Pode até ser, como preferem alguns, uma “disputa paroquial”. De um lado o líder do Centrão e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do outro o líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões Junior.
Mas é inegável o fato que os dois deputados mostram, em Brasília, que sabem trabalhar como gente grande na política – sejam movidos ou não por disputas locais.
Isnaldo Bulhões ajudou a montar o que era o maior bloco de partidos da Câmara dos Deputados até hoje, com 142 deputados (MDB, PODE, PSD, PSC e Republicanos). Quanto maior o bloco partidário, é bom que se explique, maior o poder para indicar integrantes das comissões permanentes e de influenciar na votação de matérias na Casa.
Um bloco tão forte assim, diminuiria o “poder” do presidente da Câmara dos Deputados, que por si só já é muito grande. Numa “reação” mais que esperada, Arthur Lira conseguiu formar nesta quarta-feira (12/4) um bloco ainda maior. O presidente da Câmara dos Deputados atraiu partidos de centro, de direita e da base do governo Lula (PT) para formar um bloco com 173 deputados.
Agora, o grupo será formado pelo PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota e Avante, PDT e PSB, torna-se a maior força da Casa.
Sim, Lira e Bulhões travam disputas políticas em Alagoas, a cada dois anos. Mas os dois, embora muitos achem diferente, se relacionam muito bem em Brasília. Lá, falam a língua da política nacional. E ao que parece estão se saindo muito bem.
Mérito para a “escola” política de Alagoas. Os blocos formados com a ajuda de Bulhões e Lira somam 315 deputados ou mais de 61% dos 513 assentos da Casa.
Claro que também está em jogo, desde já, a eleição do sucessor de Lira, o próximo presidente da Câmara dos Deputados, que será eleito em 2025. Mas essa é outra história.
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