Parece notícia requentada, mas não é: Teotonio Vilela Filho fará mais uma cirurgia, agora a quarta (pelo que se sabe) desde que é governador.

A primeira foi para operar a mão (osso do carpo) ainda no primeiro governo. A segunda, em 2011, mais complexa e com maior risco foi de diverticulite, a terceira de catarata  e, essa agora será para operar o joelho.

A informação foi postada hoje a noite pelo próprio governador no Twitter:

“Na segunda à tarde eu estarei passando o governo do Estado para o presidente da ALE, Fernando Toledo, que fica no cargo até 6 de maio. Estarei de licença médica para fazer um procedimento cirúrgico no joelho, onde será retirado um cisto do menisco.Como o vice Nonô está em Dubai,representando AL em reunião sobre  desenvolvimento nos estados brasileiros,assumirá o presid.da ALE”, disse o governador por meio do microblog.

As cirurgias anteriores do governador foram realizadas em São Paulo. Ele não informou onde fará essa nova cirurgia.

O afastamento para a posse de Fernando Toledo pode ter sido coincidência, mas ao que parece a agenda do governador e do vice foi montada para que o presidente da Assembleia Legislativa assumisse o governo interinamente.

O que é o cisto no menisco

As informações a seguir são do site www.grupodojoelho.com.br

“Cisto de Menisco é uma coleção de líquido sinovial encapsulada que ocorre secundariamente a uma lesão meniscal. Ocorre mais freqüentemente na região lateral. A lesão meniscal mais frequente é a clivagem horizontal, em que ocorre a formação de um mecanismo valvular que impede o retorno do líquido sinovial para a articulação.

O diagnóstico é clínico e pode ser complementado com ultrassonografia ou ressonância magnética. O tratamento inicial pode ser conservador, mas os casos que não melhoram são tratados cirurgicamente. A simples drenagem do cisto com agulha apresenta alta taxa de recidiva. O tratamento de escolha é a artroscopia com tratamento da lesão meniscal e descompressão do mecanismo valvular. Quando o cisto é grande, ou não se consegue descomprimir, ou é um caso de recidiva, indicamos a ressecção aberta”.

Primeiro suplente de deputado federal, João Caldas teve quase 52 mil votos nas eleições de 2010 e ainda conseguiu eleger o filho, JHC  (considerado uma pedra no calcanhar do governo e da mesa da Assembleia Legislativa) deputado estadual. Caldas também conseguiu eleger aliados para prefeituras de várias cidades, incluindo sua terra natal, Ibateguara.

Com todo esse potencial, ele foi procurado por Téo Vilela n montagem da chapa de federal em 2010. Com boas relações no Planalto, JC titubeou em se filiar ao PSDB, mas foi convencido por uma proposta do governador que propões – olho no olho – um acordo com com os cinco candidatos mais fortes (Rui Palmeira, Carimbão, Arthur Lyra, Alexandre Toledo e João Caldas): os dois que não fossem eleitos seriam nomeados para uma Secretaria de Estado.

Até agora o governador só cumpriu parte da promessa, com a nomeação do então primeiro suplente da coligação, Alexandre Toledo, para a Saúde. Com a eleição de Rui Palmeira para a prefeitura, Caldas viu a chance de assumir a vaga na Câmara Federal, o que ocorreria se Toledo continuasse na Sesau.

Nem uma coisa, nem outra. João Caldas ficou de fora da Câmara Federal e não assumiu até agora nenhum cargo.

Nos últimos dias aumentaram os rumores, mais uma vez, de que JC vai ser nomeado secretário. Uma minireforma política está em curso no Palácio dos Palmares e o governador foi aconselhado a acelerar as mudanças em duas ou três secretarias.

Caldas tem evitado falar do assunto, para não gerar especulação.

Um dos assessores mais próximos do governador garante que a decisão já foi tomada e que o governo já definiu qual Secretaria será oferecida a Caldas.

A dúvida agora é se JC vai aceitar, até porque Caldas, agora no PEN, tem trabalhado para se reaproximar do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff.

Essa dúvida acaba logo.

No seu quarto mandato consecutivo Givaldo Carimbão, PSB, é hoje o mais experiente deputado federal de Alagoas. Ele percorre o interior do estado e os corredores de Brasília com a desenvoltura de quem  conhece a política do estado. E, na sua avaliação, a próxima eleição para o Palácio dos Palmares passa, necessariamente, por Renan Calheiros.

Se o presidente do Senado for candidato, Carimbão acredita que ele será muito forte, devendo provocar inclusive a desistência de outros candidatos a exemplo de Biu de Lira.

Se Renan não disputar o governo, existem espaços para várias composições. Renan Filho, Benedito de Lira, Thomaz Nonô, só para citar alguns nomes teriam chances, acredita Carimbão: “sem Renan Calheiros na disputa, o processo muda e todos podem construir um palanque forte”.

É nesse cenário, aponta o deputado, que Biu de Lira e Nonô trabalham: “Benedito se antecipou porque é sua melhor opção, já para Nonô é melhor esperar por uma decisão de Téo Vilela”.

O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel chefiará, a partir do próximo dia 30, missão brasileira no Annual Investment Meeting, terceira edição do encontro internacional de negócios que será realizado em Dubai, nos Emirados Árabes.

A delegação brasileira vai com 78 pessoas e o Brasil terá um estande de 200 m2 no encontro, com o objetivo de apresentar as oportunidades de investimentos no país. Alagoas manda dois representantes: o vice-governador, José Thomaz Nonô e o Secretário da Seplande, Luiz Otávio Gomes.

Os dois embarcam amanhã, de São Paulo, para uma viagem que demora quase um dia. De olho nos petrodólares, vão levar três projetos para apresentar aos árabes: o Canal do Sertão, a Mineradora Vale Verde e polo naval em Coruripe (Estaleiro e Porto).

O vice governador diz que Alagoas vai a convite do governo federal. “Escolhemos levar três grandes projetos que podem atrair algum investimento internacional para Alagoas. Não existem grandes expectativas, mas a partir de contatos que serão estabelecidos lá devemos abrir novas possibilidades para o estado”, aponta Nonô.

O objetivo da viagem, explica o vice-governador é estabelecer contatos com perspectivas para o futuro: “pode ser que algum grupo árabe tenha interesse em um desses negócios, especialmente no estaleiro de Coruripe, que terá capacidade para produzir navios e plataformas para a indústria de petróleo”, aponta.

Outro projeto de interesse de Alagoas que será apresentado na viagem será o projeto de construção de uma linha de trens de alta velocidade entre Salvador e Recife, passando por Maceió: “O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Benardo Figueiredo vai apresentar o projeto e nós vamos acompanhar pois temos o maior interesse na sua execução”, diz Luiz Otávio Gomes.

Eleição, é outra história

Nonô continua desconversando sobre a sucessão. Ele será candidato a governador se Téo Vilela se desincompatibilizar do governo, em março ou abril do ano que vem.

Apesar disso, o vice acha que o momento agora não é de campanha, mas de cuidar do governo.

Embora não tenha “fixação” com a campanha ou cargo, Nonô está preparado e se preparando para assumir o governo.

Se for o governador a partir do ano que vem não só imprimirá seu próprio estilo de administração, como também deve viabilizar uma candidatura à reeleição.

Se não for, aí é outra história.