A estratégia já foi usada no início de 2014, na gestão de Teotonio Vilela Filho. Para pressionar o governo, os policiais civis voltaram a interditar, nessa terça-feira, 26, o Porto de Maceió, impedindo a entrada de caminhões e outros veículos com algum tipo de carga.
Com a interdição do Porto, iniciada no final da tarde de terça-feira, na noite do mesmo dia quem passou pelo local já podia ver uma longa fila de caminhões. Ao travar a economia do Estado o que os grevistas esperam é forçar o governo a ceder. Não é o que deve acontecer.
Os secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, e do Planejamento e Gestão, Christian Teixeira, renovaram o apelo ao bom-senso e convocaram o Sindipol/AL a deixar de lado a “radicalização”.
O secretário de Planejamento e Gestão reforçou a defesa do diálogo com os servidores públicos, especialmente os policiais civis, que estão em greve: “independente da decretação da ilegalidade da paralisação, o governo continua na mesa negociação”.
Christian Teixeira diz que o momento não permite a radicalização, nem de um lado, nem de outro: “adotar medidas que prejudiquem a população e a economia do estado (ocupação do Porto de Maceió) não ajudam em nada ao movimento, na medida em que as pessoas condenam esse tipo de atitude”, pondera Christian Teixeira.
O momento, avisa Fábio Farias, é de diálogo para os dois lados: “esse tipo de movimento prejudica a todos. Perde a sociedade, perde o governo e perde a categoria”, lamenta. Para o secretário do Gabinete Civil, o melhor caminho é o diálogo: “o governo se mantém na mesa de negociação e esperamos que os policiais civis façam o mesmo”, emenda.
Atendendo as reivindicações
Christian Teixeira assegura que o governo tem dado retorno as reivindicações dos policiais civis. “Ampliamos o número inclusão dos servidores no PCCS, de 80 para 100 e propusemos aumentar para 120. Além disso, também apresentamos proposta de pagar R$ 200 mil mensais de retroativo do PCCS, o que dá um impacto, somente este ano de R$ 2,4 milhões”.
Christian Teixeira descarta, no entanto, atender a principal reivindicação da categoria: um piso de 60% do salário de delegado. “Isso representaria um reajuste de 170%, algo impossível no cenário atual. O que propomos é discutir o piso da categoria após o governo anunciar se teremos ou não aumento para os servidores em maio deste ano”.
Versão oficial
O site do Sindipol/AL publicou texto sobre a ocupação do Porto. Veja:
Policiais civis ocupam Porto de Maceió
Após a realização da assembleia geral, os policiais civis saíram em passeata da Praça dos Martírios até o Porto de Maceió para realização de ato público e acampamento no local.
Os policiais civis ainda realizaram protestos em frente ao Palácio do Governo e na Secretaria de Gestão Pública para cobrar o cumprimento com a pauta de reivindicações.
Por conta da mobilização, os caminhões de carga ficaram impossibilitados de entrar no local.
Veja aqui o texto na íntegra: http://www.sindpol-al.com.br/2016/04/policiais-civis-ocupam-porto-de-maceio/
No outro link, a decisão da categoria em manter a greve: http://www.sindpol-al.com.br/2016/04/policiais-mantem-greve-por-tempo-indeterminado/
Como o governo fala que está aberto ao diálogo, se até agora não propôs nenhuma alternativa nas mesas de negociação, senão repetir a ladainha que não tem dinheiro, o pleito da categoria é válido, o policial recebe 20% do salário do delegado, sendo que a exigência para investidura do cargo é nível superior, porém a salário não chega nem a metade do piso de nível superior do Estado, essa desigualdade já se arrasta há tempos e nenhum governante toma providencias.
O que não falta para os policiais é BOM SENSO e paciência!
Há meses que os representantes da categoria têm demonstrado maturidade e compromisso com o povo e estão sentados na mesa de negociação PERMANENTE (que nesse caso se adéqua ao sinônimo de infinita). Negociar não é protelar.
Durante todo esse tempo, os representantes do governo tiveram pleno conhecimento da pauta de reivindicações e sempre se posicionaram de forma positiva, alegando nos veículos de comunicação que as reivindicações são justas, dentre elas, a do novo parâmetro do piso salarial.
Antes alegavam que gigantesca dívida do Estado com a União era o principal empecilho para não honrar com os direitos dessa categoria de trabalhadores, agora que a questão da dívida está se resolvendo, me parece que houve mudança de discurso, com o Governador afirmando que já não concorda com o novo parâmetro para o piso vencimental !?
Agora quem pede BOM SENSO ao governo são os policiais civis (agentes e escrivães). Eles pedem BOM SENSO para o governo atender uma parte dos muitos direitos que essa categoria possui e não são respeitados; receber salário menor que do uma categoria de nível médio da segurança pública, mesmo sendo um cargo que exige nível superior; que o governo tenha BOM SENSO ao observar que não é justo proporcionar ao Delegado (policial civil) um dos melhores salários do Brasil, enquanto aos agentes e escrivães (policiais civis) paga o pior salário do país. Essa, por sinal, é a maior disparidade salarial entre as polícias civis dos Estados.
O governo pode pedir tudo aos policiais menos BOM SENSO, pois isso eles têm de sobra! Porque mesmo sendo jogados para trabalhar e atender a população em delegacias insalubres, e sofrendo esse APARTHEID SALARIAL, honramos nosso compromisso com o povo e contribuímos para a queda nos índices de homicídios no ano passado.
Clamamos que o Governo de Alagoas respeite essa categoria de profissionais e o serviço que ela presta à sociedade, no combate à impunidade, antes que ocorra uma grande evasão de valores humanos, pois há na polícia civil muita gente qualificada e especializada, que não está mais suportando tamanha desvalorização.
Esses pelegos sindicais já foram capazes de acabar DESFILE CÍVICO DE SETE DE SETEMBRO, quanto mais interditar uma área de Segurança Nacional .
Coisas do Brasil populista.
Também nos professores, queremos o mesmo aumento que se dará aos policiais civis, temos também estômago, e vivemos em penúria, portanto, o que se der a eles, vamos pletear o mesmo aumento.
Sentar na mesa e ficar inerte não é negociar, negociar é proposta de ambos os lados, e não falar que não tem condições, porque não oferece a proposta mesmo que seja parcelada.