A Conab acaba de fazer um levantamento de safra em todo o Estado. Pode anotar: no sertão e agreste não deu sequer para ter estimativa. Com a estiagem que se prolongou até o final de semana passado, praticamente ninguém começou plantar.
“Se a chuva que começou a cair desde segunda-feira continuar o produtor pode se animar a plantar feijão e milho. Mesmo assim, a safra tende a ser bem menor”, avalia o superintendente da Conab em Alagoas, Eliseu José Rego.
A estiagem também afeta o principal produto da economia alagoana: a cana-de-açúcar. E, nesse caso, os técnicos já conseguiram fazer uma projeção. A redução na safra 12/13 pode chegar até 18%.
“Se a chuva não vier regularmente partir de agora, mantendo-se na média ou acima da média a partir de setembro, quando começa a colheita, poderemos ter uma grande redução na produção”, aponta Eliseu.
O presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, ainda não tem números oficiais sobre o tamanho do estrago da seca na próxima safra de cana. Ele espera ter os resultados de um levantamento feito por técnicos do próprio setor na próxima sexta-feira.
“A estiagem tem efeitos mais graves a partir de abril porque com o fim da safra as usinas não tem como manter a irrigação em função do alto custo da energia”, explica.
Ainda assim, Pedro Robério é cauteloso em fazer estimativa de safra. “Sabemos que o canavial foi afetado de formas diferentes nas diferentes regiões do Estado. Só com informações mais detalhadas é que poderemos ter uma previsão real do impacto da seca na produção”.
É muita grana
Se a estimativa da Conab estiver correta, a redução de safra em pode chegar a impressionantes 5 milhões de toneladas de cana. O que isso significa? Um grande abalo na economia alagoana. Cada tonelada de cana, hoje, sai no barato a R$ 70. Multiplique e o valor chega a R$ 350 milhões. Agora, se pensar no produto industrializado, esse valor pode dobrar e passar dos R$ 700 milhões.
Ou seja, vamos todos apelar para os deuses da chuva.