Monthly Archives: fevereiro 2014

‘Morte (de empresário) pode não ter sido motivada por assalto’
   26 de fevereiro de 2014   │     23:15  │  2

Uma importante autoridade do estado me disse na noite desta quarta-feira, 26,  que a polícia trabalha com outras motivações para o assassinato do dono do Maikai : “pode não ter sido um simples assalto”, resumiu.

Como outros crimes de repercussão, o assassinato de Guilherme Brandão provocou uma forte reação no meio empresarial e na sociedade – especialmente na chamada classe média de  Maceió. Não era para menos. Ele era muito querido. Além disso a morte de alguém tão importante, tão bem relacionado, serve para lembrar que todos estão “no mesmo barco”.

A mobilização foi imediata, forçando uma ação rápida do governo do Estado.

Tanto que a polícia, após a nomeação de um delegado especial, já sinaliza que deve desvendar rapidamente o crime.

O delegado, Carlos Reis, no seu primeiro pronunciamento praticamente descartou o assalto como motivação do crime ocorrido nesta quarta-feira pela manhã em Maceió.

As investigações do assassinato do empresário Guilherme Brandão são sendo realizadas pela Delegacia de Homicídios da Capital e 2º Distrito Policial.

“Durante a investigação todas as hipóteses são averiguadas. É prematuro fazer qualquer especulação sobre a motivação do crime nesse momento”, disse Reis, reforçando a possibilidade de outra motivação.

E que motivação seria essa? “A polícia avalia algo do passado e não descarta a possibilidade de um acerto de contas como motivação”, me disse essa autoridade.

Um agente que acompanha de perto a investigação não descarta, no entanto, o assalto seguido de morte: “quando morre um cara gente boa como o Guilherme as pessoas ficam buscando uma explicação, sem querer acreditar no mais óbvio, que  pode ter sido um simples assalto. No meu caso, acho essa hipótese bastante factível”, disse.

 Prisão de dois suspeitos

Desde a tarde desta quarta-feira dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil me confidenciou  o agente: “os retratos só não foram divulgados porque estão sendo feitas investigações para comprovar se são eles mesmos que aparecem nas imagens das câmeras de segurança”, explicou.

João Lyra silencia sobre seu afastamento do comando do Grupo JL
     │     19:18  │  1

Até o momento o empresário e deputado federal João Lyra não emitiu nenhuma opinião sobre o processo de decretação de falência da Laginha Agro Industrial S/A, holding que controla as empresas do Grupo João Lyra – entre cinco usinas de cana-de-açúcar, uma empresa de  táxi aéreo e uma revenda de automóveis.

Durante todo o dia jornalistas de vários veículos de comunicação tentaram conseguir informações na sede do Grupo JL, em Maceió, sem sucesso.

Afastado da direção do grupo, o empresário João Lyra não apareceu no local e até às 18h00 o administrador judicial Ademar Fiel, nomeado pela Justiça como síndico da massa falida não havia aparecido por lá.

“O administrador não veio aqui nem ontem nem hoje”, me disse por telefone um assessor de imprensa do grupo. “Não podemos dar mais informações, não sabemos como será o procedimento daqui por diante. Estamos esperando orientação do administrador”, completou.

O assessor também não soube informar se João Lyra vai entrar com recurso contra a decretação de falência no STJ. Os advogados do Grupo também não foram ao escritório nesta  quarta-feira, 26.

O deputado João Lyra só deve quebrar o silêncio depois que decidir o que fará no campo jurídico – até porque qualquer declaração pode atrapalhar o julgamento dos recursos e sua participação no acompanhamento processo de falência.

Falência: acórdão sai no diário e João Lyra perde comando do Grupo JL nesta quarta
   25 de fevereiro de 2014   │     20:44  │  1

O último ato que faltava para o afastamento – de fato e de direito – do empresário e deputado federal João Lyra, PSD, do comando do Grupo JL, será publicado no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça de Alagoas nesta quarta-feira, 26.

A publicação do acórdão ocorre menos de uma semana depois da decisão da 1ª Câmara Cível do TJ/AL que nega o agravo de instrumento contra a convolação de recuperação judicial em falência da Laginha SA – nome jurídico do Grupo JL e que reúne cinco usinas, sendo três em Alagoas e  duas em Minas  Gerais.

Com a publicação do acórdão, o empresário João Lyra perde qualquer poder de decisão no grupo e o comando será assumido de imediato  pelo contador Ademar Fiel, que tem escritório de contabilidade em Maceió.

Resta ao empresário apresentar, a partir de agora, recurso especial, que deverá ser encaminhado ao STJ.

A confirmação da publicação do acórdão foi publicada na noite desta terça-feira, 25, no portal do TJAL.

“CERTIDÃO DE DISPONIBILIZAÇÃO E PUBLICAÇÃO  CERTIFICO, que foi disponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça de Alagoas em 25/02/2014 o(a) Acórdão e considerado(a) publicado(a) em 26/02/2014, nos termos do Artigo 4º, § 3º, da Lei nº 11.419/2006. O referido é verdade, dou fé. Maceió, 25 de fevereiro de 2014. Margarida Maria Melo Secretária da 1ª Câmara Cível”.

No portal também foi publicado ofício dando ciência da publicação do acórdão ao procurador de Justiça José Artur Melo.

“Ofício TJ/SCC nº 0155/2014 Maceió, 25 de fevereiro de 2014 Ref. Agravo de Instrumento nº 0801716-63.2013.8.02.0900 A Sua Excelência o Senhor Doutor José Artur Melo Procurador de Justiça Assunto: Ciência do Acórdão. Sessão Ordinária: Senhor Procurador, De ordem do(a) Excelentíssimo(a) Des. Tutmés Airan de Albuquerque Melo, dou ciência a Vossa Excelência do inteiro teor do venerando Acórdão, proferido nos autos do Agravo de Instrumento nº.0801716-63.2013.8.02.0900 da Comarca de Foro de Coruripe, em que figuram como Agravante: Laginha Agro Industrial S/A. e como Agravado: Massa Falida de Laginha Agro Industrial S/A, cuja cópia segue anexa. Respeitosamente, Belª. Margarida Maria Melo Secretário(a)1ª Câmara Cível” 

Em fase de calmaria, oposição só discute majoritárias em abril
     │     18:56  │  0

Depois do encontro em Arapiraca, no dia 14 deste  mês, a frente de oposição entrou numa fase zen – literalmente. Os desentendimentos na composição da chapa majoritária abaram a tal ponto que não se tem ouvido sequer comentários nos bastidores.

A articulação feita por Ronaldo Lessa baixou a temperatura na Frente de Oposição e abriu caminho para a discussão da chapa proporcional.

Até 7 de abril, quando acontece o terceiro encontro, desta vez em Penedo, a ordem é evitar falar mais de candidatos majoritários.

Na prática já é consenso no chapão que a indicação do candidato a governador será feita pelo PMDB e o candidato a senador será do PTB.

A divergência que pode surgir será em torno da indicação do vice, mas isso só deve ocorrer  perto da convenção.

Para Lessa não existe definição de quem indicará o vice. “Pode ser um nome qualquer partido, inclusive do PT, mas não existe compromisso nesse momento com nenhuma legenda”, pondera.

Para Lessa, o perfil ideal será o do vice agregador: “de preferência é bom que tenha votos, mas o fundamental é que o vice seja alguém que consiga unir todos os partidos, que seja um nome de  consenso”.

Até abril os partidos da oposição vão concentrar esforços em outras questões: “Estamos cuidando do plano de governo e das composições proporcionais. Só voltamos a discutir as eleições majoritárias depois de 4 de abril, quando acaba o prazo para o atual governador se decidir”, adianta Ronaldo Lessa, presidente estadual do PDT.

Nonô e Gabeira, parte 2: a polícia prende e a Justiça solta, rapidinho
     │     14:17  │  0

Acabo de ver Fernando Gabeira falando sobre a violência em Alagoas.  A leitura dele é surpreendente. Ele enxergou em Maceió uma metrópole com problemas semelhantes aos de outras grandes cidades, tomada pelo crack, marcada pela exclusão social, mas que ao mesmo tempo ainda mantém características rurais, que é bela e, paradoxalmente, tranquila.

Também surpreendente é sua conversa com José Thomaz Nonô. Estimulado por Gabeira, o vice-governador revela histórias e, sem meias palavras, “conta tudo”.

Nonô conta a Gabeira, por exemplo, que pouco antes de ir para a entrevista, às 3 da tarde,viu alguns adolescentes fumando cachimbo de crak na porta de um banco “ostensivamente” e admitiu que “não temos policiamento ostensivo em número suficiente para inibir isso”.

Zé Thomaz continuou: “agora os paradoxos, a polícia de Alagoas talvez seja percentualmente a que mais prende no Nordeste, mas o tempo de permanência média de um traficante na prisão não  passa de 48 horas”.

Ele continua com um exemplo que considerou impressionante, de um policial que foi até seu gabinete: “O policial prendeu dois traficantes, levou para a delegacia e no outro dia  o traficante estava na porta da casa dele, sorrindo e ameaçado sua família… quer dizer com que tranquilidade o policial vai para rua deixando o cidadão que ele prendeu dias antes na porta da sua casa encarando a sua família?”.

Nonô explica as  razões da violência: “esse clima de estagnação econômica que vigorou um certo tempo é um caldo de cultura extraordinário para a droga e tudo ruim que ela traz. Quando o traficante não tem aval e garantia de receber o que investiu a curto prazo ele aterroriza, ele esquarteja, ele mata da forma mais degradante e absurda possível, para promover o clima de terror necessário. Ouvi uns dias atrás a escuta de um traficante…ele falava com outro…você não matou fulana?…mas fulana tem 14 anos… não perguntei a idade, ela me deve 50 reais…ou você mata ela até sábado ou eu lhe mato no domingo…”

Gabeira quis saber, por fim  se o problema tem solução.

“O problema”, avalia Nonô, “é gravíssimo e exige política multifacetada. Não vamos resolver isso só com repressão. Não vamos resolver isso só com pedagogia. Na realidade precisa uma visão de inserção social, um pouco de crescimento econômico, preciso do oferecimento de emprego, se saúde,  de educação… acho que o Brasil apesar de todas as vicissitudes vai caminhando”…

O programa completo você pode ver no link a seguir:

http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/02/capital-de-alagoas-e-apontada-como-cidade-mais-violenta-do-brasil.html