“Bola fora”: senador critica colega por fazer trabalho que deveria ser dele
   10 de maio de 2023   │     15:54  │  0

O espaço ocupado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem causado desconforto não só a diretoria da Braskem. A maior petroquímica das Américas aparentemente teve – e terá – que refazer os planos para a transferência do seu controle acionário.

Em alinhamento com o Senado Federal, governo estadual, governo federal e, agora com o Ministério Público Estadual, o senador Renan Calheiros tem atuado para impedir a venda Braskem antes que a empresa feche um acordo de indenização com as vítimas, prefeitura de Maceió e Estado de Alagoas.

Com atuação intensa, Renan Calheiros conseguiu mobilizar a política e o crime da Braskem no caso do afundamento do solo em bairros de Maceió voltou às primeiras páginas dos principais veículos da imprensa nacional.

A atuação de Renan Calheiros começou com um discurso no Senado, em 31 de março deste ano (veja abaixo). Na sequência, entrevistas, reuniões e a audiência pública realizada no Senado na segunda-feira (08/5) ajudaram a manter o crime ambiental da Braskem em “alta”.

No mesmo dia em que o Senado realizada a audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, para ouvir as vítimas da Braskem e o governo de Alagoas entre outros convidados, o senador Rodrigo Cunha (União-AL) soltou nota na imprensa para criticar o trabalho de Renan Calheiros – seu desafeto na política alagoana.

“Olha é bom ver que finalmente o senador Renan Calheiros, o pai, acordou depois de um longo sono de 5 anos. Acordou e descobriu que o Pinheiro, o Bebedouro e os bairros que estão afundando por causa da Braskem ficam em Maceió”, afirmou Cunha (veja abaixo, na íntegra).

É fato. Renan Calheiros demorou a entrar mais incisivamente na questão. Mas é inegável que entrou ao estilo, ocupando de forma eficiente um espaço que foi deixado vazio pelo próprio Rodrigo.

O senador Cunha passou atuar na questão em 2018, logo no início do processo de “afundamento” quando ainda era deputado estadual e então candidato ao Senado. O erro de Rodrigo foi ter deixado o “caso esfriar”. E, como ele sabe, em política não existe espaço vazio.

 

Versão oficial

Veja texto da assessoria

Rodrigo Cunha: “finalmente Renan Calheiros descobriu que o Pinheiro e os bairros que estão afundando por causa da Braskem ficam em Maceió”

O senador Rodrigo Cunha (União) ironizou as súbitas manifestações do senador Renan Calheiros (MDB) acerca da atuação da Mineradora Braskem em Maceió. “Olha é bom ver que finalmente o senador Renan Calheiros, o pai, acordou depois de um longo sono de 5 anos. Acordou e descobriu que o Pinheiro, o Bebedouro e os bairros que estão afundando por causa da Braskem ficam em Maceió”, afirmou Cunha.

Nesta segunda-feira (8), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado promove audiência pública interativa para debater alterações acionárias e venda de ações da empresa petroquímica Braskem. A audiência foi requerida pelo senador Renan Calheiros (MDB).

“É importante falar a verdade. E aqui eu trago duas, só para começar. Primeiro: foi trabalho meu e de outros batalhadores que 5 anos lá atrás, ajudaram parte da comunidade a ser minimamente indenizada pela Braskem. O então prefeito Rui Palmeira, o ex-governador Renan Filho e então deputado e hoje governador Paulo Dantas viraram as costas e abandonaram o povo destes bairros”, disse Rodrigo Cunha.

Rodrigo ainda reiterou: “e em segundo lugar, acredito que mais importante do que debater se a Braskem vai ser vendida ou não, é garantir que quem ainda não recebeu seu dinheiro receba de forma rápida. E, também, qual a solução que a Braskem vai dar para esta que é uma das maiores tragédias sociais e ambientais do mundo”, falou Cunha.

“No lugar de somente se preocupar com a venda da Braskem, e com a fortuna que vai entrar de dinheiro no cofre do estado, o senador Renan papai deveria se preocupar com o povo. Mas aí é pedir demais: isso ele nunca fez em mais de 40 anos de politicagem”, concluiu Rodrigo Cunha

Fique por dentro

Renan quer barrar venda da Braskem: ” tem que pagar Maceió e AL primeiro”