Quem perde com a falência do Grupo João Lyra?
   28 de setembro de 2012   │     18:11  │  3

A decretação de falência do Grupo João Lyra tem um peso maior para a economia alagoana do que podemos imaginar.

Juntas suas três usinas do grupo em Alagoas valeriam hoje, a preço de mercado, algo em torno de R$ 2 bilhões. É o que podemos supor pelo que se conversa nos bastidores: o empresário teria recusado, recentemente, uma oferta de cerca de R$ 800 milhões pela Usina Uruba (em outras versões é a Guaxuma) de um importante grupo do setor sucroalcooleiro com atuação em Alagoas.

Quanto isso dá?  Um estaleiro e meio. Isso se compararmos com o Eisa que será o maior das Américas e está estimado em R$ 1,4 bilhão. Em empregos, as três unidades representam mais que o estaleiro, sem contar que elas estão espalhadas em diferentes regiões do Estado.

“O governo que está tão preocupado em atrair novas indústrias para Alagoas não pode deixar fechar três grandes indústrias de uma só vez”. O alerta foi feito, hoje pela manhã, pelo presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Lourenço Lopes.

Isso porque, segundo Lopes, centenas e centenas de fornecedores de Alagoas seriam prejudicados com o fechamento das usinas, principalmente em função da perda de valor da cana.

Claro que também perdem os municípios onde as usinas estão instaladas, além das cidades vizinhas. E os trabalhadores rurais? São mais de cinco mil empregos diretos em jogo? E os trabalhadores da indústria? As empresas prestadoras de serviços?  O comércio? Os transportadores? Os fornecedores de insumos?

É difícil imaginar o tamanho do prejuízo. Mas na hora em que um grupo que produz esmaga de 3 milhões de toneladas de cana, o equivalente a 10% de toda a produção do Estado, posso assegurar com franqueza que todos perdem.

Alagoas perde com essa decisão. O Nordeste e o Brasil também.

Nesse momento em que o país enfrenta uma crise, que afeta duramente nosso Estado, preservar empregos e manter empresas funcionando – independente de questões políticas ou financeiras – desse ser um compromisso de todos.

 

COMENTÁRIOS
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  1. Raul Tavares

    Caro edvaldo, é realmente de estranhar essa morosidade da justiça em votar causas tão importantes;o porquê somente os ilustres magistrados podem responder.Cabe a nós, pobres mortais, aguardar.
    Em tempo, sempre admirei sua postura desde o tempo em que fiz Agronomia na UFAL.(1982/1987)
    Um abraço Vadinho !

  2. S.A.MENDONÇA

    ERAM 27 USINAS DE AÇÚCAR ENCRAVADA EM UM ESTADO DE 27 MILQUILOMETROS QUADRADOS.HOJE SÃO 22 USINAS QUE AO LONGO DE TODOS ANOS TRAZEM UM ATRASO CRONICO PARA O NOSSO ESTADO,SONEGANDO IMPOSTO E DANDO UMA DE FÁLIDAS.NO CASO JL,SE RETIRAR AS TETAS DO ESTADO ELE VAI REALMENTE A FALÊNCIA.ALAGOAS SÓ ENCONTRARÁ SEU DESENVOLVIMENTO QUANDO FICAR APENAS TRÊS USINAS DAS 22 ,E ASSIM MESMO MATANDO O TRABALHADOR DE FOME.REFORMA AGRÁRIA JÁ,COOPERATIVISMO JÁ

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