s relações do PMDB com o Palácio do Planalto não são as melhores no momento, como se sabe. Mas nada que atrapalhe as relações institucionais entre a presidente e os governadores do partido. Tanto que ela foi receptiva a agenda apresentada por Renan Filho, nessa quarta-feira, 25, durante reunião com governadores do Nordeste
Os governadores trataram de uma pauta comum para a região. Eles querem ajuda para atravessar 2015 “inteiros” e pediram que a presidente mantenha os investimentos de infraestrutura no Nordeste, mais verbas para a saúde e a regulamentação do novo indexador das dívidas de estados e municípios, entre outros pontos.
De Alagoas, Renan Filho apresentou dois pontos que são de interesse específico, mas que também atendem outros estados da região. Ele pediu que o governo libere o quanto antes a subvenção da cana para os fornecedores e do etanol para as indústrias.
Os recursos, avisa o governador, são essenciais não apenas para os produtores, mas também para o estado, na medida que vão “irrigar” a economia, movimentando investimentos na atividade.
A subvenção representa, para Alagoas, uma “injeção na veia” de mais de R$ 200 milhões, que pode tirar da UTI o setor sucroalcooleiro do estado.
Energia
Renan Filho pediu ainda que o governo renove os contratos especiais de fornecimento de energia para os consumidores eletrointensivos. Feitos diretamente com a Chesf, esses contratos atendem grandes empresas – caso da Braskem – mas beneficiam diretamente toda a cadeia produtiva.
No Nordeste, as empresas que tem contrato especial geram de mais de R$ 15 bilhões e mais de 80 mil empregos.
Em Alagoas, são 15mil empregos e 60 indústrias que dependem diretamente da renovação desse contrato. Por isso, o governador reforçou o pedido que vem sendo feito por líderes do setor produtivo.
A energia, segundo o governador, é essencial para Alagoas continuar gerando empregos e se desenvolvendo. A renovação dos contratos, que estão em vigor até junho, depende de uma decisão da presidente Dilma Rousseff, que já sinalizou positivamente.
Ajustes
Tanto o contrato e a subvenção, quanto os investimentos em infraestrutura, avisa o governador Renan Filho, estão atrelados a aprovação do ajuste fiscal.
Os governadores se comprometeram a ajudar na aprovação do “ajuste fiscal”, até porque dependem disso para que a presidente volte a liberar recursos para obras em todo o país. Na avaliação de Renan Filho, quanto mais demorar a aprovação, pior será para o país.
Renan Filho defende pressa na aprovação, mas acredita que caberá ao Congresso Nacional aprovar “o melhor” ajuste para o país. Até porque ele sabe que o governo terá de dar os anéis e quem sabe alguns dedos para aprovar o “pacote de maldades” de Levy.