Monthly Archives: abril 2013

Grupo JL não é o único em crise no setor sucroalcooleiro em AL
   24 de abril de 2013   │     5:26  │  3

Enquanto o Grupo João Lyra busca uma saída para espantar o fantasma da crise, a partir de um acordo empresarial que está sendo negociado pelo deputado federal João Lyra (PSD-AL), presidente do grupo, e Robert (Bob) Lyra, presidente da Delta Sucroenergia, outras usinas de Alagoas agonizam.

Das 24 usinas de Alagoas, pelo menos metade enfrenta dificuldades para manter seus pagamentos rigorosamente em dia. Um especialista no setor explica que as dificuldades são decorrentes de um conjunto de fatores: “a crise mundial derrubou os preços do açúcar no mercado mundial, o preço do etanol  está atrelado a gasolina e não sobe há oito anos e,para complicar, no caso alagoano, veio a seca que reduziu a produção estadual em cerca de 15%”.

Algumas usinas de Alagoas, como se sabe, ainda enfrentam o agravante de não ter acesso ao crédito bancário, por falta de CND (Certidão Negativa de Débitos).

“Nesse cenário, a única forma de crédito é a venda antecipada de açúcar para as tradings. O problema é que a safra ficou menor, os caíram e os custos aumentaram. Somente nesta safra que acabou agora as  perdas do setor ficaram acima de R$ 400 milhões. Por isso, as empresas terão dificuldades para honrar seus compromissos em dia”, adverte.

Assim, anote aí, além do Grupo JL, outras usinas do estado já enfrentam problemas para pagar fornecedores de cana e do comércio. Algumas empresas estão parcelando o pagamento e prorrogando alguns vencimentos para a próxima safra.

Empresas do setor que decidiram prorrogar os pagamentos tentam negociar prazos mais elásticos até com trabalhadores: “se não for assim, as empresas não terão como honrar seus compromissos, mas o importante é que todos os compromissos serão honrados”.

Em outras palavras, segundo esse especialista, o que as empresas vão fazer é compartilhar as dificuldades: “as empresas vão pagar, mas só poderão fazer isso a partir de operações financeiras no mercado ou terão de aguardar o início da próxima safra”.

O peso do setor

No estado o setor sucroalcooleiro é o mais importante da economia, com faturamento acima de R$ 2 bilhões safra, produção de mais de 24 milhões de toneladas de cana e geração de mais de 100 mil empregos diretos e indiretos durante a safra.

Qualquer crise nas usinas pode – e deve – provocar estragos na economia do estado.

Nomes aos bois

Essa semana o presidente da Associação dos Plantadores de Cana, Lourenço Lopes, ameaçou nominar as usinas que estão devendo aos fornecedores de cana. “Se as empresas não apresentam uma proposta de pagamento vamos denunciá-las”, avisa. Segundo ele, mais de 30% dos 7,4 mil fornecedores de Alagoas estão prejudicados pelos atrasos das usinas.

Governador deve promover minirreforma no secretariado
   23 de abril de 2013   │     19:15  │  2

Um minirreforma política está em andamento no Palácio dos Palmares. A troca de dois ou três secretários só depende agora,segundo assessores palacianos, do governador.

Téo Vilela costuma demorar em algumas decisões – especialmente na troca de pessoal. O governo avalia a troca de nome para acomodar alguns aliados políticos que não estão contemplados atualmente.
O grupo do deputado João Caldas, que está fora do governo, poderá ser contemplado nesta mudança, enquanto outros partidos podem perder representatividade.

As mudanças também teriam o objetivo de dar uma sacudida em pastas que estão sofrendo de “fadiga”. Duas a três secretarias podem ganhar novos titulares nas próximas semanas.

Quanto a área de segurança, nem um comentário sobre mudanças no Palácio. Até onde se sabe, Téo Vilela vai de Dário César até o final do seu mandato – que pode ser em abril ou dezembro de 2014.

A mudança também não atinge nenhum secretário do núcleo duro do governo (Seinfra, Gabinte Civil, Sefaz e Seplande), nem a Secom, que era alvo de frituras há algumas semanas.

João Lyra e Bob Lyra negociam saída para crise no Grupo JL
     │     5:38  │  4

A crise financeira que afeta o Grupo João Lyra, que já foi um dos maiores do Brasil, pode estar perto do fim. Um acordo empresarial que está sendo negociado pelo deputado federal João Lyra (PSD-AL), presidente do grupo e o empresário Robert (Bob) Lyra pode resultar num desfecho favorável.

As negociações eram tema de conversas de bastidores, mas foram confirmadas ontem a noite com uma nota oficial do Grupo JL.

O mercado especula que Bob Lyra assumirá nos próximos dias o comando  de todas as cinco usinas do Grupo JL. São três unidades em Alagoas (Uruba, Guamuxa e Laginha) e duas em Minas Gerais (Vale do Parnaíba e Triácool).

O controle seria assumido por Bob através de arrendamento ou (hipótese mais provável) transferência do controle de 50% mais um das ações do Grupo JL. Os detalhes não foram revelados.

“Já está tudo certo. Bob Lyra vai assumir o comando total do grupo”, me disse um dos assessores do grupo que pediu para não ser identificado.

Leia a nota do grupo JL

“A presidência do Grupo João Lyra, através do empresário João Lyra, em conjunto com a presidência do Grupo Delta Sucroenergia, através do seu presidente Robert Lyra, vem à público informar que estão em avançado processo de negociação e que poderão em breve anunciar ao mercado a conclusão desta parceria”.

Quem é Robert Lyra

Empresário com atuação em MG (onde controla três usinas e uma produção de mais de 10 milhões de toneladas por safra), Bob Lyra é filho de Carlos Lyra e sobrinho de João Lyra. Ele atuou em Alagoas até a década passada e, depois de entendimentos com a família, concentrou seus negócios em Minas Gerais. Bob é considerado um empresário arrojado, bem ao estilo do seu pai e do seu tio, nos tempos áureos.

Perspectivas

O Grupo JL, como se sabe, enfrenta uma crise financeira e um processo de falência. A associação com a Delta pode reverter o processo falimentar, com a recuperação das unidades industriais. O potencial de produção em Alagoas é de 3 milhões a 4 milhões de toneladas de cana própria. Em MG o potencial de processamento de cana é maior, dependendo da capacidade de investimentos.

A dívida do Grupo JL é desconhecida oficialmente, mas é estimada por quem conhece o processo de recuperação judicial, em cerca de R$ 2 bilhões. A maior parde do débito é com bancos, mas socialmente o maior problema é a dívida com fornecedores, principalmente de cana, e trabalhadores. Atualmente o pedido de falência do grupo, que está sendo julgado no TJAL, está suspenso por conta de um pedido de vistas do desembargador Tutmés Airan.

Chico Tenório: Rosinha e Alexandre Toledo são bem-vindos no MD
   22 de abril de 2013   │     20:40  │  1

Nascido da fusão do PPS com PMN, o partido “Mobilização Democrática” abre uma janela para a acomodação (pode chamar de troca troca) partidária em até 30 dias depois de seu reconhecimento pelo TSE.

Em Alagoas, as consultas e especulações já começaram a ser feitas. No estado alguns deputados federais e estaduais poderiam se filiar ao novo partido. Entre os nomes citados estão Rosinha da Adefal (PTdoB) e Alexandre Toledo (PSDB).

“Eles são muito bem vindos no MD” adianta Francisco Tenório, deputado federal que integra a nova legenda. “São dois nomes de peso, comprometidos com Alagoas, que se quiserem se filiar ao partido, serão bem recebidos”, aponta.

As especulações são cada vez maiores. Há quem diga que até o próprio Chico Tenório poderá mudar de legenda, indo para o PSC. Seus planos, no entanto, parece ser continuar no MD, dependendo do cenário em Alagoas. Rosinha, mesmo com as especulações, deve ficar onde está.

Já Alexandre Toledo, deve aproveitará a janela para trocar de legenda. Ele só não ainda não saiu do PSDB porque existe o risco de perda de mandato.

Ao antecipar campanha, Biu força Téo a se decidir já
     │     13:28  │  3

O governador Teotonio Vilela Filho pretendia manter a dúvida sobre seu destino político até o começo do ano que vem.  Seria uma estratégia para ganhar tempo, evitando pressões de aliados e adversários.

A antecipação de campanha para o Senado, no atual estágio, só poderia trazer problemas para o governador. No entanto, ele pode ficar sem alternativas.

A movimentação do senador Benedito de Lira que já está em campanha para o governo do estado, pode forçar o governador a se decidir já.

Biu é a da base aliada do Palácio dos Palmares, tem duas importantes secretarias no governo (Educação e Assistência Social) e a simpatia de vários secretários.

Seu maior adversário para garantir o apoio do governo é Nonô, que também quer a vaga. Mas o vice também depende de Téo Vilela. Suas chances crescem se ele deixar o governo para disputar o Senado em 2014.

A única maneira de evitar um racha na sua base aliada (há quem diga que Biu será candidato com ou seu o apoio de Téo Vilela, mesmo que isso signifique rompimento entre os dois) será um posicionamento claro do governador.

A campanha de 2014 é diferente e não permite o mesmo posicionamento de 2010, quando o governo apoiou três candidatos a prefeitura de Maceió.

Os marqueteiros do próprio Téo só veem chances de vitória do grupo se todos se unirem em torno de um só nome. Eles defendem ainda que essa decisão seja tomada o quanto antes, para evitar a perda de bases para  candidatos de oposição.

O que alguns amigos de Téo Vilela querem, hoje, parece impossível: que o atual governador saia candidato ao Senado e apoie Biu de Lira. Se fizer isso terá de romper com Nonô, que seria governador e, com a “caneta na mão”, poderia no mínimo atrapalhar os planos de Vilela.