Juiz autoriza venda de usinas e outros ativos do grupo João Lyra
   20 de fevereiro de 2015   │     12:42  │  10

Todos os ativos da Massa Falida da Laginha Agroindustrial S/A deverão ser vendidos. A decisão do juiz Mauro Baldini, da Comarca de Coruripe, foi publicada nessa quinta-feira, 19, no site do Tribunal de Justiça de Alagoas.

De acordo com a decisão do magistrado a venda dos ativos do Grupo João Lyra será efetivada para o pagamento das dívidas acumuladas pelo empresário, que somam mais de R$ 2 bilhões. As empresas a serem vendidas estão sediadas em Alagoas e Minas Gerais.

De acordo com o despacho, a expectativa é que o processo de venda dos ativos seja realizado em até 60 dias. O juiz já recebeu várias propostas para aquisição e arrendamento dos bens do Grupo JL. Os ativos da Laginha foram divididos em lotes: o primeiro inclui as usinas Uruba, Laginha e Guaxuma; o segundo, as usinas Vale do Parnaíba e Triálcool e o terceiro o escritório do grupo, em Maceió, e uma aeronave.

O que será vendido

veta trecho da decisão sobre a alienação dos ativos da massa falida da Laginha Agroindustrial S/A:

Diante do exposto, encampo a manifestação do Comitê de Credores , bem como o parecer do órgão do Ministério Público, pelo que

DETERMINO : A – A alienação dos bens abaixo discriminados: 1-Usina Uruba; 2-Usina Laginha; 3-Usina Guaxuma; Forma de alienação: Isolada, nos termos do art. 140 , II da L.F. Modalidade de alienação: Propostas fechadas, nos termos do art. 142, II da L.F

B – A alienação dos bens abaixo discriminados, situados em Minas Gerais: 1-Usina Vale do Paranaíba; 2-Usina Triálcool. Forma de alienação: Em bloco, nos termos do art. 140, I da L.F.; Modalidade de alienação: Propostas fechadas, nos termos do art. 142, II da L.F

C- A alienação dos bens abaixo discriminados: 1-Escritório Central; 2-Aeronave Prefixo PT-RVT; Forma de alienação: individual, nos termos do art. 140, IV da L.F. Modalidade de alienação: Propostas fechadas, nos termos do art. 142, II da L.F

D – Nos termos do art. 690 caput do CPC, a arrematação far-se-á mediante o pagamento imediato do preço pelo arrematante ou, no prazo de até 15 (quinze) dias, mediante oferta de garantia como pré-requisito para análise de sua proposta, optando por uma das seguintes modalidades: I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, II – seguro-garantia; III – fiança bancária….

Expeça-se o necessário, COM URGÊNCIA. …Mauro Baldini Juiz de Direito.

Sem recuperação

Em seu despacho, o juiz não aceitou a contestação do falido (João Lyra) e descartou qualquer possibilidade de continuação ou recuperação do grupo. Veja trecho da decisão:

“Sim, somente novos empresários tem condições de operacionalizar o funcionamento das usinas, gerando renda e emprego, em razão do maciço investimento necessário a ser aplicado na formação do canavial, nos tratos culturais e no corte, transbordo e transporte, sem falar na manutenção de todo o maquinário necessário para o funcionamento e apontamento das usinas, providências inviáveis de serem realizadas pela Massa Falida.

Estamos diante de uma profunda e irreversível FALÊNCIA OPERACIONAL E FINANCEIRA! Somente um vultoso aporte de capital poderá recuperar e fazer novamente funcionar as usinas, fato que dificulta a continuação provisória de sua atividade-fim, restando portanto uma gestão continuada limitada à conservação do patrimônio, com vistas à sua venda nas melhores condições possíveis diante das dificuldades encontradas. Do contrário, seria esperar um verdadeiro milagre da Administração Judicial, diante das limitações econômicas da Massa Falida. Quanto mais o tempo passa, maior a deterioração das usinas, menor o preço a ser amealhado na venda, mais distante a possibilidade de pagamento dos credores. Tudo isto agravado pela notória crise do setor sucroenergético”.

COMENTÁRIOS
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  1. Harry Tenório

    Triste fim para o grande empresário que sempre foi, gerando milhões de reais em impostos, empregos e produzindo tanto progresso para as famílias dos empregados e estados envolvidos com suas empresas.

    Os estados de Alagoas e Minas perderam um dos melhores empresários que vi nascer em minha geração, e como se sabe cérebros como o Dr. João Lyra ocorrem em muito poucas pessoas. Que Deus renove a força e a alegria de viver do gigante JL, em hora tão difícil, quando verá seus ativos sendo leiloados a preços que não se sabem quais.

    É lamentável o descumprimento de políticas e regras no setor. O governo congela o preço dos combustíveis sem respeitar os seus custos de produção. A falta de ação em tempo hábil para salvaguardar um setor que revolucionou o mundo com a produção de uma energia renovável e que sempre sustentou milhares de famílias no Brasil só produz desesperança em nosso coração. Morre na venda dos ativos do grupo JL um pouco do orgulho brasileiro pela tecnologia envolvida na produção do Álcool. Ele era e ainda é um dos poucos produtos que nos projetavam como uma nação desenvolvedora de tecnologia. É importante pontuar que os bilionários investimos no setor só ocorreram por conta de acenos e direcionamentos de governos que propagandearam a prosperidade e o retorno fácil que se daria a empresários que nele investissem.

    O exemplo exemplo do Dr. João Lyra é um recado urgente e vivo para que surjam políticas que produzam sobrevida no resto das indústrias ainda teimosamente vivas do setor no Brasil. Teimosos, heroicos e admiráveis empresários que mesmo vendo colegas tombarem têm continuado investindo no setor.

    O Brasil precisa ter política agrícola e industrial para nos transformarmos em um país de primeiro mundo. Porém o que se tem visto nos últimos anos é um total abandono de empresas ou setores que geravam tanta prosperidade no Brasil. Está aí o preocupante quadro da Petrobrás que canibalizada por administrações politicas perdeu competitividade e vê seus ativos desvalorizando em uma velocidade espantosa.

    Do juiz o que pode ser dito é que está de parabéns pela coragem, porque diante da falta de solução os credores têm que ser ressarcidos.

  2. paulo

    graças a deus o grande poblema sera resolvido ,nos de minas gerais nao vemos a hora de conseguimos nossos empregos de novo, estamos todos desempregados, estamos passando muitas dificuldades,mais agora vejo que tudo dara certo, que deus abençoe, paulo de capinopolis minas gerais.

  3. Alagominas

    Caso não ocorra a venda das unidades, neste momento, por algum motivo; os trabalhadores que estão com processos pendentes na Justiça do Trabalho e as cidades onde estão localizadas as usinas, serão os grandes prejudicados. Quem garantirá que, mais adiante, algum grupo empresarial irá se dispor a comprar uma coisa que não se vende?

    Se não for desta vez, jamais será! Que Deus ilumine a todos os envolvidos neste processo, para que esta novela tenha o seu último capítulo, no máximo, no final deste semestre.

    1. Alagominas

      Onde se lê: os trabalhadores que estão com processos pendentes na justiça do trabalho; substituir por: ex colaboradores.

      Onde se lê: esta novela tenha seu último capítulo; substituir por: aconteça a venda, no máximo, até o final deste semestre.

      Grato,

  4. soldado ZORRO

    Bem feito pra esse camarada aprender que não era o dono do mundo.O que sempre ouvi falar a respeito deste senhor foi que ele tratava os seus funcionários com arrogância,humilhando-os,mas a justiça de Deus é perfeita e agora esse pobre,miserável se vê na falência.

  5. Alagoano sofrendo em minas

    Dr:mauro baldini não aceite mais recurso desse joão lira porque ele já teve tempo de mais para resolver essa situação.venda isso o mais rapido possivel porque já sofremos de mais esperando por esse dia. que agora eu tenho certeza que vai chegar porque esse tempo todo eu,e os outros trabalhadores estavamos pedindo a Deus e fazendo uma corrente pra q essa venda aconteça pra nos receber nosso dinheiro q tanto sofremos pra ganhar e ater agora estamos sem receber 4 meses mais o decimo terceiro duas ferias acerto e fgts mais agora sai em nome do senhor jesus

  6. Deyvison kllisman

    o campo industrial do estado! o aconteceu com o grupo joão lyra não e bon para alagoas o governo tem q aji mais industrias.

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