Como Paulo vai lidar com insatisfação de servidores,  maior desafio da sua gestão até agora?
   1 de junho de 2023   │     20:47  │  1

O governador Paulo Dantas (MDB) passou a atuar diretamente para tentar minimizar os efeitos de uma decisão dura. A de não conceder a reposição salarial dos servidores, prevista para o mês de maio deste ano.

Não é segredo para ninguém que o Estado de Alagoas perdeu receita com mudanças na tributação dos combustíveis, energia e telecomunicações a partir de junho de 2022.

O Estado, no entanto, deixou para avisar na última hora, que o reajuste anual não seria concedido. A equipe técnica fez reuniões com sindicatos e associações de servidores para apresentar os números e apontar para o risco da concessão da reposição salarial num momento em que o governo visivelmente tem dificuldades para pagar pela realização de serviços na saúde ou para manter o ritmo das obras.

Por mais reais que sejam os números, não é fácil convencer o trabalhador de que ele não terá direito ao reajuste salarial. O argumento de cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, por mais verdadeiro que seja, não comove ninguém – literalmente.

Em meio a um cenário de arrecadação estagnada, com incertezas pela  frente, a exemplo da reforma tributária e novas mudanças no ICMS da gasolina, a equipe econômica recomendou ao governador não conceder o reajuste agora. Paulo Dantas levou mais de um mês para tomar a decisão. Até o último momento relutou e disse várias vezes para a equipe que seu desejo era dar o aumento. Ao fim e ao cabo, preferiu não correr o risco de contaminar as finanças do Estado.

A decisão, no entanto, terá danos colaterais. Além da insatisfação, o governo passa a lidar com a possibilidade real de greve de várias categorias, inclusive, na área de segurança pública.

A insatisfação já começou a provocar mudanças na agenda do governador. Nesta quinta-feira (01/06), um dia depois da reunião entre a equipe econômica do governo com sindicatos dos servidores, o governador recebeu representantes do funcionalismo para anunciar um reajuste de 5,79% para os servidores. O problema é o prazo. O reajuste só seria concedido em abril e maio do próximo ano.

O governador passou a administrar diretamente a crise. E sabe, como qualquer um, que os servidores querem o aumento “agora”.

Com a entrada de Paulo em cena, o governo encurta o caminho – tanto da insatisfação, quanto para a solução. Depois de lidar com problemas de atraso no pagamento de prestadores de serviços, caso da saúde, ou de obras, com boa capacidade de resolução, Paulo Dantas passa a lidar certamente com o maior desafio da sua gestão – a insatisfação do servidor.

O governador continuará tentando um caminho para equilibrar as contas e dar o reajuste, mas tudo aponta para o enfrentamento da crise, até onde for possível.

O que está em jogo, para Paulo, é todo o seu governo, tudo que planejou fazer. Dar o aumento agora, pode comprometer a capacidade de investimento do Estado pelos próximos quatro anos. Não dar, por outro lado, pode tornar seu governo impopular.

Paulo terá que ter mais do que jogo de cintura para lidar com essa crise. Seu governo será colocado a prova como nunca. Como ele vai se sair? Aguardem as próximas reuniões do governador com os servidores. Elas vão voltar a ocorrer. E logo.

Paulo se reúne com servidores (Foto: agência Alagoas)

Versão oficial

Veja texto da Agência Alagoas

Paulo Dantas sinaliza com reajuste de 5,79% para servidores estaduais

Medida seria enviada à Assembleia Legislativa, com implantação prevista para abril e maio de 2024

O governador Paulo Dantas se reuniu com representantes de entidades sindicais dos servidores públicos estaduais nesta quinta-feira (1º) e apresentou estudos da equipe econômica que sinalizam para uma reposição inflacionária de 5,79%, referente ao IPCA 2022. O reajuste deve ser aplicado a partir de abril e maio de 2024, em razão das limitações legais impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

 “O reajuste será dado. Esperamos que encontremos, junto com os sindicatos, um caminho justo para os servidores e viável para o Estado”, afirmou o governador, já anunciando a manutenção da mesa de negociação com o movimento unificado. O governo do Estado deve enviar a proposta como projeto de lei para a Assembleia Legislativa assim que forem finalizadas as negociações.

Uma nova reunião do Comitê de Negociação Sindical (Cones) já foi agendada para a próxima segunda-feira (5), às 10 horas. Paulo Dantas reafirmou que o governo do Estado tem o compromisso de valorizar os servidores públicos, lembrando que, no ano passado, foi concedido um reajuste de 10%, com um acréscimo de mais 5% para os servidores da área de segurança pública, indo na contramão da economia nacional que, em 2022, registrou uma queda de 2,1% no Produto Interno Bruto. “Hoje, os servidores públicos de Alagoas têm a segunda melhor média salarial do país”, salientou.

O governador lembrou que as receitas do Estado sofreram grande impacto financeiro com duas leis complementares de compensação de ICMS. Atrelado ao último aumento de 10,06%, o Governo de Alagoas reestruturou 24 carreiras, em março do ano passado. O projeto beneficiou servidores dos níveis elementar, médio e superior, valorizando o trabalhador ao diminuir distorções salariais. Conforme os dados da Secretaria do Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), as carreiras que tiveram maiores impactos salariais com a reestruturação foram as de bombeiro militar, auditor fiscal, policial civil, delegado, professores e servidores da Saúde.

O governo realizou ainda concursos públicos que deram um incremento de mais de seis a sete mil servidores no Estado, principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança pública. “Administrar é ter condições de ouvir todo mundo e identificar prioridades para planejar e buscar atender a todas as reivindicações”, disse o governador, que se mostrou aberto a manter sempre o diálogo com os servidores.

 “Não queremos colocar o Estado em risco, mas queremos atender a cada servidor público do Estado”, afirmou a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rilda Maria Alves, que contou com o apoio de outros representantes de sindicatos e associações militares e civis.

De acordo com a equipe econômica do governo, as estratégias tomadas ao longo dos anos que favoreceram os últimos aumentos salariais em Alagoas, como os registrados em 2018 (+2,95%), 2021 (+4,52%) e os já mencionados em 2022 (+10,06%) foram a renegociação da dívida pública com a União, a arrecadação obtida com a negociação do ex-banco oficial do Estado, o Produban, e o novo regime previdenciário no AL Previdência.

Os acordos entre os setores público e privado para a realização conjunta de serviços ou obras de interesse da população, como as Parcerias Público-Privadas (PPPs), também tiveram participação fundamental no desenvolvimento econômico e na valorização do servidor do estado de Alagoas, a exemplo do leilão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), em 2020, que gerou R$ 2 bilhões para os cofres públicos na época.

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Como Paulo vai lidar com insatisfação de servidores,  maior desafio da sua gestão até agora?

O governador Paulo Dantas (MDB) passou a atuar diretamente para tentar minimizar os efeitos de uma decisão dura. A de não conceder a reposição salarial dos servidores, prevista para o mês de maio deste ano.

Não é segredo para ninguém que o Estado de Alagoas perdeu receita com mudanças na tributação dos combustíveis, energia e telecomunicações a partir de junho de 2022.

O Estado, no entanto, deixou para avisar na última hora, que o reajuste anual não seria concedido. A equipe técnica fez reuniões com sindicatos e associações de servidores para apresentar os números e apontar para o risco da concessão da reposição salarial num momento em que o governo visivelmente tem dificuldades para pagar pela realização de serviços na saúde ou para manter o ritmo das obras.

Por mais reais que sejam os números, não é fácil convencer o trabalhador de que ele não terá direito ao reajuste salarial. O argumento de cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, por mais verdadeiro que seja, não comove ninguém – literalmente.

Em meio a um cenário de arrecadação estagnada, com incertezas pela  frente, a exemplo da reforma tributária e novas mudanças no ICMS da gasolina, a equipe econômica recomendou ao governador não conceder o reajuste agora. Paulo Dantas levou mais de um mês para tomar a decisão. Até o último momento reluto e disse várias vezes para a equipe que seu desejo era dar o aumento. Ao fim e ao cabo, preferiu não correr o risco de contaminar as finanças do Estado.

A decisão, no entanto, terá danos colaterais. Além da insatisfação, o governo passa a lidar com a possibilidade real de greve de várias categorias, inclusive, na área de segurança pública.

A insatisfação já começou a provocar mudanças na agenda do governador. Nesta quinta-feira (01/06), um dia depois da reunião entre a equipe econômica do governo com sindicatos dos servidores, o governador recebeu representantes do funcionalismo para anunciar um reajuste de 5,79% para os servidores. O problema é o prazo. O reajuste só seria concedido em abril e maio do próximo ano.

O governador passou a administrar diretamente a crise. E sabe, como qualquer um, que os servidores querem o aumento “agora”.

Com a entrada de Paulo em cena, o governo encurta o caminho – tanto da insatisfação, quanto para a solução. Depois de lidar com problemas de atraso no pagamento de prestadores de serviços, caso da saúde, ou de obras, com boa capacidade de resolução, Paulo Dantas passa a lidar certamente com o maior desafio da sua gestão – a insatisfação do servidor.

O governador continuará tentando um caminho para equilibrar as contas e dar o reajuste, mas tudo aponta para o enfrentamento da crise, até onde for possível.

O que está em jogo, para Paulo, é todo o seu governo, tudo que planejou fazer. Dar o aumento agora, pode comprometer a capacidade de investimento do Estado pelos próximos quatro anos. Não dar, por outro lado, pode tornar seu governo impopular.

Paulo terá que ter mais do que jogo de cintura para lidar com essa crise. Seu governo será colocado a prova como nunca. Como ele vai se sair? Aguardem as próximas reuniões do governador com os servidores. Elas vão voltar a ocorrer. E logo.

Paulo se reúne com servidores (Foto: agência Alagoas)

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Veja texto da Agência Alagoas

Paulo Dantas sinaliza com reajuste de 5,79% para servidores estaduais

Medida seria enviada à Assembleia Legislativa, com implantação prevista para abril e maio de 2024

O governador Paulo Dantas se reuniu com representantes de entidades sindicais dos servidores públicos estaduais nesta quinta-feira (1º) e apresentou estudos da equipe econômica que sinalizam para uma reposição inflacionária de 5,79%, referente ao IPCA 2022. O reajuste deve ser aplicado a partir de abril e maio de 2024, em razão das limitações legais impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

 “O reajuste será dado. Esperamos que encontremos, junto com os sindicatos, um caminho justo para os servidores e viável para o Estado”, afirmou o governador, já anunciando a manutenção da mesa de negociação com o movimento unificado. O governo do Estado deve enviar a proposta como projeto de lei para a Assembleia Legislativa assim que forem finalizadas as negociações.

Uma nova reunião do Comitê de Negociação Sindical (Cones) já foi agendada para a próxima segunda-feira (5), às 10 horas. Paulo Dantas reafirmou que o governo do Estado tem o compromisso de valorizar os servidores públicos, lembrando que, no ano passado, foi concedido um reajuste de 10%, com um acréscimo de mais 5% para os servidores da área de segurança pública, indo na contramão da economia nacional que, em 2022, registrou uma queda de 2,1% no Produto Interno Bruto. “Hoje, os servidores públicos de Alagoas têm a segunda melhor média salarial do país”, salientou.

O governador lembrou que as receitas do Estado sofreram grande impacto financeiro com duas leis complementares de compensação de ICMS. Atrelado ao último aumento de 10,06%, o Governo de Alagoas reestruturou 24 carreiras, em março do ano passado. O projeto beneficiou servidores dos níveis elementar, médio e superior, valorizando o trabalhador ao diminuir distorções salariais. Conforme os dados da Secretaria do Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), as carreiras que tiveram maiores impactos salariais com a reestruturação foram as de bombeiro militar, auditor fiscal, policial civil, delegado, professores e servidores da Saúde.

O governo realizou ainda concursos públicos que deram um incremento de mais de seis a sete mil servidores no Estado, principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança pública. “Administrar é ter condições de ouvir todo mundo e identificar prioridades para planejar e buscar atender a todas as reivindicações”, disse o governador, que se mostrou aberto a manter sempre o diálogo com os servidores.

 “Não queremos colocar o Estado em risco, mas queremos atender a cada servidor público do Estado”, afirmou a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rilda Maria Alves, que contou com o apoio de outros representantes de sindicatos e associações militares e civis.

De acordo com a equipe econômica do governo, as estratégias tomadas ao longo dos anos que favoreceram os últimos aumentos salariais em Alagoas, como os registrados em 2018 (+2,95%), 2021 (+4,52%) e os já mencionados em 2022 (+10,06%) foram a renegociação da dívida pública com a União, a arrecadação obtida com a negociação do ex-banco oficial do Estado, o Produban, e o novo regime previdenciário no AL Previdência.

Os acordos entre os setores público e privado para a realização conjunta de serviços ou obras de interesse da população, como as Parcerias Público-Privadas (PPPs), também tiveram participação fundamental no desenvolvimento econômico e na valorização do servidor do estado de Alagoas, a exemplo do leilão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), em 2020, que gerou R$ 2 bilhões para os cofres públicos na época.

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Renan x Arthur: briga afeta aliados e terá danos colaterais irreparáveis
     │     10:56  │  1

No Twitter Renan avisa, depois de dar mais uma “estocada” em Arthur Lira: “Faltan 580 dias”. É a contagem regressiva que ele faz para o fim do mandato do seu arquiimigo na presidência da Câmara dos Deputados.

Nos últimos dias Renan atacou Lira por diferentes frentes. Lembrou que ele é acusado de violência pela ex-mulher, é acusado de calote na vida privada e corrupção na vida pública.

Lira, como sempre, termina reagindo e responde a Renan direta e indiretamente. “Já falei que o problema do senador Renan é psiquiátrico. Para ele será mais um processo na Justiça, e mais uma condenação”, disse Arthur Lira, ao Metrópoles.

Na briga cada vez mais rasteira, Lira teria pedido a demissão de Renan Filho do Ministério dos Transportes – o que ele nega.

A disputa entre os dois ganha espaço considerável na mídia nacional e certamente terá desdobramentos locais, pressionado aliados importantes deles em Brasília e, principalmente, em Alagoas.

Quem ainda está com “um pé em cada canoa” está sendo convidado a escolher um lado. E não será uma escolha opcional. Ou fica no grupo de Paulo Dantas e Renan ou no de Arthur e JHC.

E até que a poeira baixe, decisões no STF, STJ, operações da PF, mudança de partidos, perdas de cargos e mesmo de mandatos poderão fazer parte do jogo bruto que Renan e Lira sabem jogar como poucos.

Quanto maior a artilharia que eles usam, maiores serão os danos colaterais que podem atingir aliados de todo tamanho. Do presidente da República a vereadores das menores cidades alagoanas.

Entenda a “briga”

Em texo desta semana, a Folha de São Paulo texta explicar em 5 pontos a “rixa” entre Lira e Renan. Veja um resumo:

1) Qual a origem da disputa política entre Renan Calheiros e Arthur Lira? Os grupos de Renan Calheiros e Arthur Lira estiveram em lados opostos na política de Alagoas em todas as eleições desde 1998. Os dois são políticos de gerações distintas, mas se destacaram pelo protagonismo que conquistaram na esfera nacional, ocupando cargos de relevância no Congresso Nacional.

2) Como se deu a ascensão de Arthur Lira sob Bolsonaro? A ascensão de Arthur Lira na política nacional aconteceu no mesmo momento em que Renan Calheiros enfrentou o seu momento mais difícil.

Sob a mira de processos no âmbito da operação Lava Jato, Renan submergiu no início do governo Bolsonaro. Em 2018, foi reeleito para o Senado apesar da onda que varreu do Congresso políticos tradicionais do MDB.

Lira também foi alvo da Lava Jato, mas se tornou um dos deputados federais mais influentes durante o governo Bolsonaro ao liderar o centrão. Com o apoio do então presidente, o bloco parlamentar formado por partidos como PP, PL e Republicanos se viabilizou como alternativa na Câmara ao grupo do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

No comando da Câmara, Lira turbinou o uso de emendas parlamentares, recursos do orçamento distribuídos de acordo com indicações de deputados e senadores, sem transparência e sem critérios claros para divisão do dinheiro. A manobra lhe rendeu ainda mais influência na Câmara.

3) Qual o cenário da disputa entre Lira e Renan no governo Lula? O embate entre Lira e Renan vive um acirramento sob Lula. Aliado do presidente, o senador alagoano tenta retomar o seu protagonismo no Congresso. Ao mesmo tempo, Lira tenta manter sua força política sob Lula.

A eleição de 2022 foi marcada pelo mais duro embate entre os grupos liderados com Renan e Lira em Alagoas. Além de Lula, Renan apoiou a reeleição do governador Paulo Dantas (MDB) e a eleição do seu filho, o ex-governador Renan Filho (MDB) para o Senado. Lira apoiou Bolsonaro, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) para o governo e Davi Davino (PP) para o Senado.

Os aliados de Renan saíram vitoriosos, mas a disputa foi apertada nas três eleições majoritárias. O presidente da Câmara mostrou força no Legislativo: foi o deputado mais votado do estado e ajudou o PP a eleger 4 dos 9 deputados federais de Alagoas. O MDB de Renan elegeu 2.

Com a posse de Lula, Renan Filho se tornou ministro dos Transportes. Lira não emplacou nenhum aliado na Esplanada dos Ministérios, mas foi reeleito para o comando da Câmara com o apoio do PT.

4) O que fez escalar o embate nas últimas semanas? Em meio a derrotas do governo Lula na Câmara dos Deputados, Renan ampliou a artilharia em cima de Lira e tenta minar as tentativas do adversário de ampliar a sua influência no Congresso e no governo federal.

Na inauguração de uma creche em Rio Largo (AL) no domingo (28), Renan subiu o tom contra o adversário. No mesmo palco em que estava o prefeito Gilberto Gonçalves, o senador acusou o presidente da Câmara de lavar dinheiro de emendas em prefeituras alagoanas. Gonçalves é aliado próximo a Lira e teve sua gestão inundada por verbas de emendas.

Nesta segunda, em uma rede social, o senador chamou Lira de caloteiro, o acusou de desviar dinheiro público e também de ter batido na ex-mulher Julyenne Lins.

De acordo com integrantes do Planalto, Lira enviou mensagens de que mudaria de postura em medidas de interesse de Lula. O recado foi lido no governo como uma pressão para que Lula substitua Renan Filho. Na noite desta terça, Lira negou que tenha pressionado pela substituição do ministro.

5) Há chance de um armistício entre Lira e Renanç possibilidade de uma trégua nos embates é vista como remota por aliados de Lira e de Renan. Isso porque a eleição de 2026 deve consolidar o primeiro embate direto entre os dois políticos: ambos devem concorrer ao Senado —haverá duas vagas em disputa.

Cacifado pela boa votação para deputado federal em 2022, Lira terá como trunfo um candidato ao governo forte: o prefeito de Maceió João Henrique Caldas (PL), o JHC. Do outro lado, a tendência é de nova candidatura ao governo de Renan Filho, que comandou o estado entre 2015 e abril de 2022.

A prévia para a disputa de 2026 será nas eleições municipais de 2024, quando aliados de Renan e Lira vão travar disputas pelas prefeituras dos 102 municípios alagoanos. Na capital, JHC é favorito à reeleição com o apoio de Lira. A oposição ainda não tem um nome definido para a disputa.

Leia aqui na íntegra: Entenda em 5 pontos rixa entre Lira e Renan que afeta Lula no Congresso 

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Servidores do Estado devem ficar sem reajuste salarial em 2023: “queda na receita”
   31 de maio de 2023   │     20:49  │  1

O governo de Alagoas vai manter as negociações com os servidores estaduais, mas ficou praticamente definido, desde já, que provavelmente não haverá concessão de reajuste salarial este ano.

A queda de receita do ICMS, provocada pela mudança na tributação dos combustíveis, energia e telecomunicações, afetou negativamente a arrecadação própria de Alagoas a partir de junho de 2022, com uma perda de até R$ 100 milhões por mês.

Esse seria o principal motivo para o governo não conceder a reposição da inflação. Mas não o único. O governo também lida com a pressão de despesas provocada pelo aumento na contratação de novos servidores concursados, especialmente na área de segurança, além da implantação do piso da enfermagem.

Pela regra, o reajuste geral deveria chegar a 5,8%, que corresponde a variação do IPCA em 2022 e deveria ser concedido em maio, dada base da categoria. Mas, de acordo com os estudos apresentados nesta quarta-feira (31/5) pela equipe econômica do governo (veja abaixo), o reajuste poderia comprometer a capacidade de pagamentos e levar o Estado a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

A concessão do reajuste diante do atual cenário elevaria, segundo o estudo o gasto com pessoal para 51,37% da arrecadação da Receita Corrente Líquida (RCL) – “ultrapassando significantemente o limite da LRF e implicando em consequências graves para Alagoas”, diz trecho do estudo.

Na reunião, que contou com participação de representantes dos servidores, a secretária especial do Tesouro Estadual, Monique Souza de Assis, fez uma análise técnica das despesas fiscais e de pessoal do estado, com base no IPCA de 2022 com exercício para 2023. “Na Despesa Bruta de Pessoal (DBP), o Estado pulou de R$ 5,4 bilhões em 2021 para um pouco mais de R$ 6,4 bilhões em 2022 – ano em que diversas carreiras públicas foram reestruturadas beneficiando os servidores”, diz texto da Agência Alagoas.

A secretária da Fazenda de Alagoas, Renata dos Santos, não participou da reunião porque está em Brasília participando de discussões sobre a reforma tributária. Por aplicativo, ela confirma que existe um esforço de toda a equipe para equilibrar as contas, especialmente diante da perda de arrecadação do ICMS dos combustíveis, energia e telecomunicações.

Como exemplo, cita o ICMS da gasolina, que até junho de 2022, antes da lei que foi aprovada no Congresso Nacional com articulação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), era de cerca de R$ 1,72 por litro.

“Infelizmente o golpe que sofremos no ICMS em 2022 trouxe dificuldades para esse ano. Para você ter uma ideia, se pegarmos a gasolina, a preços de dez/21 e convertermos para a metodologia Adrem o valor (do ICMS) seria R$ 1,74 por litro. O que vai entrar agora em vigor (monofasia, a partir de 01/6) é de R$ 1,22”, pondera,

Sobre o estudo, Renata explica que ele “está muito bem-feito” e que “mesmo tomando todas as providências” seria arriscado arcar com o reajuste agora. A expectativa dela e do governador Paulo Dantas é buscar alternativas para conceder, assim que possível, o reajuste ao funcionalismo.

“Para o governador e toda a sua equipe, o servidor é prioridade. Ele determinou todo o esforço para que a gente busque uma solução e estamos trabalhando nisso, mas não podemos correr o risco de desequilibrar a capacidade de pagamento do Estado, de colocar em risco tudo que foi conquistado até agora. Vamos continuar trabalhando para encontrar caminhos que levem ao aumento da receita e, dessa forma, possibilite sem ferir a LRF, a concessão do reajuste para todos os servidores”, aponta.

Estudo foi apresentado durante reunião com servidores na Seplag (Foto: Secom)

Versão oficial

Veja texto da assessoria

Reajuste dos servidores: Governo de Alagoas confirma queda na arrecadação, mas mantém diálogo com categorias

Durante reunião nesta terça-feira (30), o Comitê de Negociação Sindical do Estado de Alagoas (CONES) apresentou um panorama da atual situação fiscal demonstrando a inviabilidade de reajuste para os servidores estaduais. A queda na arrecadação de ICMS provocou uma reorganização nas finanças já que o Governo de Alagoas garantiu as reestruturações de carreiras, a realização de concursos e o natural crescimento vegetativo da folha de pagamento.

O anúncio assegurou que o limite de gastos com pessoal não será ultrapassado, para que o Estado não vá de encontro ao que define a Lei de Responsabilidade Fiscal. Caso o Estado conceda o reajuste diante do atual cenário estaria gastando 51,37% da arrecadação – ultrapassando significantemente o limite da LRF e implicando em consequências graves para Alagoas.

A secretária especial do Tesouro Estadual, Monique Souza de Assis, fez uma análise técnica das despesas fiscais e de pessoal do estado, com base no IPCA de 2022 com exercício para 2023. Na Despesa Bruta de Pessoal (DBP), o Estado pulou de R$ 5,4 bilhões em 2021 para um pouco mais de R$ 6,4 bilhões em 2022 – ano em que diversas carreiras públicas foram reestruturadas beneficiando os servidores.

Monique constatou ainda que existe um crescimento em termos de valores em relação à despesa bruta de pessoal. Em apenas um ano, o aumento na folha deu um salto de R$ 1 bilhão. Houve um aumento valoroso na Despesa com Pessoal e uma queda na Receita Corrente Líquida, onde os indicadores apontam que o Estado está se aproximando cada vez mais nos limites estabelecidos da LRF. Outro impacto que está nas contas do Estado é a aplicação do Piso da Enfermagem, além das convocações dos novos concursados.

Além disso, em 2021 houve aumento salarial de 4,52% e em 2022 de 10,06%, como também uma revisão especial para os profissionais da área da Segurança Pública em 15%. Outro exemplo apresentado foi a Instituição do Teto Remuneratório Único, o qual traz um impacto de R$ 242 milhões até 2025, sendo que 24 carreiras foram beneficiadas pela reestruturação salarial.

Essa queda na arrecadação desde o ano passado pode ser facilmente atribuída a “perda brutal” de receita com o ICMS sobre combustíveis, desde a chegada das Leis Complementares 192 e 194 de 2022, que foram decisivas na redução da arrecadação dos entes federativos.

SEGURANÇA FINANCEIRA

O CONES analisou que caso o Governo de Alagoas conceda reajuste em 2023 assumiria riscos futuros como a possibilidade de atrasos na folha de pagamento dos servidores estaduais; dificuldades de caixa para pagamentos de fornecedores; necessidade de reavaliação de investimentos; cortes em despesas fixas e, no caso das sanções da LRF, a demissão de servidores não estáveis e até mesmo a improbidade administrativa do Gestor.

O Comitê recomendou o acompanhamento constante do desempenho da receita estadual nos próximos meses, observando a variação da despesa ao longo do exercício para uma posterior leitura da situação e do cenário.

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Inédito: usina de AL quebra três recordes de produção de etanol na mesma safra
     │     17:24  │  0

No setor sucroenergético nacional é comum a quebra múltipla de recordes de produção. De cana, açúcar, etanol e em alguns casos de energia (cogeração).

Normalmente, a “maior” produção agrícola é acompanhada de recordes na indústria, excetuando-se os casos em que há um menor rendimento da matéria-prima.

E essa foi a regra nos canaviais de Alagoas na safra 2022/2023 que terminou tardiamente, após nove meses, na sexta-feira 26/5.

Na safra 22/23 o ATR médio em Alagoas foi de 121,99 kg, ante 126,85 kg ATR na safra 21/22. NO ciclo anterior a cana chegou a 132,95 kg de ATR, um número próximo da “média” do Estado que fica em torno de 135 kg de ATR.

Em meio a esse cenário, a usina da Cooperativa Pindorama, sediada no município de Coruripe, região sul de Alagoas, não escapou da queda de ATR. A média das canas moídas na indústria caíram de 136,03 Kg/ATR na safra 20/21, para 132,27 Kg/ATR na safra 21/22 e para 126,74 Kg/ATR 22/23.

Ainda assim, Pindorama conseguiu fechar a safra 2023 quebrando, de forma inédita, diversos recordes históricos de produção:.

– Recorde de produção agrícola, com 1,2 milhão de toneladas de cana.

– Recorde na produção de etanol anidro de cana com 26.170 m3

– Recorde na produção de etanol hidratado de cana com 33.635 m3

– Recorde na produção de etanol total de cana com 59.805 m3

– Recorde na produção de etanol de milho com 5.300 m3

A quebra do próprio recorde nas produções de etanol de cana (hidratado e anidro) e de milho, produzido pela primeira vez em Alagoas, levaram a Pindorama a quebrar outra marca histórica.

Pela primeira vez, desde que a sua destilaria de álcool hidratado foi inaugurada em 1982, há 41 anos, com produção diária de 120 mil litros, a cooperativa terminou uma safra com a maior produção de etanol total de Alagoas.

Somadas as três produções, Pindorama fabricou um volume total de 65,1 milhões de litros de etanol, superando a usina Coruripe, sediada no mesmo município, que normalmente é maior produtora de etanol de Alagoas e na safra 2022/2023 produziu 62,591 milhões de litros de etanol.

Maior do Nordeste

O presidente da Cooperativa, Klécio Santos, revela que o crescimento da produção de etanol faz parte da estratégia de negócios da Pindorama. “Nossa meta é tornar a nossa cooperativa na maior produtora de etanol do Norte e Nordeste, o que esperamos já alcançar na próxima safra, com uma produção que certamente deverá passar de 80 milhões de litros”, aponta.

A operação da nova planta de etanol de milho, a partir de fevereiro deste ano, é considerada uma “virada de chave” para a Pindorama. “Em pouco mais de 100 dias conseguimos fabricar mais de 5 milhões de litros de etanol, com o processamento de 350 mil sacos de milho. Essa produção foi encerrada agora (dia 26) com o fim da safra de cana, em função da falta de bagaço para geração de energia, e será retoma daqui a pouco mais de dois meses, quando iremos começar a nova safra de cana. Esperamos no próximo ciclo produzir mais etanol de milho e de cana, atingindo volume que ficará acima de 80 milhões de litros, podendo se aproximar dos 90 milhões”, adianta.

O que é

A quantidade de ATR (Açúcar Total Recuperável) pode aumentar ou diminuir dependo do nível de maturação ou de umidade do canavial, o que influencia diretamente no rendimento industrial da cana, que pode variar em até mais de 10%, impactando na produção de açúcar ou etanol.

A última, de fato

Não, não foi a Sumaúma, a última usina a terminar a moagem desta safra em Alagoas. Foi sim a Pindorama, a primeira a começar e a última encerrar a safra 2022/2023. A “falha” de registro se deu, em parte, em função da novidade que é a produção de etanol de milho no Estado.

Pindorama também deve ser a primeira a começar a próxima safra, entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, com a expectativa de se ultrapassar a marca de toneladas de cana moídas entre 5% a 10%.

“Trabalhamos para sempre aprimorar nossa capacidade. Os obstáculos existem para serem vencidos. Com os esforços de cada um, com preparação e prevenção, nós conseguimos, mais uma vez, superar nossas próprias expectativas, e assim continuaremos a fazer, garantindo o crescimento contínuo de nossa empresa”, disse Klécio Santos.

Klecio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama (Foto: Blog do Edivaldo Junior)

Versão oficial

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Usina Pindorama supera dificuldades climáticas e encerra safra com recorde de moagem

A Cooperativa Pindorama chegou ao final de mais um período de safra, no fim da tarde desta sexta-feira, marcando a moagem 22/23 como a mais extensa da história da empresa e com recorde de toneladas de cana processada, alcançando o expressivo número de 1.204.416,706 toneladas. A Pindorama foi a última indústria sucroenergética em Alagoas a encerrar sua moagem na safra atual.

Iniciada em meados de agosto do ano passado, esta moagem da Usina Pindorama durou exatos 267 dias, cerca de 9 meses, o que é considerado uma anormalidade, já que a logística de colheita, transporte e processamento da cana-de-açúcar dura, em média, 6 meses.

De acordo com o gerente Industrial da Pindorama, Erikson Viana, esse excedente de tempo da safra 22/23 é resultante das condições climáticas anormais do período.

“Com a ocorrência de chuvas acima da média, há o aumento da produtividade do campo, mas, também, a imposição de dificuldades na colheita e transporte da cana”, disse.

Essas dificuldades não foram uma exclusividade da Usina Pindorama. O volume excessivo de chuvas acometeu todo o estado de Alagoas, impondo às usinas muitos obstáculos para a realização da logística da moagem.

Recorde

A safra 22/23 da Usina Pindorama é a maior de sua história também em toneladas de cana moída. A indústria alcançou significativas 1.204.416,706 toneladas de cana moídas, ultrapassando o recorde estabelecido na safra 21/22, quando chegou a 1.052.071,730 toneladas, um aumento de 13% na produção, superando a expectativa de 5% gerada após upgrade tecnológico e melhoria na estrutura do maquinário da usina, implementados pela diretoria durante a entressafra passada.

A quantidade de cana processada gerou uma produção de 63.850.991 litros de álcool e 1.017.417 sacas de açúcar de 50kg, resultando em 50.870 toneladas.

Previsão

Segundo previsão feita pelo presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, a safra 23/24 está prevista para ter início em entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, com a expectativa de se ultrapassar a marca de toneladas de cana moídas entre 5% a 10%.

“Trabalhamos para sempre aprimorar nossa capacidade. Os obstáculos existem para serem vencidos. Com os esforços de cada um, com preparação e prevenção, nós conseguimos, mais uma vez, superar nossas próprias expectativas, e assim continuaremos a fazer, garantindo o crescimento contínuo de nossa empresa”, disse Klécio Santos.

 

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