Maior problema de Maceió é prato cheio para oposição a JHC e “calo” para Paulo Dantas
   8 de agosto de 2023   │     20:29  │  0

Não é difícil imaginar qual o maior problema para quem vive em Maceió. Para grande parte da população, já acostumada a viver “com o pé na lama”, enchentes e alagamentos entram na categoria de “bronca pequena”.

Sondagem do Paraná Pesquisas – realizada entre os 13 e 17 de julho de 2023 na capital alagoana – aponta que apenas 1,2% dos entrevistados consideram enchentes/alagamentos como principal problema da cidade.

Enquanto “mobilidade urbana/ trânsito” é mais grave para 1,20%, o transporte público, mesmo sendo realmente precário, às vezes até caótico só é considerado o maior problema para 2,8% dos entrevistados. Já a manutenção de ruas calçadas parece é considerada um problema maior para 5% entrevistados.

Estes problemas, mais específicos da gestão municipal, parecem incomodam percentualmente um número menor de cidadãos, diferente das ações ou serviços que são normalmente “compartilhadas” entre prefeitura e governo do Estado.

Para o maceioense, são considerados problemas maiores responsabilidades comuns ao governo e a prefeitura, a exemplo de saneamento básico (8,5%), a segurança pública (8,2%), educação (5,9%) e desemprego (5,7%). Nenhum problema, no entanto, se compara a saúde.

Para quase 37,1% dos entrevistados, a falta de saúde é o maior problema um resultado esperado numa cidade que tem a menor cobertura de atenção básica em saúde o Estado e uma das piores entre as capitais do país.

A precariedade ou falta de atendimento na área de saúde é de fato um grave problema, que pode se tornar um prato cheio para a oposição a JHC. Mas não deixa de ser um grande “calo” para a gestão de Paulo Dantas.

O cidadão não sabe de quem é a responsabilidade e reclama com razão. A saúde, seja a de JHC ou a de Paulo Dantas, deixa a desejar.

De fato existe uma confusão sobre o papel do Estado e da prefeitura nessa área. E tudo indica que o maior problema para o maceioense vai virar tema da campanha eleitoral do próximo ano, com os dois lados atuando na base do “em casa que falta pão, todo mundo chora e ninguém tem razão”.

Pior cobertura de saúde entre as capitais, menor cobertura de Alagoas

De acordo com a supervisão de Monitoramento e Avaliação da Atenção Primária a Saúde da Sesau-AL (veja abaixo), a cobertura de atenção Primária a Saúde de Maceió é a menor entre as capitais do Brasil. A melhor cobertura, de 100%, é a Belo Horizonte – MG, seguida de Palmas – TO (97,07%) e Florianópolis – SC (96,38% ).

As piores coberturas entre as capitais (veja abaixo) ficam com Belém – PA (33,60%), Macapá-AP (31,53%) e Maceió – AL (31,05%).

Entre os 102 municípios alagoanos, 58 tem 100% de cobertura na Atenção Primária a Saúde da Saúde. Somente quatro cidades em cobertura abaixo de 80%: MATA GRANDE (79,97%), JOAQUIM GOMES (79,56%), CAMPO ALEGRE (48,84%) e MACEIÓ, em último lugar, com 31,05%

Veja aqui os levantamentos: 

Cobertura Alagoas (2)

Cobertura Capitais (3) (2)

Veja resultado da pesquisa

Maior problema (espontânea):

Não sabe: 4,00%
Nenhum 3,00%
Saúde: 37,10%
Saneamento básico/ esgoto: 8,50%
Segurança pública: 8,20%
Educação/ escolas: 5,90%
Desemprego: 5,70%
Infraestrutura precária: 5,40%
Manutenção de ruas e calçadas: 5,00%
Transporte público: 2,80%
Crise financeira/ alto custo de vida: 2,40%
Falta de habitação/ casas populares: 1,80%
Má administração pública: 1,60%
Área social/ ajuda aos carentes: 1,30%
Enchentes/ alagamentos: 1,20%
Mobilidade urbana/ trânsito: 1,20%
Conservação de estradas: 1,00%
Carga tributária/ impostos: 0,60%
Poluição/ meio ambiente: 0,60%
Outras citações: 2,60%

Veja a tabela: