Canal do Sertão não é obra de arte, diz secretário
   28 de outubro de 2015   │     19:11  │  0

Maior obra hídrica da história de Alagoas, o Canal do Sertão já tem mais de 90 km prontos, “rasgando” a região mais seca do estado. Ainda assim, uma grande dúvida permanece: como serão usadas suas águas, especialmente num período em que a seca assola o sertão?

Existem, como se sabem, estudos para o desenvolvimento de grandes projetos de irrigação na Codevasf. Mas nada que tenha efeito no curto prazo. Talvez por isso o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que assumiu a gestão do  Canal ao lado de outras duas Secretarias (Seinfra e Seagri) tenha partido para encontrar alternativas que permitam o uso imediato das águas do canal.

“O Canal do sertão não é uma obra de arte”, aponta Alexandre Ayres. Para o secretário da Semarh, é preciso encontrar  alternativas para utilizá-lo agora, independente de outros usos que terá no futuro.

Ayres trabalha em duas linhas: a parceria com grandes grupos privados e a agricultura familiar. “Estamos priorizando, por orientação do governador Renan Filho, projetos que viabilizem o uso das águas do canal por pequenos produtores. Já iniciamos um levantamento para identificar todos os agricultores familiares que estão num raio de até 10 km do canal e vamos oferecer crédito  através da Desenvolve (Agência de Fomento de Alagoas) para incentivar a produção agropecuária ao longo do Canal”, adianta.

O secretário também busca empreendedores privados e tem divulgado as oportunidades de investimentos existentes no Canal do Sertão.

Nessa segunda-feira, 26, Ayres fez palestra no departamento de economia da FGV/SP acerca das perspectivas para o desenvolvimento econômico e social do sertão e do agreste de Alagoas a partir do uso da água do canal do sertão.

A palestra do secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, teve duração de uma hora e contou com a participação de professores e estudantes da FGV, além de empresários e técnicos da área econômica.

Na palestra, Ayres apresentou propostas para uma gestão eficaz do uso das águas do canal do sertão: “estamos trabalhando junto com o governador Renan Filho para dar funcionalidade ao canal. Para isso vamos buscar envolver não só os movimentos sociais, mas também investidores privados”, enfatiza.