O PMDB de Alagoas fica maior a cada dia. Poucas horas depois de informar aqui que o número de prefeitos filiados ao partido em Alagoas havia crescido de 27 para 33, chegou uma “correção”.
Um dirigente estadual do partido pede para atualizar a informação: “com as filiações de Zezeco da Barra de São Miguel e Ricardo Barbosa de Jaramataia agora são 35 prefeitos no PMDB”.
Não deve parar por aí. Mais prefeitos podem se filiar ao partido até próximo dia 2, prazo máximo para filiação de quem vai disputar as eleições deste ano.
O PMDB também ampliou o número de vices, avisa em “off” o dirigente: “Agora são 25 vice-prefeitos, com as filiações de Marcos Sandes, de São Braz, e Dalva Edith, de Coruripe”.
O número de vereadores, que até a semana passada era de 172, segundo levantamento realizado até esse domingo, 27, chegou a 186.
A janela para vereadores segue aberta também até o próximo dia 2 de abril. Até lá os parlamentares podem mudar de legenda, livremente.
O site “Mapa da Democracia” está estimulando cidadãos de todo o país a enviar email para deputados federais na luta contra o “golpe”. O site explica: “É hora de dialogar com os indecisos e convencê-los votar pela democracia. Pressione pela democracia!”
O “Mapa da Democracia” é uma ferramenta do Comitê Pró-Democracia, instalado no Congresso Nacional, explica texto publicado no site:
“…O Comitê foi instalado com a participação de organizações da sociedade civil, partidos políticos e servidores públicos, que defendem o respeito à democracia e se posicionam contra o processo de impeachment por entender que não há fundamento legal que o justifique.
Entre as entidades e coletivos que participaram da criação do Comitê estão a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Comissão de Justiça e Paz (DF), União Nacional dos Estudantes (UNE), Barão de Itararé (DF), Intervozes, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Fora do Eixo, Articulação Justiça e Direitos Humanos (JusDH), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), União da Juventude Socialista (UJS), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e Mídia Ninja; além de representantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido da Causa Operária (PCO)”.
O site traz ainda um roteiro para explicar porque o processo de impeachment é um golpe. Veja:
Entenda porque esse processo de impeachment é golpe!
O impeachment é um mecanismo previsto na nossa Constituição? Sim. Está previsto nos artigos 85 e 86 da Constituição de 1988 e na Lei nº 1079/50 (Lei do Impeachment).
Como ele funciona? Para que ocorra o impeachment ou impedimento, em português, o presidente só pode ser afastado após comprovação de crime de responsabilidade.
A presidenta Dilma é acusada de algum crime? Não. O processo de impeachment em andamento acusa a gestão da presidência da república de uso de “pedaladas fiscais”. Pedaladas fiscais são atrasos no repasse do Tesouro a bancos públicos encarregados da operação financeira de alguns programas sociais. Pode-se argumentar que é uma maneira de cumprir artificialmente o orçamento, mas não é crime de responsabilidade. Portanto, não, a presidenta Dilma não é acusada de nenhum crime.
Então, por que está em andamento o processo de impeachment? Porque o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para escapar do processo de cassação devido a inúmeras denúncias de corrupção que pesam sobre ele, decidiu tocar fogo no país. A oposição, por sua vez, abraçou a causa, já que não se conforma de ter perdido nas urnas as eleições de 2014!
O processo de impeachment, como está colocado, é um golpe contra a democracia. Seus articuladores, em sua grande maioria, são investigados e réus em processos. Na comissão do impeachment são 34 investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Caso aprovada, a votação irá para a Câmara dos Deputados onde 271 deputados enfrentam acusações que vão da fraude ao homicídio. Contra a Dilma não há absolutamente nada! Sim, é GOLPE!
Deve sair esta semana a exoneração de Rafael Brito da Secretaria do Trabalho do governo Renan Filho. O ato pode ser publicado já na edição desta terça-feira, 29, no diário oficial do estado.
Rafael confirma que entregou carta ao governador colocando o cargo a disposição para deixar RF “a vontade”.
A saída de Brito, considerada “pedagógica”, é reflexo do apoio do deputado federal Ronaldo Lessa ao prefeito Rui Palmeira, do PSDB. Rafael estava na cota do PDT.
“Respeito a decisão do Ronaldo e entendo a posição do governador. Infelizmente fiquei nesse meio”, diz Brito.
A expectativa é que, passada eleição de outubro, Brito volte ao governo. Considerado um dos melhores quadros do governo, Rafael iria para a Secretaria da Assistência Social. O governador tem dito que o afastamento tanto do secretário, quanto do PDT, é temporário e nega o ” rompimento”.
“Estou pronto para servir o governo. Foi uma experiência enriquecedora, positiva. Estou com Renan Filho desde junho de 2014 e tem sido muito bom trabalhar com ele”, diz Rafael.
Quem deve ser nomeado para o lugar de Rafael é outro Brito – Joaquim, que está na Secretaria de Assistência Social, na cota do PT.
Cautela excessiva ou não, Renan Filho “mergulhou” – literalmente. Filiado ao PMDB, o governador de Alagoas tenta evitar o quanto pode qualquer envolvimento com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e com os rumos do PMDB na crise nacional.
A posição de afastamento é compreensível. Renan Filho governa um estado pobre, que precisa – e muito – do governo federal, seja quem for o presidente.
RF não está sozinho nessa posição. Outros governadores do PMDB e até de outros partidos também tem adotado postura semelhante, num claro sinal de que o quadro continua indefinido.
O governador evita declarações públicas sobre o tema e também não tem emitido juízo de valor sobre a posição de seus aliados na Câmara Federal.
A relação com a presidente Dilma Rousseff é boa. E também será com Michel Temer, se ele assumir a presidência, acreditam assessores mais próximos de Renan Filho.
O PMDB fica mais forte a cada dia em Alagoas. Este ano, o partido aproveitou bem a janela partidária e ampliou sua bancada na Assembleia Legislativa de 3 para 11 deputados e de 1 para 2 na Câmara Federal.
O número de vereadores também cresceu. Eram 116 no estado e até essa semana havia aumentado para 172. A janela para vereadores e prefeitos segue aberta até 2 de abril. Até lá, o partido deve filiar pelo menos mais 50 vereadores no interior.
Na última semana quatro prefeitos também se filiaram ao partido: em Craíbas, Bruno Pedro (ex-PTB); em Major Isidoro, Santana Mariano (ex-PTB), em Jacuípe, Manoelzinho (ex-PSD) e em Colônia Leopoldina, Paula Rocha (ex-PTB).
Com as filiações dos novos prefeitos, o PMDB está a frente de quase um terço das prefeituras no Estado. Segundo dirigentes do partido, dos 102 gestores municipais, 33 estão na legenda. Outras filiações de prefeitos acontecem nos próximos dias. A meta é ampliar ainda mais nas eleições deste ano.
Juntos e misturados
Em Junqueiro, o governador filiou de uma tacada só a deputada estadual Jó Pereira e o vice prefeito da cidade, Carlos Augusto, que será candidato a prefeito pelo partido, numa composição com os adversários de sempre, a família Tavares.
Em Matriz do Camaragibe, circulou a informação de que o governador teria dado a legenda a Marcos Paulo, o Marquinhos, que concorre a reeleição. Não deu. Na verdade o partido continua com Cícero Cavalcante em Matriz e outras cidades da região, mas o candidato do Palácio dos Palmares será o atual prefeito.
No quadro atual, o PMDB de Alagoas tem 11 dos 27 deputados estaduais (40,7%), 33 dos 102 prefeitos (32,3%), 1 dos 3 senadores (33,33%), 2 dos 9 deputados federais (22,2%), o governador e o vice, além de 172 vereadores (mais de 10%). Pode parecer muito, mas o PMDB não se dá satisfeito e quer mais.
