Um ano e R$ 2,7 bi depois, Dilma volta fazer reunião “contra a seca”
   30 de março de 2013   │     20:21  │  0

A presidente Dilma Rousseff tem reunião marcada no próximo dia 2 com os governadores do Semiárido atingido pela seca (NE, MG e ES).  O encontro, marcado para Fortaleza, CE, vai discutir propostas e ações destinadas a minimizar os efeitos da estiagem, que afeta principalmente o Nordeste.

Já se sabe que algumas medidas serão anunciadas. Entre elas, prorrogação dos programas Bolsa Estiagem e Garantia-Safra até julho deste ano, podendo haver novas prorrogações porque os benefícios serão pagos enquanto durar a seca.

O governo também promete ampliar programas em andamento, a exemplo da participação do Exército na operação carro-pipa e a venda de milho a preços abaixo do mercado.

As medidas adotadas até agora são paliativas. E o pior é que não chegam aos produtores que sofrem com a seca. Assim como o governo de Alagoas, as ações do governo federal contra a seca anunciadas na propaganda oficial não passam de obra de ficção.

Em 23 de abril do ano passado, Dilma Rousseff fez o mesmo: chamou os governadores do Nordeste para um encontro em Aracaju, SE, e anunciou R$ 2,7 bi em ações contra a seca. Os recursos iriam para abastecimento de água e outras ações como a criação do Bolsa Estiagem.

O problema é que as medidas foram insuficientes. Em alguns casos, como a venda do milho, o governo não consegue atender nem 20% das necessidades dos produtores nordestinos. Em Alagoas o Exército só consegue atender 222mil pessoas com abastecimento de água, deixando de fora mais de 300 mil pessoas que moram na zona rural dos 37 municípios afetados pela seca.

Outro exemplo alagoano: o estado tem 20.831 agricultores inscritos no Garantia Safra em 30 municípios. No Bolsa Estiagem são atendidas 24.135 pessoas em 37 cidades. Um bom número? Seria se mais de 30 mil pessoas que estão no CadÚnico não estivessem sem receber qualquer tipo de benefício social, somente na região da seca em Alagoas.

Em outras palavras, Dilma anunciou os programas, libera o dinheiro, mas as ações não chegaram a quem mais precisa. Tomara que a reunião de Fortaleza não tenha o gostinho azedo de comida requentada.