O que o “silêncio” diz sobre o destino do estaleiro Eisa Alagoas
   25 de agosto de 2012   │     13:08  │  0

Quando não se tem nada de interessante a dizer melhor calar. Quando se quer esconder algo, também.  O silêncio em torno do estaleiro Eisa fala por si.

O primeiro fato que é possível deduzir é que o Ibama vai manter a posição inicial de não liberar a licença para a área pretendida – situada entre a foz do rio Coruruipe e o Pontal de Coruripe.  Do contrário a ministra Isabella Teixeira já teria anunciado essa posição.

Também é possível arriscar que outra solução está sendo estudada. Do contrário, o assunto já teria vindo a tona.

O próprio Luiz Otávio Gomes deixou escapar outro dia que “se eu falar vou inviabilizar o estaleiro” confirmando a existência de um pacto de silêncio entre o governo de Alagoas, o Ministério do Meio Ambiente e parlamentares federais com mais trânsito no governo, a exemplo dos senadores Rena, Biu e Collor.

“Não ouço e não falo nada sobre esse assunto por enquanto. Mas asseguro que você será o primeiro a saaber assim que houver uma decisão”,prometeu o secretário de Planejamento e Desenvolvimento.

Nem mesmo o governador topa falar do assunto: “realmente assumi o compromisso com a ministra de não falar nada, até que encontremos uma saía”, me disse.

E que saída seria essa? Na prática – mantida a posição do Ibama – existem duas ou três possibilidades, visto que o empresário German Efromovich descarta investir mais US$ 150 milhões para construir diques de contenção, obra necessária para o estaleiro nas outras áreas três áreas que estão em estudo no órgão ambiental.

Opção um: o governo federal (ou estadual) arcaria com o custo adicional de construção dos diques e grupo Synergy toparia instalar o estaleiro em outra área próxima ao local em questão.

Opção 2: o governo de Alagoas e o Ministério do Meio Ambiente Ibama estariam avaliando outra área viável que não necessita de diques e fazem segredo para evitar que técnicos ou ambientalistas mais xiitas tentem iviabilizar o projeto no nascedouro.

Opção 3: o governo e o ministério estariam redesenhando o projeto no local original, mudando ou diminuindo a área – o que pode incluir desmembramentos  – dentro dos critérios de viabilidade econômica.

Afora essas opções, não tem estaleiro. A não ser que o o governo encontre outro grupo disposto a fazer o investimento.

Em tempo

No dia 12 de julho, numa audiência que foi marcada por Renan Calheiros, a ministra iabella Teixiera reabriu o diálogo em torno da licença ambiental do estaleiro Eisa. Ela chegou a pensar em cancelar o encontro em funão da forte prssão da bancada federal, mas reavaliou a posição depois de uma interfência do líder do PMDB no Senado.

Na  reunião, depois de botar os pingos nos is a ministra reabriu nas negociações e disse que o governo federal não tem interesse em barrar o desenvolvimento de Alagoas. A ministra prometeu então uma solução em 30 dias. Já se vão 43 dias e nada..

Nesse meio tempo Teixeria teve, semana passada, uma conversa reservada com o governador Teotonio Vilela Filho.  Também puder apurar que técnicos do governo de Alagoas e do Ibama tem tratado do assunto em “profundo silêncio”.

O que podemos deduzir de todo esse clima de mosteiro é que tem algo bom sendo construído. Do contrário, o barulho será imenso, estrondoso até.