JHC ou Paulo Dantas: quem dará um ponto final no “ácido sulfúrico” em Maceió?
   18 de junho de 2023   │     21:32  │  1

Em reportagem para o UOL neste domingo (18/6), o jornalista Carlos Madeiro se aprofunda no tema. “Após afundar por mineração, Maceió tenta barrar depósito de ácido sulfúrico”.

A instalação de um terminal do produto no Porto de Maceió ganhou status de polêmica depois que a empresa Timac Agro recebeu autorização da administração portuária e a licença de uso e ocupação do solo da prefeitura da capital.

Pela regra, ficaria faltando apenas a licença ambiental, de responsabilidade do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas, para a instalação de um depósito capaz de armazenar até 8 mil toneladas do produto que oferece riscos às pessoas e ao meio ambiente. E isso em uma área densamente povoada e de forte exploração do turismo.

A repercussão na mídia, o posicionamento de ambientalistas, de partidos políticos, vereadores da capital e deputados estaduais apota para uma opinião predominantemente contrária a instalação do terminal.

Está claro que dificilmente a Timac terá sucesso nesta empreitada. A dúvida agora é quem vai dar um ponto final nesse pendenga. Ao fim e ao cabo, a decisão ficará por conta do prefeito JHC ou do governador Paulo Dantas.

JHC pode mandar cancelar a licença dada pela prefeitura a Timac, o que levaria o projeto de volta a estaca zero – inviabilizando qualquer nova iniciativa nessa direção.

Se ele não fizer isso, muito provavelmente, o governo de Paulo Dantas irá negar a licença ambiental. E não deverá (e é recomendável que não faça com esse propósito) fazer isso como uma jogada de marketing. Efetivamente, os riscos são muito maiores do que os benefícios.

A Timac certamente encontrará alternativas para manter em funcionamento sua fábrica de fertilizantes em Santa Luzia do Norte, sem necessariamente trazer novos riscos para a população de Maceió  e para o meio ambiente.

Leia aqui a reportem de Carlos Madeiro

Após afundar por mineração, Maceió tenta barrar depósito de ácido sulfúrico

Entidades civis, parlamentares e grupos de moradores se organizaram para tentar impedir a instalação de um tanque do tamanho de um prédio de seis andares que vai estocar ácido sulfúrico no porto de Maceió (AL), que fica em área urbana, ao lado dos famosos corais da praia de Pajuçara. A preocupação vem na esteira do maior desastre ambiental causado pela mineração urbana no mundo, que resultou em afundamento do solo em cinco bairros da cidade e expulsão de 60 mil moradores de suas casas.

A empresa responsável pelo projeto diz que haverá proteção contra vazamentos e formas de contenção, sem riscos ao meio ambiente.

O que o projeto prevê

– Instalação de um tanque no porto de Maceió com capacidade de 8 mil toneladas de ácido. A estrutura terá 17,15 metros de diâmetro e 19,3 metros de altura —o equivalente a um prédio de seis andares. A proposta é da Timac Agro Indústria e Comércio de Fertilizante, empresa do Grupo Roullier, da França, que adquiriu a área em leilão em 2020.

Concessão para uso por 25 anos.

O material vai ficar estocado no tanque, no porto, até ser enviado de caminhão a uma fábrica de fertilizantes da própria Timac, no município de Santa Luzia do Norte, na Grande Maceió.

O projeto pretende poupar tempo e custo para a companhia. O ácido sulfúrico adquirido hoje pela Timac, segundo a empresa, vem de uma distância de 591 km, passando por 22 municípios em três estados. Com a instalação do tanque no porto, a distância cairia a 36 km. O armazenamento desse tipo de material foi liberado em 2020, em decreto assinado por Jair Bolsonaro. O texto autoriza a “movimentação e armazenagem de granéis líquidos, principalmente ácido sulfúrico” no terminal do porto.

Leia aqui na íntegra:

Após afundar por mineração, Maceió tenta barrar depósito de ácido sulfúrico

 

Fique por dentro:

 

Prefeitura autorizou “depósito” de ácido sulfúrico em Maceió; agora só falta o IMA

COMENTÁRIOS
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  1. Fernando José de B. Costa

    É contraditório que enquanto destaca a obra do Salgadinho como o maior evento ambiental do Estado, a Prefeitura aprove a referida licença. O desastre da Braskem não foi suficiente ?

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