O deputado estadual Ronaldo Medeiros, do PT, está preocupado com o processo de “aposentadoria compulsória” na CARHP.

A Companhia de Administração de Recursos Humanos e Patrimoniais do Estado, ligada ao Gabinete Civil, iniciou o processo de afastamento dos servidores Celetistas. São, em sua maioria, antigos funcionários da Emater e outros órgãos do Estado que foram lotados na CARPH após a extinção das empresas, ainda no governo de Ronaldo Lessa.

Embora reconheça que o estado tem, legalmente o direito de demitir ou aposentar esses servidores, Medeiros está tentando reverter ou pelo menos retardar o processo.

Isso porque, as demissões, alerta o deputado, vão atingir em cheio órgãos como a Secretaria de Agricultura, a nova Emater, Ideral, Adeal e Iteral.

“A Agricultura ficará desfalcada, comprometendo ainda mais a qualidade dos serviços prestados ao pequeno agricultor”, alerta.

De acordo com Medeiros, não dá, no modelo atual, para prescindir de uma estrutura de assistência técnica para o pequeno produtor: “como vamos levar desenvolvimento para o interior. O governo vai levar indústria para Inhapi? Em Inhapi, assim como nos outros municípios do alto sertão, que existe hoje é a agricultura”, enfatiza.

Para o deputado, o governo deveria afastar apenas os servidores que não quisessem mais trabalhar: “hoje estão afastando todos, o que ameaça a continuidade de vários programas e projetos. Há mais de 20 anos que não se faz concurso nesse setor. O governo deveria, antes de demitir, contratar. Além disso, acho que deveria manter na ativa servidores mesmo aposentados que tem disposição e vontade de continuar trabalhando”, aponta.

Governo confirma, mas diz que processo será lento

O secretário de   Agricultura, José Marinho Junior, confirma o processo de afastamento dos servidores: “o governo está aposentando funcionários que deveria ter sido aposentado no passado e não foram porque o estado não tinha como pagar a recisão, em função do atraso no depósito do FGTS. Uma vez regularizada a situação, a CARPH está aposentando esses servidores. Mas isso será feito de forma criteriosa”, aponta.

Depois de ouvir o apelo de Medeiros, Marinho diz que vai pedir ao governador para retardar – ao máximo – a aposentadoria de servidores que estão, de fato, na ativa: “temos quadros importantes, excelentes técnicos, dos quais o estado não deve abrir mão”, aponta.

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