A eleição da OAB na mídia, a crise no setor sucroalcooleiro e nas prefeituras
   18 de novembro de 2012   │     14:11  │  1

Durante essa semana um amigo me abordou: “você viu a história da OAB?”. Ele comentava a  sucessiva série de denúncias, escândalos e, cá para nós, baixaria em que se transformou a eleição da Ordem dos Advogados dos Brasil, secção de Alagoas.

De fato confesso que li a respeito, mas não me aprofundei no assunto. Acredito que a OAB tem uma grande importância na história da redemocratização do Brasil, assim como outras instituições. É o caso da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da Federação dos Jornalistas, a Fenaj.

Afora esse papel histórico a Ordem é essencialmente um conselho que cuida do registro profissional dos advogados, assim como faz o Crea com engenheiros e o CRM com médicos.

Por isso fico imaginando porque tanto interesse da mídia alagoana a ponto de transformar a OAB num assunto tão importante a ponto de merecer cobertura diária de blogs, portais e outros veículos?

De uma hora para outra saber quem será o presidente da Ordem se transformou num assunto tão importante a ponto de ganhar a atenção de toda a sociedade? Governador, senadores, deputados, líderes de movimentos populares e religiosos e o cidadão comum todos discutindo e envolvidos nesse processo?

Sei não. Acho que há exagero na cobertura desse episódio. Não quero desmerecer o peso nem a importância da Ordem  ou dos advogados. Mas existem vários assuntos de maior interesse, que estão sendo deixados de lado.

O Brasil Mais Seguro, por exemplo, foi praticamente esquecido. Normalmente as informações se resumem aos releases da SDS. A sociedade está acompanhando a execução do plano, seus gastos e sua eficiência? E a saúde? A educação? Os transportes?

Já a crise que atinge o maior setor da economia de Alagoas também tem tido pouca repercussão na mídia. São 24 usinas, 100 mil empregos diretos, 7,4 mil fornecedores de cana e uma movimentação financeira por safra acima de R$ 2,5 bilhões e metade dos municípios do Estado que dependem, em maior ou menor grau, da cana-de-açúcar.

Todas as usinas do Estado estão em dificuldades, de 5 a 6 não estão conseguindo sequer  pagar fornecedores em dia e pelo menos uma usina, a Laginha, não deve moer nesta safra.

E não é apenas esse assunto que passa quase despercebido pela mídia. A seca no agreste e sertão, que afeta outra metade do estado que vive da cana, tem tido uma cobertura pálida da imprensa.

Isso sem falar na crise financeira, por conta da arrecadação de tributos, que atinge Estado e município.

Resumo da ópera: o caso da OAB é mias uma cortina de fumaça. Enquanto se discute quem será presidente da Ordem, algo que não vai mudar em nada a vida do alagoano, a situação se agrava em vários setores da economia e política do estado. E aí quando forem despertar para esses assuntos talvez já seja tarde demais.

COMENTÁRIOS
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  1. carlos

    Vou explicara o meu ponto de vista a diferença de comprar voto na eleições OAB e a dos políticos.OAB,paga a anuidade dos associados e os eleitores dos políticos tradicionais compra comida ou paga luz e água atrasada.Então uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa!!!Não vamos fazer uma tempestade do copo de água a OAB,pode e pode muito!!!Já o pobre eleitor pode e pode pouco!!

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