No último dia 14, um dia após a morte do então candidato do PSB a presidência, Eduardo Campos, o candidato do PP ao governo de Alagoas teve um encontro reservado com Téo Vilela. O senador Benedito de Lira foi para dizer que estaria disposto a apoiar o candidato do PSDB a presidência, mas colocou como condição a renúncia de Júlio Cezar, que disputa a vaga de governador pelo PSDB.

A mudança de palanque seria, para o PP, a melhor alternativa. Isso porque a substituta de Eduardo Campos como candidata a presidente, Marina Silva, não aprovou a aliança feita pelo PSB em Alagoas e avisou que não sobe no palanque de Benedito de Lira.

Vilela, como se sabe, recusou a “oferta” de imediato. O PP, no entanto, parece não ter desistido da troca de palanque. Nesta segunda-feira, segundo informações de bastidores, um importante emissário da coligação que dá apoio a Biu, com mandato na Câmara Federal, esteve com o vice-governador e coordenador da campanha de Aécio Neves para tratar do tema.

O que esse “emissário” conversou com José Thomaz Nonô, a portas fechadas, não se sabe. Mas circula nos meios políticos que uma nova operação política, baseada na lei da gravidade, estaria em curso. Para minar a resistência de Vilela, a “ordem” para o acordo deverá vir de cima para baixo.

Será?

O próprio Téo Vilela tentou algo parecido em relação a Nonô. O governador, como se sabe, recorreu ao candidato Aécio Neves para tentar garantir a aliança entre o DEM e o PSDB em Alagoas, em junho deste ano, no período de realização das convenções. Não funcionou.

Talvez por isso Nonô tenha preferido ficar de fora desse imbróglio. O vice-governador avisou que não vai levar a proposta para o candidato a presidente. Até porque é pouco provável que a essa altura das eleições Aécio neves queira se envolver num imbróglio da política local.

Pelo sim, pelo não, é bom Júlio Cezar ficar com as orelhas de pé, porque o emissário pode bater em outras portas.

Uma pancada depois da outra. O horário gratuito de propaganda eleitoral entrou na fase de confronto direto entre os principais candidatos a governador e até dos candidatos de partidos com menor expressão eleitoral.

Os ataques começaram na última sexta-feira, 22, no Guia Eleitoral da noite (a partir das 20h30), no programa de Benedito de Lira, candidato do PP ao governo, que usou um personagem para “bater” em Renan Filho. O “personagem” sugere que o candidato a governador do PMDB trabalha pouco em Brasília e por isso tem tempo para “passear” em Alagoas.

No guia eleitoral desta segunda-feira, 25, o “Programa do Biu” fez novas críticas a Renan Filho.  Em contrapartida, Benedito de Lira, levou o “troco” no programa do candidato a governador do PEN, Coronel Goulart, que dedicou seu tempo a mostrar Benedito de Lira dançando sozinho ao lado de Téo Vilela e lembrando que o senador também é responsável pelos principais problemas do atual governo, incluindo as áreas de saúde, educação e segurança.

O programa de Renan Filho também alfinetou, como o blog revelou em texto anterior, a gestão na Educação do Estado,que teria piorado nos últimos quatro anos – justamente o período em que a Pasta ficou sob o controle do grupo de Benedito de Lira.

“Agora vai ser assim. Bateu, levou”, avisa um assessor do PMDB.

Eleito senador em 2010, Benedito de Lira (PP) ampliou a participação que tinha no governo de Teotonio Vilela Filho. Além de indicar a Secretaria de Ação Social, também ganhou o direito de  controlar de “porteira fechada” uma das mais cobiçadas pastas do Estado – a Educação.

Talvez por isso o programa do candidato a governador do PMDB, Renan Filho, que foi ao ar no guia eleitoral desta segunda–feira a tarde, sobre a “falência” da Educação em Alagoas tenha aproveitado para alfinetar, ainda que indiretamente, a gestão de Benedito de Lira na Pasta.

“A péssima gestão da Secretaria de Educação está fazendo cair o número de alunos e de escolas em Alagoas, faltam 2 mil professores, 25% dos alunos desistem antes de terminar, as notas dos estudantes de Alagoas no IDEB e na Prova Brasil estão bem abaixo da média registrada no país”.

No programa um dos apresentadores reforça: “Descaso com escolas e alunos, falta de rrespeito com professor, recursos mal aplicados. Tudo isso explica porque Alagoas tem o pior sistema de Educação do País… Nos últimos quatro anos, o quadro que era tuim piorou. Alagoas conheceu uma das piores gestões da Secretaria de Educação de sua história”.

O programa de Renan Filho, dedicado a Educação, apresentou as propostas do candidato com projetos como Educação é Tudo, Escola Nota 10, contratação de professores e ainda promete um “prêmio” de R$ 400 para o aluno que completar uma etapa de ensino (fundamental, segunda etapa do fundamental e médio).

O candidato garante que a Educação será uma “obsessão” no seu governo.