Mais de 80 mil famílias podem ficar sem leite em Alagoas
   28 de novembro de 2012   │     21:12  │  0

O Programa do Leite , mantido pelo governo do estado em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social está prestes a parar em Alagoas. São mais de 80 mil famílias carentes que podem ser prejudicadas.

Cadastradas pelas prefeituras e associações comunitárias dos 102 municípios, elas recebem, cada uma, um litro de leite por dia.

O leite que chega até essas famílias é produzido por agricultores familiares. O problema é que esses produtores estão deixando de fornecer o produto para o programa do leite e estão virando fornecedores de grandes laticínios de Pernambuco e Sergipe, que estão pagando mais, agora na crise, pela matéria-prima. É o caso da Perdigão, Sabe e Bom Gosto.

Em função da crise de preços, algumas associações de produtores já deixaram de entregar parte do leite previsto em contrato com o MDS e a Seagri. Se os preços pagos aos produtores, congelados desde o primeiro semestre, não forem reajustados nos próximos dias, o colapso deve ser total.

O problema foi agravado, como mostrou reportagem do ALTV 2ª Edição, ontem a noite, com a queda na produção de leite no sertão, em decorrência da seca. A situação mostrada na  TV foi a de Jaramataia. Apenas numa das associações do município a produção semanal caiu de 40 mil para 12 mil litros de leite.

A situação é semelhante nos demais municípios sertanejos.

A reportagem mostrou que como consequência da quebra de produção os preços pagos aos agricultores familiares aumentaram de R$ 0,80 para R$ 1,05. Também aumentaram o preço do queijo coalho (de R$ 11 para R$ 14 em Arapiraca), o preço do queijo manteiga (de R$ 14 para R$ 16) e em 20% os preços dos derivados do leite nos supermercados.

Exceção

Todos os preços da cadeia produtiva do leite foram reajustados em Alagoas em função da seca. Principalmente insumos usados pelos produtores. Soja e milho tiveram aumentos acima de 50% nos últimos meses. Até agora apenas os preços do programa do leite, que é controlado pelos governos federal e estadual continuam congelados.

O preço pago pelo programa ao agricultor familiar continua fixado em R$ 0,76 em Alagoas, embora o governo federal tenha autorizado, desde julho, um reajuste para R$ 0,89.

O aumento está emperrado na burocracia do Estado. Enquanto isso, o programa está sendo minado e vários agricultores familiares estão deixando de fornecer para o governo e passando a fornecedor para os laticínios de outros estados.

A Secretaria de Agricultura, responsável pelo programa em Alagoas, promete uma solução para os próximos dias. O reajuste do preço vai depender, segundo a Seagri, de aprovação do governador Teotonio Vilela Filho.

A reportagem da TV Gazeta você pode link a seguir:

http://gazetaweb.globo.com/v2/videos/video.php?c=17899#