A bancada federal de Alagoas começou a definir a ocupação dos cargos federais em Alagoas. Hoje a maioria está na cota pessoal do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Pela estimativa, ele teria mais da metade dos cargos, incluindo Codevasf, Incra e CBTU. Praticamente todas as posições estão ocupadas pelos mesmos gestores desde o governo Jair Bolsonaro.

A primeira mudança aconteceu na semana passada. No dia 3 abril, o jornalista e oficial de justiça Cícero Filho (que foi candidato a prefeito de Maceió e a deputado estadual pelo PCdoB) foi confirmado para o cargo de superintendente do Regional do Trabalho pelo Governo Federal (veja aqui).

A indicação, neste caso, seria dentro da cota da Federação Brasil (PT/PV/PCdoB), que também pleiteia outros cargos federais em Alagoas. Em janeiro, o PT de Alagoas já encaminhou para a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, uma lista com sete cargos que estão na preferência do partido, entre eles Codevasf, Dnit, CBTU e Porto de Maceió – os mais desejados por dez entre dez políticos alagoanos.

A disputa por cargos do governo Lula, no entanto, será maior do que se esperava e dificilmente o PT terá todos os melhores postos, como pretendia.

O coordenador da bancada federal de Alagoas, Paulão (PT) avalia que não será fácil chegar a um consenso entre os nove deputados federais e os três senadores de Alagoas. De fato, explica o parlamentar,  sete deputados e dois senadores já sinalizaram que tem interessem em fazer as indicações de cargos no Estado.

“Os deputados Alfredo Gaspar de Mendonça e Fábio Costa já me disseram que não tem interesse em indicar cargos. Do grupo que se elegeu pela oposição no Estado, além de Arthur Lira, os deputados Marx Beltrão e Daniel Barbosa já sinalizaram que querem fazer indicações. Ainda não conversei com o senador Rodrigo Cunha, mas como seu partido está na base do governo ele poderá fazer indicações”, pondera.

No grupo que dá sustentação ao governo de Alagoas, a coordenação das indicações (em nome dos deputados federais – Isnaldo Bulhões e Rafael Brito – e senadores, ele próprio e Fernando Farias), será do senador Renan Calheiros (MDB). As indicações do PT serão feitas por Paulão e as do PV por Luciano Amaral.

Paulão – que tem bom trânsito com Arthur, de quem é amigo desde os tempos da Câmara de Vereadores de Maceió, e com o senador Renan Calheiros, aliado histórico – segue tentando resolver as indicações na base do diálogo interno na bancada, mas reconhece que não será fácil.

O parlamentar admite que a falta de entendimento entre Renan Calheiros e Arthur Lira pode levar a decisão para o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

“O que for consenso na bancada será encaminhado para as nomeações. Mas quero adiantar que existe uma grande dificuldade no diálogo, neste momento, entre Renan e Arthur, que são duas lideranças expressivas da política nacional e, portanto, o caso deverá ser tratado por Padilha”, aponta.

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