Ameaça: Chesf quer reduzir ainda mais vazão do Velho Chico
   24 de março de 2013   │     20:10  │  1

A situação do rio São Francisco foi tema uma reunião inédita, quinta-feira, em Brasília. Estavam presentes representantes da Agência Nacional das Águas (ANA), Ibama, Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS), Ibama, Chesf e vários outros órgãos e instituições.

A reunião foi convocada a pedido da Chesf. A companhia quer autorização para baixar em mais 20% a vazão do rio, estimada hoje em apenas 1.300 m3.

O objetivo da geradora de energia seria para aumentar o nível de água em suas barragens, “poupando” para o período de maio a outubro e fazendo uma reserva estratégica para a Copa do Mundo.

O problema é que na vazão atual o nível do rio baixa muito, provocando efeitos colaterais para as pessoas e empresas que dependem do rio, de alguma forma.

“A Chesf quer reduzir a vazão para 1.100 m3. Se isso acontecer, os danos serão ainda maiores na região do Baixo São Francisco”, alerta o Presidente do Comitê da Bacia do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, acrescentando que “a Chesf busca reduzir custos com geração, em função da interligação do sistema elétrico, mas não leva em conta os prejuízos que provoca as pessoas com essas medidas”.

Além de problemas como a falta de água em algumas cidades – como ocorreu esta semana no sistema adutor do sertão que abastece seis municípios de Alagoas – Anivaldo alerta para outros danos ao meio ambiente e a economia: “no meio São Francisco a navegação na hidrovia está ameaçada, a biodiversidade está seriamente comprometida e quem vive do rio, como pescadores, terão suas perdas aumentadas”, afirma.

Segundo Anivaldo, se o nível do rio baixar mais, os prejuízos serão ainda maiores: “já fizeram isso antes. Só na última década, forma quatro vezes. A Chesf disse que iria indenizar os prejuízos, nunca saiu da promessa”, reclama.

Desta vez, Anivaldo avisa que será diferente: “nós vamos recorrer e não queremos saber quem será o responsável, mas se baixar o nível do rio, o governo federal terá que indenizar todas as populações que estão sendo prejudicadas”, enfatiza.

COMENTÁRIOS
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  1. Jairo Santos

    Quando do início do projeto da transposição do Rio São Francisco os Estados de Alagoas e Sergipe foram radicalmente contra e Aracajú é abastecida pelo Velho Chico, agora começa a operação do Canal do Sertão em Alagoas, que é
    uma mini transposição. Quanto a redução da vazão pela Chesf, Alagoas poderia colaborar para aumentar a quantidade de água no baixo São Francisco não operando o Canal do Sertão.

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