A cada dia os estragos provocados pela seca aumentam. As perdas são incalculáveis – ao menos no caso de Alagoas. Aqui, como quase tudo, o improviso é a regra.
O estado de Pernambuco, por exemplo, contratou a USP para realizar um levantamento das perdas do rebanho. Com o estudo, será possível planejar ações após a volta da chuva.
Em Alagoas ninguém sabe quantos animais morreram. Vai no “chute”. A Associação dos Criadores estima que as perdas chegam a 30% no gado leiteiro, sendo 15% de morte por conta da seca e o restante por abate precoce.
Os números que temos são esses: perdas de R$ 500 milhões no setor sucroalcooleiro, com prejuízos maiores para os pequenos produtores, redução de 30% do rebanho e quebra de 60% a 80% na produção de milho e feijão. São apenas estimativas, que apesar disso podem ajudar a reforçar pleitos do estado em Brasília.
Asituação se agravou a tal ponto que a bancada federal de Alagoas quer um encontro, esta semana, com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para pedir reforço das ações federais no estado.
O deputado federal Maurício Quintella, PR-AL, está articulando a reunião com Gleise. Ele adianta que toda a bancada vai participar: “será um encontro por Alagoas. Vamos deixar de lado as diferenças partidárias e trabalhar para garantir a efetividade das ações do governo federal no estado”.
Emergência será prorrogada
O governo de Alagoas deve renovar esta semana – pela terceira vez em um ano – o decreto reconhecendo estado de emergência em 37 cidades do agreste e sertão por conta da seca.
A validade do decreto é de seis meses. Mas o secretário executivo do Comitê Integrado de Combate a Seca avisa que, mantidas as previsões dos meteorologistas, a emergência deverá ser prorrogada pelo menos mais uma vez, para perdurar até março de 2014.
A novidade no próximo decreto é a inclusão de novos municípios na emergência por conta da seca. É o caso de Viçosa, Teotonio Vilela e Campo Alegre. “Do jeito que vai, é capaz de não ficar nenhum município de Alagoas de fora”, desabafa Napoleão Casado.