Depois de três meses exercendo o mandato de deputado federal, Alexandre Toledo – ainda no PSDB, mas a caminho do PSB de Eduardo Campos – está convencido de que o governo federal encontrou uma fórmula mais eficiente para manter o chamando “mensalão”, sistema operado no governo Lula que bonificava financeiramente alguns deputados da base aliada.
“A Dilma transformou as emendas parlamentares num mensalão oficial”, avalia.
Como assim?? Alexandre Toledo diz que o governo elevou o valor das emendas de R$ 3 milhões para R$ 15 milhões para cada deputado, para tornar o processo mais atrativo.
“Todo mundo em Brasília sabe que só são liberadas as emendas dos deputados que seguem a cartilha da presidente. Do jeito que está, virou um mensalão oficial”, aponta Toledo.
As críticas também são estendidas ao tratamento dado aos municípios, o que beneficiaria o processo de controle político. A redução das transferências federais (FPM) para os municípios é feita, acredita Toledo, de forma proposital. “eles empobrecem os municípios porque querem ver os prefeitos de pires na mão”.
Caso raro
O deputado federal é até agora o único da bancada de Alagoas a fazer declarações abertas contra o governo do PT e da presidente Dilma Rousseff. E faz isso mesmo estando prestes a se filiar a um partido, o PSB, que está na base aliada. O projeto de Toledo no PSB seria a disputa de uma vaga na majoritária.
Ao assumir um tom crítico em relação a presidente Dilma Rousseff, Toledo cria um diferencial. Até agora praticamente todos os outros nomes que podem disputar um cargo majoritário em Alagoas são aliados ou, mesmo na oposição (caso de Téo Vilela), fazem elogios a presidente.
Além de Toledo, a vereadora Heloisa Helena, do PSOL, que deve disputar uma vaga ao Senado, também faz oposição a Dilma Rousseff.