Renan Filho diz que Alagoas está no ‘fundo do poço’, mas promete  reagir
   25 de fevereiro de 2015   │     14:53  │  2

O discurso  de Renan Filho na solenidade de abertura da 18ª Legislatura da Assembleia Legislativa, na terça-feira, 24, define Alagoas como o mais pobre entre os pobres.

Miséria à parte,o governador traça um cenário de ‘fundo do poço’, com piores índices e a pior realidade e promete trabalhar para mudar esses indicadores. Nada muito diferente do que fez Ronaldo Lessa ou Teotonio Vilela Filho.

Resta saber se Renan Filho conseguirá ir além do simples  discurso, das meras palavras. Dizer que Alagoas está onde está não é difícil. O desafio é transformar palavras em gestos concretos, em ações com resultados palpáveis.

Um ano difícil  

A seguir os principais trechos do discurso do governador (os grifos são meus):

“A sociedade alagoana está consciente de que o ano de 2015 será difícil para o Brasil, por causa de fatores externos adversos e por debilidades econômicas do próprio país.

Alagoas, neste cenário, padece mais do que os outros estados. Continuamos nas últimas posições econômicas e sociais do Nordeste, com o maior número relativo de pobres e miseráveis da região. Ou seja, em poucas palavras, somos os mais pobres entre os pobres.

Faltando apenas dois anos para celebrar o bicentenário de sua Emancipação Política, Alagoas ainda parece imobilizada.

Temos enormes potenciais, conhecidos há dois séculos, mas que não são explorados de forma a elevar o nível de vida da população. O resultado é que hoje, já na segunda década do século 21, os números são preocupantes.

Nosso índice de desemprego é o segundo maior do Nordeste e o terceiro do Brasil. O número de trabalhadores envolvidos no plantio e corte da cana-de-açúcar, ao longo dos anos, caiu de aproximadamente 400 mil para apenas 80 mil na atualidade.

Continuamos sendo o último estado do Nordeste e do País no Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, indicador da qualidade de vida da população, medido pelo IBGE.

O saldo da balança comercial de Alagoas decaiu de forma drástica, particularmente entre 2009 e 2014. Chegamos a ter um resultado positivo próximo a um bilhão de reais e, ano passado, tivemos aproximadamente apenas 10 milhões de reais de saldo.

Somos, disparado, o Estado com a maior dívida pública em relação ao PIB.

Os gastos do Estado de Alagoas com pessoal, como já é do conhecimento de todos, estouraram o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Estamos no nível de alerta máximo da Secretaria do Tesouro Nacional.

Os indicadores sociais de Alagoas mostram o drama que afeta a maioria da população – e o tamanho do nosso desafio.

…Nosso diálogo continuará sendo franco e parceiro com os movimentos sociais, com os setores produtivos urbanos e rurais, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais, com os servidores públicos, com as organizações não governamentais e as demais representações populares, com a opinião pública e os meios de comunicação.

É perfeitamente possível melhorar o desempenho do Estado, tanto na esfera econômica quanto social. A sociedade já conhece as linhas principais do nosso plano de governo. Ela participou da definição das prioridades.

Vamos trabalhar para a construção de um sistema de educação de qualidade. Organizar a Saúde Pública para que ela seja realmente acessível a todos os cidadãos, de todas as idades, em todas as partes do Estado.

Fortalecer o império da lei e combater o crime; tirar do cotidiano dos alagoanos a violência, o sofrimento e o medo; devolver às famílias da nossa terra o direito ao sossego e à vida em paz, seja em casa, na escola, no trabalho ou no lazer. Ninguém pode ser privado do prazer de passear na rua sem receio de ser assaltado. Nossas crianças têm o direito de brincar nas praças.

Saúde, educação e segurança: essas são as nossas prioridades, e delas dependem todas as outras, como a eliminação da pobreza extrema e o desenvolvimento econômico do Estado.

Foi o compromisso central de mudança, aprovado pelo voto da maioria da população. Em nome desse postulado fomos eleitos, e é nosso dever honrá-lo, renovando todo dia, o dia inteiro, o esforço do governo para melhorar os serviços do Estado à população.

COMENTÁRIOS
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  1. Ricardo

    Resolva meu filho, antes de assumir o governo o Sr. sabia da situação; agora, os alagoanos querem que o Sr. resolva.

  2. jose goncalves

    Se queremos paz, devemos, todos,não só governo,trabalhar por JUSTIÇA,em todas as nossas ações do cotidiano.Se plantamos iniquidades,se não cultivamos os valores que permeariam a vida em sociedade,como solidariedade,respeito ao direito alheio, e continuarmos na base do ” meu reino por uma vantagem”,do salve-se quem puder,as praças não poderão ser entregues as crianças. Se a sociedade não fizer um pacto, a paz que buscamos será utopia e retórica batida. Ademais, desejo bom trabalho ao governo e convido a sociedade alagoana para esta reflexão, sobre a questão da violência em nosso estado. PAZ NÃO SE EXIGE; COLHE-SE, QUANDO SE PLANTA JUSTIÇA.

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