Monthly Archives: fevereiro 2013

Alagoas perde mais de 2 mil empregos com carteira assinada em janeiro
   23 de fevereiro de 2013   │     15:17  │  3

A geração de empregos dá sinais de esgotamento em Alagoas. O quadro é de desaceleração em todos os setores. A construção civil, o comércio e a indústria, que vinham colaborando para abrir novos postos de trabalho no estado estão dando sinais de esgotamento.

Depois de registrar o pior resultado na geração de empregos no país em 2012 ( http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=332636) o mercado de trabalho começa 2013 no vermelho, com a perda de mais de 2 mil vagas com carteira assinada.

Dados do Ministério do Trabalho mostram que Alagoas registrou em janeiro de 2013 o pior resultado na geração de empregos para o mês desde 2008, quando o setor sucroalcooleiro do estado estava no auge da crise financeira internacional.

No mês passado, segundo o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) foram regisradas 9.337 admissões e 11.430 demissões. O saldo na geração de empregos ficou negativo em -2.093, o que representou  queda de -0,57% sobre o estoque anterior.

No link a seguir tem informações sobre o desempenho do Caged no Brasil, que também ficou abaixo do esperado: http://migre.me/dnXqj

Um quadro Preocupante

Mais grave que o resultado de janeiro é o desempenho de Alagoas no acumulado dos últimos 12 meses que também ficou negativo em -693 empregos ou -0,19% sobre o estoque do período anterior. A evolução dos últimos 12 meses elimina o efeito da sazonalidade e mostra a desaceleração na geração de empregos.

O aumento das demissões em janeiro reflete, em parte, a crise enfrentada pelas usinas do estado que estão terminando a moagem mais cedo na safra 12/13. Mas o setor, que está computado na indústria de transformação, não é o único a perder postos de trabalho.

Setores importantes como comércio e serviços ou perderam vagas ou criaram muito poucas (como mostra a tabela abaixo).

caged 01-2013

Sem previsão de chuvas, pior seca da história pode se agravar em Alagoas
   22 de fevereiro de 2013   │     19:22  │  2

Alagoas vive hoje a pior seca e que se tem notícia em toda a sua história. É verdade que o ponto de vista climático é uma história recente. As primeiras anotações pluviométricas foram feitas no estado a partir de 1915 nas usinas Leão (Rio Largo) e Serra Grande (São José da Lage).

Os registros dos pluviômetros das duas usinas mostram que a seca de 2012, que se estende agora por 2013 é a pior desde que os registros começaram a ser feitos  há 98 anos.

A queda nos índices pluviométricos chega a 80% em algumas regiões do estado – especialmente no agreste e sertão.

E pior do: a tendência, por enquanto, é que o atual comportamento, de chuvas abaixo da média, permaneça. As previsões do governo federal, por enquanto, são de agravamento da seca na região do semi árido.

“A perspectiva é que esse ano continue chovendo abaixo da média”, registra o superintendente do MDA em Alagoas, Gilberto Coutinho, depois de receber informações do Inpe.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas, Napoleão Casado, também não tem boas notícias sobre chuvas: “todos os estudos, todos os prognósticos, mostram a permanência do quadro atual”, afirma.

O governo do estado tem feito consultas a vários meteorologistas. A resposta é sempre a mesma: não existem previsões de chuvas.

Em outras palavras, devemos esperar o melhor, mas nos preparar para o pior.

Apenas 37,5 mm

Reproduzo a seguir texto da Assessoria do Sindaçúcar-AL sobre as chuvas na zona canavieira de Alagoas:

Apesar das chuvas ocorridas em Alagoas em janeiro passado, os índices pluviométricos permaneceram abaixo da média histórica. Segundo levantamento realizado pelo Sindaçúcar-AL, a precipitação pluviométrica no mês foi de apenas 37,5 mililitros (mm) em 6,3 dias.

Em comparação a média histórica de 74,7 mm prevista para janeiro e que representa o acumulado das últimas 28 safras, a variação negativa no período foi de – 49,7%. Com isso, a precipitação pluviométrica de janeiro de 2013 foi menor das últimas quatro safras em Alagoas.

De acordo com os dados colhidos pelo Sindaçúcar-AL, em janeiro do ano passado, a região canavieira do Estado registrou um índice pluviométrico de 82,2 mm em pouco mais de 11 dias de chuva.

Desde o início da safra 12/13 – que começou a setembro de 2012 – a precipitação pluviométrica na região canavieira manteve-se abaixo da média histórica. Os dados apresentados apontam para um índice pluviométrico acumulado de 141,5 mm. A média histórica acumulada dos cinco meses corresponde a 397,7 mm.

Taxas da Junta Comercial de Alagoas estão entre as mais caras do Brasil
     │     8:29  │  5

As taxas cobradas pela Junta Comercial de Alagoas (Juceal) para registro de novas empresas e outros serviços para o setor do comércio estão entre as mais caras do Brasil. É o que revela pesquisa na tabela de preços do órgão em comparação com juntas de outros estados.

Em Alagoas a Juceal cobra R$  81 para fazer o registro de empresário individual (EI). Em São Paulo mesmo serviço sai por R$ 24, uma diferença de 70%. No Rio Grande do Norte, estado que cobra uma das maiores taxas do país, o mesmo serviço sai por R$ 65. No Ceará a Junta Comercial cobra R$ 54 pelo registro da EI.

Enquanto a taxa da Juceal para inscrição de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) sai por R$ 194 registrada, em São Paulo o mesmo serviços  sai por apenas R$ 54.

Aumento

Os preços praticados pela Juceal foram reajustados a partir deste mês. O aumento das taxas cobradas pela Junta para registro de empresas este ano foi de cerca de 8%, superando a inflação do período.

A Junta Comercial realizou, em 2011 (última estatística disponível) 6,7 mil operações, sendo 2,4 mil registros de constituição,  3,6 mil registro de alteração e 650 registro de extinção de empresas, afora serviços de atas e emissão de certificados.

O órgão vai na contramão do governo federal que tenta reduzir custos para as empresas com desoneração de impostos e até com a redução de tarifas de energia.

A atualização de preços foi aprovada pelo Plenário da Juceal. A tabela com o valor atualizado das taxas de serviço pode ser conferida no endereço: www.juceal.al.gov.br/portal/arquivos/tabela_preco.pdf

Empacou: governo suspende entrega de bagaço de cana para produtores de leite
   21 de fevereiro de 2013   │     16:02  │  2

Nas últimas semanas a problemática da seca ganhou prioridade na agenda do governo do estado de Alagoas.

Os R$ 10 milhões que, registrei aqui em primeira mão, “mofavam” nas gavetas do Comitê de Combate a Seca, há mais de seis meses passaram a ser utilizados na aquisição de farelo de milho e na contratação de carros pira. De quebra o governo conseguiu mais R$ 5 milhões para o abastecimento de água.

Apesar da pressão dos produtores rurais e dos prefeitos, nem todas as promessas saíram do papel. Os prefeitos estão reclamando – com razão –  do atraso na da ação de limpeza de açudes e barragens. Os produtores reclamam da suspensão das entregas do bagaço de cana que deveria alimentar os animais

O comitê de combate a seca não deve conseguir distribuir as 6,6 mil toneladas de bagaço de cana aos produtores de leite do sertão – como havia sido prometido desde junho do ano passado.

De acordo com um  dos seus integrantes do comitê “falta” bagaço em Alagoas. Até agora, segundo informações oficiais, foram distribuídas apenas 600 toneladas.

Bagaço tem, mas as usinas não teriam certidões para fornecer ao estado. “E as indústrias que tem documentação não querem vender por conta da geração de energia”, explica o “integrante” do comitê.

Apenas 10%

De acordo com a Nota Técnica 20, do Comitê da Seca, elaborada após a última reunião, realizada em 5 de fevereiro, em Pão de Açúcar, “600 toneladas foram distribuídas, no momento a distribuição está suspensa por falta de produto”.

A proposta seria de “aquisição de 6.600 toneladas: (200 toneladas por Município – mínimo de 1.100 animais / 60 dias). Total FECOP R$ 330.000,00 (50,00 por tonelada)” – os dados são oficiais, do Comitê da Seca.

Outra ação atrasada é a “contratação de 11.880 horas/máquina para realização das obras de recuperação (360h/máquina por município / média de 45 açudes e ou barragens por município); Valor Total: R$ 1.430.000,00”.

De acordo com o presidente da Comissão dos Prefeitos da Seca, Avânio Feitosa, os números não batem: “o cronograma não foi cumprido em todas as cidades”.

 Fome e sede

Várias associações de produtores de leite do sertão estão à beira do desespero. Sem o volumoso, os animais podem morrer de fome. “A situação é crítica. O governo precisa parar de prometer e agir”, diz o presidente de uma associação.

Além da falta de comida, os animais sofrem com a falta de água.

Vale aqui reforçar a sugestão do presidente da Faeal Álvaro Almeida: “o governador poderia pedir aos empresários do setor a doação do bagaço.

Um “presente”: Téo Vilela convida GB para a inauguração do Canal do Sertão
   20 de fevereiro de 2013   │     20:48  │  6

Governador de Alagoas de 1991 e 1994, Geraldo Bulhões, o GB, gostava de boas conversas. Ouvido sempre atento, “pescava” sempre uma boa ideia. E se possível, transformava em uma a sugestão em projeto.

Sertanejo, ele se inspirou na visita de Dom Pedro II à Cachoeira de Paulo Afonso  (em 1859). Na época o imperador defendeu um melhor aproveitamento daquelas águas. Outra inspiração a do pioneiro Delmiro Gouveia , que na primeira década do século XX já irrigava, por gravidade, plantações de algodão  no sertão. A Inspiração definitiva para conceber o canal do sertão veio de um projeto de irrigação do Peru. A ideia era levar água por gravidade, de um ponto de captação em Moxotó, cortando o sertão até chegar 250 km depois a Arapiraca.

Era um sonho que ele tirou do papel e começou a transformar em realidade. O projeto ficou, depois, “dormindo”, esquecido, durante muitos anos, sendo retomado em 2001, já no governo de Ronaldo Lessa e acelerado na gestão de Téo Vilela.

Desde que a construção começou já se passaram 21 longos anos. Houve momentos em que se pensava que o canal ficaria lá, escavado, como mais uma obra abandonada – entre tantas outras.

De todas as obras e projetos que GB começou em seu governo essa, certamente, é a que vai demorar mais tempo para ser concluída. Mas valerá a pena. Não só para o ex-governador, mas também para uma polução de mais de 1 milhão de alagoanos.

A água do canal do sertão vai baratear, no futuro, os custos de abastecimento urbano e viabilizar projetos de irrigação.  No futuro, mesmo, porque agora, embora já com água, o Canal ainda não será utilizado – a não ser em modestíssimos projetos de irrigação ou no abastecimento de carros pipa.

Ainda assim a inauguração do primeiro trecho, no 11 de março, com presença da presidente Dilma Rousseff, será um grande passo.

E GB estará lá, como testemunha da história. Ontem ele recebeu, na casa dele, na Santa Amélia, a visita do atual governador. Téo Vilela foi lá, convidá-lo para o ato.

O convite, feito justo no dia em que o ex-governador completou 75 anos, pode ser considerado um presente, um reconhecimento a quem ajudou a construir, no passado, os dias de hoje.