Renan Calheiros deixa CPI da Braskem em protesto contra ‘manobra’ do governo e Lira
   21 de fevereiro de 2024   │     21:12  │  2

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou sua saída da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem em meio a uma disputa sobre a relatoria. Calheiros, autor do requerimento que originou a CPI, deixou a comissão alegando discordância com a escolha para a relatoria.

A decisão veio após uma longa sessão de debates, na qual o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que o senador Rogério Carvalho (PT-SE) ocuparia o cargo de relator.

“Para assegurar uma investigação imparcial e livre de influências locais, eu indico o senador Rogério Carvalho (PT-SE) como relator”, afirmou Aziz.

Durante a seleção, Aziz solicitou a Calheiros que compreendesse a decisão, indicando que Renan poderia direcionar as investigações de forma a restringir o escopo da CPI. Aziz enfatizou que agora a comissão teria liberdade para “examinar todos os fatos” relacionados à tragédia em Maceió.

No entanto, Calheiros discordou da decisão e anunciou sua saída do colegiado, alegando não concordar com a condução da relatoria. Ele também comentou sobre a seleção, sugerindo que se o incidente tivesse ocorrido em Sergipe, ele abriria mão da relatoria em favor de Carvalho, por este ter maior conhecimento sobre a situação na região.

A CPI, composta por 11 senadores e sete suplentes, ocorrerá exclusivamente no Senado. A formação da comissão foi marcada por uma série de controvérsias e desentendimentos, com o governo manifestando-se contrário à sua criação para evitar atritos políticos.

A tragédia em Maceió, desencadeada pelo rompimento de parte da mina 18 da Braskem, despertou preocupações quanto aos procedimentos de extração de sal-gema na região. A CPI buscará investigar não apenas os eventos em Maceió, mas também examinará todo o processo que levou a essa situação.

Durante a formação da CPI, o governo se posicionou contrário à comissão para não se indispor com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cujo aliado é o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PP-AL).

Em dezembro, o presidente Lula se reuniu com parlamentares para discutir os impactos do colapso da mina de sal-gema da Braskem em Maceió, numa tentativa de aliviar as tensões entre eles.

Há também uma preocupação do governo de que as investigações da Braskem não afetem a Petrobras, uma das principais acionistas da companhia.

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