Usinas da Laginha podem ser vendidas nesta sexta-feira com ‘preço velho’
   27 de abril de 2017   │     11:04  │  5

As duas usinas da massa falida da Laginha Agroindustrial SA localizadas em Minagas Gerais podem ser vendidas nesta sexta-feira, 28, com preço abaixo de mercado. Isso porque os juízes responsáveis pelo processo (Leandro de Castro Folly, José Eduardo Nobre Carlos e Phillippe Melo Alcântara Falcão) negaram pedido para nova avaliação do valor das indústrias feito pelo Banco do Nordeste – maior credor da massa falida.

A justiça confirmou realização de audiência para receber propostas de compra das usinas Vale do Paraíba e Triálcool, ambas localizadas em Minas Gerais. Os magistrados designaram o dia 28 de abril de 2017, às 9h, na sede da 1ª Vara da Comarca de Coruripe/AL, para abertura dos envelopes lacrados dos interessados, contendo o preço que estão dispostos a pagar pelos ativos.

Como a avaliação das duas usinas foi feita em 2014, quando o mercado de açúcar estava em baixa, e de lá para cá já se vão quase três anos, o Banco do Nordeste pediu, nos autos do processo, que fosse feita uma nova avaliação dos ativos.

Veja o despacho dos magistrados: “O Administrador Judicial substituído informou, através da petição de páginas 60.970-60.971, que o Banco do Nordeste havia requerido administrativamente autorização para realizar avaliação das Usinas Trialcool e Vale do Paranaíba. Parecer do Ministério Público pelo indeferimento do pedido, argumentando que retomar o processo de avaliação de ativos não seria medida que visa à celeridade deste processo. Os imóveis já foram avaliados e arrecadados em 23/11/2015, sem manifestação contrária dos credores, não sendo oportuno, às vésperas da audiência para recebimento de propostas, uma nova avaliação realizada por credor. Acolho o parecer do Ministério Público, para indeferir tal pedido, mantendo a última avaliação realizada”.

Avaliação de mais de R$ 400 milhões

O valor de avaliação das duas unidades levantado em 2014 e validado pela Justiça de Alagoas em 2015 era de cerca de R$ 440 milhões: Usina Triálcool – Valor Global sem Cana R$ 227,7 milhões e Usina Vale de Paranaíba – Valor Global sem Cana R$ 211,2 milhões. Esses valores estão defasados e podem gerar perdas para a massa falida e, por tabela, para os credores.

O valor de avaliação das duas usinas representa apenas cerca de 20% dos débitos da massa falida apurados pela Justiça – cerca de R$ 2 bilhões.

anexos: leje (1) superbid

COMENTÁRIOS
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  1. LEITOR

    Não há o que se comentar… como é que uma usina parada a tanto tempo e um campo sem cana, sem o mínimo preparo poderia hoje estar com uma avaliação nos dias de hoje melhor do que quando ainda apresentava uma melhor conservação…??? Sem cabimento qualquer ponderação nesse sentido…um carro parado, uma casa fechada,… estaria em melhor estado se estivesse sendo utilizado do que parado/fechado isso é sensatez pura, quanto mais uma usina que possui tantas engrenagens/máquinas, houveram invasões, saques e mato crescendo por toda parte… Que aconteça logo esse arrendamento ou venda para pagar a quem deve e dar oportunidades de empregos para as pessoas.

  2. Luiz Ribeiro da Silva Filho

    Atitude sensata tomada pelos Meritíssimos Juízes, hoje, responsáveis pelo processo da Massa Falida Laginha.
    Quem bem conhece este processo sejam credores ou observadores, não tem dúvida que da parte dos Falidos – especificamente familiares do Dr. João Lyra – vem desde o início da decretação da falência envidando esforços no sentido de postergarem a liquidação dos ativos da Massa.
    Utilizam-se de embargos e/ou agravos de instrumento, a maioria deles – pra não dizer todos – sem o cabimento, com argumentações frágeis e até em alguns indo de encontro ao que determina a Lei que rege a matéria, o que acaba por se tornar lesivo à solução.
    Esse “preço velho” é a melhor opção ainda, tendo em vista a depreciação dos patrimônios industrial e agrícola das Usinas.
    Não precisa ser um entendedor do assunto para enxergar tal fato.
    O que tem de ser visto e aí é preocupante, a situação principalmente dos credores ex-trabalhadores, que com o suor de suas labutas ajudaram/contribuíram com honestidade, dedicação e esforço, dia e noite, durante anos à fio, na formação do patrimônio que hoje ainda ostentam estes mesmos familiares.
    Dos fornecedores de matéria prima, de insumos agrícolas, de materiais de toda a natureza, que tem dentro do passivo da Massa créditos à receber. Muitos inclusive simplesmente “quebraram” e acabaram punidos por terem concedido créditos à Laginha.
    Ainda existem potenciais compradores, com firme intenção de adquirir os ativos da Massa. Se esta reunião do dia 28/04/2017, for novamente ADIADA (seria a terceira nesses últimos meses), será mais uma manobra oportunista daqueles que não querem ver solucionado esse processo por puro egoísmo, além de deboche/zombaria ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas e aos seus Membros.

  3. ex-funcionario

    Mediante essa greve, como fica a abertura dos envelopes? Todo mundo está com muita esperança nesse dia 28/4? Imagina a quantidade de famílias que estão torcendo para receber seus direitos. Caso isso não aconteça amanhã, quando irá reabrir ou se realmente irá abrir? Ou vão esperar as usinas terminar de virar sucatas para pensar em vender? Tenham piedade de toda essa gente.

  4. Marco Carvalho

    Preço velho é melhor ainda, afinal não estamos falando de algo produtivo. Se forem reavaliar o preço será menor ainda.

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