AL quer ‘copiar’ de PE modelo de reativação de usinas
   27 de janeiro de 2015   │     16:05  │  4

Produtores de cana de Pernambuco arrendaram e colocaram a Usina Pumaty, localizada em Palmares, PE, para funcionar. Como resultado, em dois meses conseguiram moer 240 mil toneladas de cana, gerar faturamento de R$ 22 milhões e mais de R$ 2 milhões em impostos.

A notícia está em vários sites de Pernambuco e sites especializados (http://www.udop.com.br/index.php?item=noticias&cod=1121502)

A reabertura de Pumaty foi possível a partir Fornecedores de um entendimento entre a Justiça (a empresa está em recuperação judicial), um grupo de produtores de cana liderados pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco e os donos da usina.

Em Alagoas, empresários e produtores bem que tentaram fazer o mesmo, mas esbarraram na na demora da Justiça.

Um grupo de fornecedores de cana apresentou proposta oficialmente, ainda no primeiro semestre de 2014, para arrendar a Usina Uruba em Atalaia. O processo ainda não teve resposta.

Outro grupo apresentou proposta para arrendamento de todas as terras da massa falida do Grupo João Lyra, mas a proposta não foi aceita.

Desperdício de riquezas

A cana, embora alguns setores discordem, ainda continua sendo o “motor” da economia de Alagoas. No entanto, o governo permitiu que das 24 usinas do estado cinco fossem fechadas (Uruba, Guaxuma, Roçadinho, Santa Maria e Laginha) e nada fez.

Por conta da omissão, o estado já perdeu mais de 20 mil empregos diretos. O problema agora se agrava. Os fornecedores de cana de várias regiões não tem sequer onde moer. Em algumas regiões a cana, que gera até 1 emprego por hectare, está sendo substituída pela “pata do boi”, que gera um emprego a cada 100 hectares.

Reviravolta

O novo governo parece despertar, enfim, para o problema. Seja pela necessidade de arrecadar mais, seja para evitar novas demissões ou simplesmente porque é a coisa certa a fazer, o governador Renan Filho demonstra disposição para reverter ou pelo menos estancar a crise no setor sucroenergético do estado.

As ações do governo começaram, efetivamente com uma reunião. O secretário de Agricultura, Alvaro Vasconcelos, participou de reunião na sede da Associação dos Plantadores de Cana (Asplana), em Maceió e avisou o governo que está preocupado com a situação do setor canavieiro.

No encontro, que contou com a participação de representantes de produtores de Pernambuco, Vasconcelos avisou que tem interesse em trazer para o Estado o modelo adotado na Usina Pumaty.

Em texto da Agência Alagoas, o secretário diz que o exemplo pernambucano pode salvar usinas de Alagoas:  http://agenciaalagoas.al.gov.br/noticias/2015-1/exemplo-pernambucano-pode-salvar-usinas-de-alagoas

A informação do secretário também ganhou repercussão em sites e blogs de notícias de PE:. http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2015/01/25/governo-de-alagoas-quer-copiar-modelo-que-reativou-usina-pumaty/

É um bom começo. E o momento não poderia ser melhor. Com o aumento da Cide, o etanol voltará a ser competitivo, o que deve melhorar, indiretamente, o mercado do açúcar, favorecendo todo o setor.

COMENTÁRIOS
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  1. Ademario A Filho

    O modelo de reativação que Pernambuco experimenta é diferente do modelo tradicionalista o qual foi praticado até hoje, em Alagoas temos um exemplo de sucesso que é a cooperativa de Pindorama, onde inclue além da agroindústria da fruticultura, produz também os derivados da cana de açúcar, onde participam centenas de cooperados que sobrevivem de maneira digna.
    Não estamos aqui exaltando a política do retorno de engenho ou mesmo nenhuma atividade medieval, estamos defendendo uma idéia de resgate da economia sendo impulsionada por um outro modelo de gestão e aproveitamento do parque fabril já instalado e nada impede que em paralelo venham as indústrias como aconteceu no estado vizinho.

  2. Fernando Matarazo

    pernambuco se desenvolveu depois que acabaram com a maioria das usinas.Esse tipo de atividade é medieval, da época Brasil colonia, devastador para o meio ambiente, geram sub-empregos com salários muito baixos e em alguns casos análogo a escravidão. os usineiros sempre viveram de subsídios e benesses de governo em detrimento de outras atividades. Quebraram o banco do estado que gerava empregos decente e desenvolvimento.Sem falar que quase tudo que produz e exportado, não pagando assim icms. hoje tudo que se come em alagoas vem de outros estados. plantem feijao, arroz,soja, milho…isso o povo come.

  3. Ademario A Filho

    O modelo adotado em Pernambuco deve ser seguido e facilitado pelo estado aos grupos de produtores ou cooperativas que venham a se interessar, são milhares de empregos, renda e impostos que voltam a circular. Modelo semelhante já opera há mais de 10 anos no estado do Rio de Janeiro, através da Coagro, é um case de sucesso e sustentabilidade aos produtores independentes.

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