Greve de policiais civis “aumenta” preço da gasolina nos postos de Maceió
   28 de abril de 2016   │     12:39  │  7

O que o Porto de Maceió tem a ver com a paralisação da Polícia Civil? Em tese, nada. O porto é federal, a greve é estadual. A ocupação do local por grevistas faz parte de uma estratégia política. É um caminho para ganhar espaço nos meios de comunicação e para pressionar o governo do estado indiretamente, em função dos transtornos que podem ser causados a economia e a população.

O porto é porta de entrada e saída de importantes produtos. É por lá que o estado exporta açúcar, etanol e petróleo. Por lá chega a gasolina, o diesel e o trigo. Isso para citar apenas os produtos mais importantes. A administração do porto registra prejuízos diretos de até US$ 100 mil por dia.

A interrupção da entrada e saída de caminhões no porto ameaça não só abastecimento e o escoamento desses produtos, mas também pesa no bolso do consumidor.

Acabo de receber a informação de um colega jornalista que foi abastecer o carro num posto de combustíveis de Jaraguá. Ele estranhou o fim da promoção no preço do combustível e procurou saber por quê: “ontem (quarta-feira) passei pelo local e tinha uma faixa com promoção de R$ 2,59. Deixei para abastecer hoje (quinta-feira) e  para minha surpresa a gasolina estava a R$ 2,79. O frentista explicou que o dono do posto decidiu acabar com a promoção para segurar o estoque, porque tem medo que a ocupação do porto pelos grevistas demore mais. Se isso ocorrer, a gasolina terá de vir de outros Estados e chegará mais cara”, explicou.

A informação procede. Fui até o local e um frentista me deu a mesma versão.

Queda de braços

Policiais civis e governo do estado estão numa queda de braço em torno do reajuste salarial da categoria. O Sindipol/AL pede um reajuste salarial que passa dos 170%. Daqui pouco volto com mais detalhes sobre a questão.

Fica a sugestão: seria melhor que o sindicato optasse por estratégias que não afetem a economia do estado e o bolso do consumidor, ainda mais num momento em que toda a população sente os efeitos da crise.

COMENTÁRIOS
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  1. Binho

    Se houvesse uma proposta digna,não haveria tudo isso.o governo se aproveita mais uma casa desse situação para aumentar combustíveis.E falta de combustível não justifica aumentar preço.
    Alguém quer ganhar encima disto.O governado pode resolver isto em 1 hora de conversa

  2. Alagoana

    O que “aumenta os preços” da gasolina nos postos de Maceió e de todo o Brasil é a especulação do mercado e a CORRUPÇÃO que esfacelou a Petrobras. Jamais o movimento de uma categoria de pessoas honestas que querem viver do seu salário e corrigir uma injustiça insana.
    Feliz da sociedade cujos policias buscam salário justo para viver dignamente. Nesse caso, querem tirar o sustento da sua família da forma correta.
    Preocupante demais seria uma polícia que não liga receber um salário degradante… Tirem suas conclusões.
    Quem não respeita a si mesmo, jamais poderá respeitar ao próximo.
    Governo que se preocupa com a segurança pública, respeita seus profissionais!

  3. Dado

    Os policiais civis estão numa luta pelo q é merecido, pois trabalham em ambientes (delegacias) insalubres, sem material digno de trabalho e principalmente um dos piores salários do Brasil. E outra coisa, eles reinvidicam 60% do salário do Delegado, nada mais justo pois são eles q fazem tudo na delegacia o Delegado só assina.

  4. David Mota

    Onde é esse posto de combustível com gasolina à R$ 2,59 ou R$ 2,79? Quero saber porque estou indo agora completar o tanque.

    1. Edivaldo Júnior Post author

      Até hoje pela manhã esse preço era mantido no posto Neno, no Vergel, no Posto Jacintinho, no Jacintinho… Em Jaraguá a promoção acabou hoje

  5. David Cerqueira de Medeiros Cavalcante

    Que coisa linda usar percentuais para impressionar o leigo. 170% é um reajuste que corrige injustiça acumulada ao longo dos anos. Um agente ou escrivão recebe hoje 21% do que um delegado recebe. 60% do piso dos delegados equivale a um aumento de 170%, mas isso não seria necessário se o governo e o Legislativo estaduais não tivessem se rendido aos poderes políticos da classe dos delegados, deixando a massa de agentes e escrivães ao relento. Um delegado sai do plantão de 24h e vai para casa, descansar com sua família. Um agente sai desse mesmo plantão e vai para o bico, trabalhar por mais umas 12 horas, fazer dinheiro para dar dignidade a sua família. A culpa da revolta dos policiais é exclusivamente do governo e do Legislativo.

  6. Maria do Âmparo Lima

    Boa tarde, seria interessante este posicionamento do Sr. Edivaldo Jr, “tão ativo em prol da população”, também ser usado em relação aos descumprimentos de decisões judiciais em que o estado deveria fornecer atendimento médico e medicação para nós que temos familiares a beira da morte, esperando apenas que o governo cumpra decisões judiciais.
    Me sinto triste em se dar mais atenção a caminhões e carros do que a seres humanos.

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