O plano foi lançado. E o resto, como fica, governador?
   28 de junho de 2012   │     5:48  │  1

Téo Vilela passou os últimos 29 dias – encerrados ontem – almoçando, jantando, tomando café da manhã e dormindo com a segurança.

Ele próprio me confessou em diferentes ocasiões: “agora estou focado na questão da segurança. É uma prioridade da sociedade”.

Seca? Aftosa? Saúde? Educação? “Só depois do lançamento do plano”. Minha última conversa como governador foi segunda-feira, na Gazeta. Lá estava ele trabalhando para convencer jornalistas, radialistas e diretores da empresa que o Brasil Mais Seguro é necessário, dará certo, etc e tal.

Ainda assim, ao me despedir, pedi que ele falasse algo sobre o estaleiro – a noticia de que o Ibama tinha negado a licença ambiental acabara de sair. “Só depois do  lançamento do plano”,repetiu.

“Queria saber apenas se o senhor vai aceitar essa decisão e desistir do estaleiro”, insisti. “Esse é apenas mais um obstáculo. Assim que lançar o plano vou me dedicar a essa questão”, desconversou.

O fato é que, lançado o plano, Téo Vilela deve se reunir hoje com Luiz Otávio Gomes e outros secretários e reforçar o que já se sabe até agora: o governo e o grupo Synergy vão tentar reverter o veto do Ibama.

Mas não é só do estaleiro que o governador terá de cuidar emergencialmente. Mais grave é a situação da seca no sertão de Alagoas.

A ajuda prometida pelo governo há mais de um mês não chegou até agora. Até mesmo o bagaço de cana que ajudaria a alimentar os animais , a maioria pertencente a agricultores familiares, ainda não foi liberado. O governo prometeu comprar 6,6 mil toneladas, a um custo de R$ 330 mil, o suficiente para alimentar 240 mil cabeças de gado por dois meses. Já vai mais de um mês e só hoje é que esse bagaço deve começar a ser liberado.

O desespero começa a tomar conta da região. Alguns produtores estão “dando” os animais. É melhor isso do que vê-los morrer de fome.

A redução na produção de leite chega a 25% no Estado, o que equivale a uma perda diária de 150 mil litros ou cerca de R$ 135 mil diários (mais de R$ 4 milhões) que deixam de circulam na região mais pobre do Estado.

Hoje quando o governador retomar a agenda de trabalho “normal”, é bom que seus assessores lembrem que mais de 20 mil produtores de leite, estão a beira do desespero. E que o nosso rebanho leiteiro, formado por mais de 200 mil vacas, de alto padrão genético, está ameaçado de ser vendido a qualquer preço ou a morrer de fome.

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