A base do governo Renan Filho em Marechal Deodoro vai para a eleição dividida. O atual prefeito Christiano Mateus, do PMDB, anunciou que vai apoiar a chapa Junior Dâmaso e Alberico Azevedo, ambos do seu partido, para prefeito e vice respectivamente.
Na oposição, o candidato será o vereador Claudio Roberto, o Cacau, que tem o apoio, entre outros, do deputado estadual de Sérgio Toledo (PSC) e do deputado federal Marx Beltrão (PMDB).
A convenção do PMDB no município será no dia 5 de agosto, mas a chapa foi antecipada por Christiano Matheus essa semana. A um site local, Albérico Azevedo explicou que a parceria é uma aula da boa política: “Júnior Dâmaso foi nosso adversário por duas eleições, veio para o grupo sem nenhum compromisso e tornou-se candidato naturalmente”.
Resta saber, agora, se o senador Renan Calheiros e o governador vão entrar na “bola dividida” no município. A regra dos dois, por enquanto, é só participar publicamente da campanha onde a base está unida.
O presidente do Senado e o governador de Alagoas participam intensamente – cada um no seu pedaço – das articulações para a composição de chapas em vários municípios.
Renan Calheiros despacha em locais diferentes – sede do PMDB, seu apartamento e escritório de amigos. Renan Filho tem recebido os candidatos no Palácio dos Palmares, além de encontrá-los em viagens pelo interior.
Mas nem mesmo o esforço conjunto do presidente do Senado e do governador tem conseguido pacificar a base de apoio em algumas cidades. Delmiro Gouveia, São Miguel dos Campos, Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios, Penedo, entre outros municípios estão na lista dos municípios com mais de um candidato a prefeito do grupo e deverão ficar fora – ao menos por enquanto – da agenda de RC e RF.
Governador e senador não vão entrar em “bola dividida”. Por enquanto, os dois já decidiram: não faraó campanha em cidades onde da base de apoio do grupo estiver rachada.
Um candidato a prefeito de uma cidade do sertão foi à reunião convocada pelo PMDB, realizada na segunda-feira, 17, num hotel de Maceió. O encontro contou com a participação do senador Renan Calheiros e do governador Renan Filho.
Assim que chegou ao local revela o candidato, a alegria foi embora: “o Luciano Guimarães (advogado) foi logo dizendo que não tem dinheiro nessa campanha. Como é que vai gente vai fazer campanha liso?”, questionou.
Não tem jeito. Cada um terá de descobrir como fazer campanha sem financiamento externo. O próprio Renan Calheiros recomendou que os candidatos gastem o solado do sapato.
A falta de financiamento tem forçado composições em várias cidades. Nesse cenário, quem tem a “máquina” na Mao ou disposição para gastar dinheiro de suas reservas pessoais parte com vantagem considerável.
Cargos comissionado no Estado e em prefeituras tem feito a diferença nas composições em várias cidades. Em Palmeira dos Índios, por exemplo, se especula que o governo do estaria oferecendo cargos na Casal e no Ideral para reforçar o time da candidato do PMDB à prefeitura, Verônica Medeiros.
Em Maceió, aliados históricos do PMDB preferiram ficar com Rui Palmeira por razões semelhantes. Sem cargos no estado, vereadores como Kelmam Vieira e Antônio Holanda optaram por apoiar à reeleição do atual prefeito e manter suas indicações no município.
Além da queda, o coice
Os candidatos não terão de se preocupar apenas com a falta de financiamento. O secretário geral do PMDB de Alagoas, Ricardo Santa Rita, avisa que a situação é pior do que se imagina: “de fato não haverá recursos como existiam em outras campanhas. Pior o candidato terá de ter todo o cuidado, pois a prestação de contas será mais detalhada e qualquer erro pode levar a perda do registro ou cassação mandato”.
Quem estiver esperando recursos do PMDB deve mudar de planos: “com o fim da doação empresarial, o partido não tem como fazer repasse de recursos, a não ser do fundo partidário, que é muito limitado. Essa campanha será diferente. Cada um tem que usar a criatividade e gastar muito solado de sapato”, recomenda.
Apesar das dificuldades para financiamento legal de seus candidatos, o PMDB de Alagoas deve lançar cerca de 60 candidatos a prefeito em Alagoas este ano, segundo avaliação feita pelo governador Renan Filho. Atualmente o partido tem 37 prefeitos no estado e espera aumentar em pelo menos 50% esse número depois de 2 de outubro”.
Uma nova estratégia eleitoral está ganhando corpo nas redes sociais entre os candidatos à prefeitura de Maceió. O prefeito Rui Palmeira é nesse momento “naturalmente” o principal alvo de críticas dos demais concorrentes à prefeitura.
Até mesmo Cícero Almeida começou a “bater” no atual prefeito. Em postagens desta sexta-feira, 22, o candidato do PMDB começou a mostrar falhas da atual gestão: “Quem ama Maceió, deixa a cidade assim?”, registrou “Ciço” em texto que ilustra foto de uma rua suja pelo lixo.
Quem visita a página do peemedebista no Facebook tem a sensação que novas pancadas estão a caminho. Não há nada de novo nesse tipo de estratégia. Mas nem sempre o “ataque” tem, na política, o efeito esperado. Até porque a equipe de Rui Palmeira também promete dar ao ex-prefeito o mesmo tratamento.
Não será difícil, avisa um assessor, encontrar fotos de descuido com a limpeza e outros problemas da cidade não só da atual gestão, mas também de governos anteriores.
“Se for comparar, pode ter certeza, o Cícero Almeida sairá perdendo”, avisa o assessor.
É de se esperar o acirramento na troca de acusações, rum repeteco de campanhas anteriores.
Contra ataque
Também pelas redes, Rui Palmeira prepara a “vacina”. Quem visita o Facebook do prefeito vai ver a postagem de visitas as obras e de realizaçoes em diferentes áreas – incluindo a saúde, setor que é considerado o “calo” da atual gestao.
“A Saúde é a área mais trabalhosa da Prefeitura de Maceió, mas fico contente em ver que tivemos importantes avanços em Maceió e que colheremos bons frutos. Até o momento, já reformamos 35 unidades de saúde, abrimos 3 UDAS, 2 UPAS, reabrimos o segundo Centro de Saúde, da Praça da Maravilha, entregaremos 10 novas Unidades de Saúde dentro dos padrões de qualidade recomendados pelo Ministério da Saúde, reformamos grande parte do PAM Salgadinho e novos veículos para hemodiálise foram entregues. Sei que ainda temos muito à fazer, a redução nos repasses federais nos prejudicou muito, mas estamos no caminho certo e iremos avançar”, aponta Rui Palmeira.
A informação, no começo desta semana, da demissão de 125 dos 586 trabalhadores da Fábrica da Pedra, em Delmiro Gouveia, alimentou os “boatos” sobre o fechamento da indústria de fiação e tecelagem.
Não, a fábrica não vai fechar. Foi o que garantiu, nesta sexta-feira, 22, Renan Filho, durante o Governo Presente, em Santana do Ipanema.
“Quero dizer ao povo de Delmiro Gouveia que a Fábrica da Pedra não irá fechar. Estive participando de uma reunião com representantes da Eletrobrás para viabilizar recursos para solucionar o débito que a Fábrica tem com a empresa que fornece energia elétrica em Alagoas”, disse o governador em entrevista coletiva.
De fato não vai fechar. Depois de várias gestões do governador, o Grupo Carlos Lyra, controlador da indústria em Delmiro Gouveia, informa que não estão previstas novas demissões.
“Após entendimento com o governo do estado, o Grupo Carlos Lyra está finalizando o processo de reestruturação da unidade fabril. A fábrica voltará a operar em breve, mantendo operações de maior rentabilidade e manterá o atual quadro de pessoal”, informa um diretor do grupo.
Em breve o grupo deve anunciar o novo modelo de operação da indústria: “o que é importante é tranquilizar a população de Delmiro Gouveia nesse momento. O governador Renan Filho tem demonstrado total preocupação com a indústria, especialmente com os empregos de centenas de trabalhadores, e está apoiando de forma decisiva a retomada de sua operação”, aponta o diretor.
