edvaldo Nascimento.

Vereador do PCdoB, em Delmiro Gouveia, referência nos movimentos culturais, Nascimento se esforça para manter viva a história do pioneiro Delmiro Gouveia e organiza, hoje, as comemorações de Angiquinho.

Não fosse seu esforço a data –  que mereceu um pálido registro da Secretaria de Cultura do Estado – passaria praticamente esquecida. Para marcar o centenário será feito um ato hoje a noite, com o lançamento de dois livros (um deles, Ninho da  Águia, é relançamento) com certeza a data seria esquecida.

Prata da Casa

Para fazer o show de comemoração do centenário, na Praça Multieventos, em Delmiro Gouveia, convidaram o cantor Eliezer Setton. Ao menos nisso acertaram. Embora não cobre o cachê milionário da Ivete, para inaugurar hospitais, Setton é hoje uma das maiores referências na música alagoana e nordestina e suas apresentações costumam fazer sucesso em qualquer lugar do Brasil.

Deixo, a seguir, os links únicos registros do centenário de Angiquinho que encontrei no site da prefeitura de Delmiro Gouveia e no site da Agência Alagoas.

http://www.delmirogouveia.al.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=524&catid=36&Itemid=41

http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/noticias/usina-hidreletrica-de-anginquinho-completa-100-anos-no-proximo-sabado

Mais de 20 anos depois o sonho de GB vira realidade: o sertão vai “virar mar”
   25 de janeiro de 2013   │     22:37  │  1

Como estudante, Geraldo Bulhões liderou em Santana do Ipanema, sua terra natal, um movimento para levar a energia da Chesf para sua região. O símbolo desta luta, na década de 1950, foi a rádio candeeiro.

Naquele tempo as cidades tinham  energia a motor e ficavam às escuras cedo da noite. O movimento deu certo, a cidade ganhou luz e Geraldo Bulhões ganhou fôlego, ingressando anos depois na política.

Foi deputado federal por cinco mandatos e fez história ao liderar, mesmo na ditadura militar, grupos de dissidentes no Congresso. Em Alagoas Geraldo Bulhões, que a essa altura já era altura já era conhecido como GB, pregou o voto “camarão” em 1982.

GB era do PDS e não votava no então candidato a governador do partido, Divaldo Suruagy. Como o voto, por imposição da ditadura, era vinculado, ele passou a defender o voto camarão: o eleitor “jogava a cabeça fora” e votava apenas nos candidatos proporcionais.

Em 1991 GB chegou ao governo de Alagoas. Sertanejo, ele chegou cheio de ideias para o sertão. Com a ajuda do ex-presidente Collor ele construiu a adutora Pão de Açúcar/Olho d’Água das Flores e a nova adutora do Agreste, além de iniciar o sistema Pratagy em Maceió.

Para tornar o sertão independente e acabar a indústria da seca, sua ideia foi construir o canal do sertão, um projeto de captação da água do rio Moxotó, que cortaria Alagoas por mais de 100 km, levando água por todo o sertão, até chegar em Palmeira dos Índios.

O projeto começou (ele chegou a deixar 26 km prontos), mas com a saída de Fernando Collor da presidência foi interrompido em 1993.

Anos depois o projeto do canal foi retomado por iniciativa dos senadores Téo Vilela e Renan Calheiros.

E neste sábado, depois de todo esse tempo, terá água pela primeira vez. O secretário de infraestrutura, Marcos Fireman, confirmou, por telefone, que todos os testes foram feitos e que a água será bombeada, em definitivo, a partir deste 26 de janeiro, justo do dia em que Aingiquinho, outro projeto revolucionário para o Nordeste, completa 100 anos.

Um século depois do pioneirismo da energia elétrica no Nordeste, a liberdade do sertão chega através da água.

Idealizador do projeto, GB avisa que vai lá e não quer nenhuma homenagem: “quero apenas ser testemunha dessa nova história”, me disse.

Sobre o canal, ele resume: “é uma ideia” e emenda: “não se pode governar sem ideias”.

Secretaria da Paz diz o que faz com R$ 23 milhões de verba de custeio
   24 de janeiro de 2013   │     20:41  │  11

Os números falam por si. No ano passado a Secretaria da Promoção da Paz teve, como registrei aqui esta semana, mais de R$ 22 milhões de verba de custeio. Desse total, mais de R$ 8,3 milhões foram gastos como pagamento de prestadores de serviços. A Secretaria também pagou mais de R$ 3 milhões a empresas responsáveis por serviços administrativos e de limpeza, além de registrar despesas com locação de carros, diárias e passagens, entre outros.

Os leitores do blog reagiram com espanto e até indignação, por conta dos gastos aparentemente excessivos. Em função disso deixei aqui e na coluna Mercado Alagoas, que escrevo na Gazeta, perguntas que foram agora respondidas pela Assessoria de Comunicação da Sepaz.

Os questionamentos que fiz foram sobre o processo de contratação de pessoal (porque serviço prestado e não concurso? Fique atento, Ministério Público!) e sobre os números de atendimentos prestados pela Sepaz.

Em resumo, a Secretaria fez 5.292 atendimentos. Destes, 3.589 dependentes químicos foram encaminhados para internação nas comunidades acolhedoras. O texto fala de atendimento gratuito, mas não esclarece se a comunidades são mantidas com recursos da Sepaz.

Já o programa Acolhe Alagoas recebeu 637 solicitações de encaminhamento e as equipes do programa Anjos da Paz fizeram 1.923 visitas, o que teria resultado numa economia de R$ 215 mil para o estado.

Em resumo, é esse o destino dos quase R$ 23 milhões gastos pelo contribuinte com a Sepaz no ano passado.

A seguir você pode ler, na íntegra, a nota da Sepaz.

Atendendo a sua solicitação, respondemos às perguntas feitas na coluna Mercado Alagoas, na edição desta quarta-feira, 23 de janeiro de 2012.

A Secretaria de Estado de Promoção da Paz (Sepaz) assumiu a administração do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (NEAS) em abril de 2011, com equipe montada através de prestação de serviços. Desde então, a Sepaz formulou um Plano de Reestruturação para o NEAS, contemplando reformulação pedagógica, estrutural e de pessoal, mapeando a demanda e a qualificação de novos profissionais para o NEAS, baseada no novo modelo pedagógico que a Sepaz está implantando, voltado para a educação como forma de socialização dos adolescentes em conflito com a lei.

Quanto à segunda pergunta, sobre a quantidade de dependentes químicos atendidos pelo Acolhe Alagoas e os resultados efetivos do programa, repassamos os seguintes dados relativos ao ano de 2012:

No último ano, a Casa de Acolhimento, porta de entrada do programa Acolhe Alagoas, situada à Rua Silvério Jorge, 500, Centro, realizou 5.292 atendimentos, dos quais 3.589 resultaram em encaminhamentos para internação nas comunidades acolhedoras – ou seja, 3.589 dependentes químicos foram acolhidos em 2012 para recuperação, de forma totalmente gratuita;

Entre os 5.292 atendimentos que citamos acima, estão pedidos de acolhimento, solicitações de visitas dos Anjos da Paz, informações e  orientações pedidas por famílias, líderes comunitários e religiosos, além de  outros serviços da Superintendência de Políticas sobre Drogas, como atividades de prevenção e reinserção social;

O Acolhe Alagoas recebeu 637 solicitações de encaminhamento para acolhimento vindos de órgãos municipais e estaduais, sendo 324 apenas de Conselhos Tutelares ao redor do estado e 57 encaminhamentos da Promotoria de Justiça e de Juízes de Direito, atendendo e acolhendo pessoas em situações de vulnerabilidade social e até mesmo risco de morte;

Entre as 1.923 visitas de equipes dos Anjos da Paz – alcançadas apenas devido à duplicação da quantidade de equipes – 452 foram solicitações diretas da Defensoria Pública para auxílio na avaliação da necessidade de internação involuntária. Após a intervenção dos Anjos da Paz, 115 dessas visitas transformaram-se em internações voluntárias, gerando uma economia de mais de R$ 215.000,00 para o Estado (uma internação voluntária custa R$ 622,00 e a internação involuntária custa, em média, R$ 2.500,00 por mês).

Esperamos ter esclarecido suas dúvidas e desde já nos colocamos à disposição para mais informações.