Category Archives: Agronegócios

AL pode deixar mais de R$ 170 milhões de “cana em pé” no campo na safra 22/23
   24 de fevereiro de 2023   │     20:19  │  2

É uma corrida contra o relógio. Literalmente. As 15 unidades que estão em operação na safra de cana-de-açúcar 2022/2023 em Alagoas enfrentam uma das mais atípicas colheitas que se tem notícia na história do setor no Estado.

Interrupções na moagem provocadas pelo excesso de chuvas registrado em todo o Estado desde outubro de 2022 retardam a retirada da cana-de-açúcar do campo e Alagoas corre o risco de deixar entre um milhão e dois milhões de toneladas de “cana em pé” no atual ciclo, de acordo com estimativa dos técnicos do setor.

As perdas de faturamento, ou seja, o dinheiro que deixará de circular no Estado se essa cana não for colhida, podem variar de um mínimo R$ 170 milhões até R$ 340 milhões.

O valor da cana padrão no Estado (114 kg de ATR), atualmente é de R$ 154 por tonelada. Na média, o rendimento da cana colhida nesta safra é um pouco maior, variando de 118 a 135 quilos de Açúcar Total Recuperável por tonelada. Nesse cenário, o preço médio da cana é estimado em R$ 170 por tonelada.

Até o último dia 15 de fevereiro, de acordo bom o boletim de acompanhamento de safra do Sindaçúcar-AL (veja abaixo), as usinas tinham processado 14,7 milhões de toneladas de cana no ciclo atual, um volume -6,57% menor se comparado com igual período da moagem 2022/20223 (15,7 milhões).

A estimativa inicial do Sindaçúcar-AL apontava para uma produção de cerca de 19,5 milhões de toneladas de cana na atual safra. Mas, em função das chuvas, esse volume pode ser maior, aponta o agrônomo e consultor do sindicato, Cândido Carnaúba. “Embora o rendimento industrial seja um pouco menor, a produção agrícola tem crescido além do esperado em função das chuvas. A cana que será colhida agora em março, certamente terá um peso maior do que o esperado”, aponta.

Diante desse cenário, todas as usinas do Estado devem alongar a colheita até meados de abril. “O esforço é para tirar toda a cana do campo, mas isso só acontecerá se o clima ajudar”, aponta Carnaúba.

“Ainda falta muita cana para moer. São mais de 4 milhões de toneladas que ainda estão no campo. Se o clima continuar como está agora, chovendo com frequência, existe sim o risco de ficar muita cana em pé no campo”, aponta o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas, Edgar Filho.

O presidente da Asplana explica que situação é pior na região norte de Alagoas, onde o volume de chuvas é mais intenso. “De ontem para hoje foram mais de 40 milímetros. Desde dezembro chove quase todo dia na região, o que prejudica muito a colheita e afeta a qualidade da matéria-prima que chega na indústria”, reforça Edgar Filho.

Na região sul do Estado, onde o volume de chuvas é um pouco menor se comparado a região norte, a situação é um pouco menos complexa, mas as usinas devem continuar em operação ao menos até 20 de abril, quando normalmente encerram a moagem até o final de março.

“Faremos um esforço para tirar toda a cana no campo. Já definimos manter a moagem até o dia 20 de abril”, aponta o presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos.

A usina da Pindorama, em Coruripe-AL) deve esmagar cerca de 1,2 milhão de toneladas de cana, o que será um recorde na história da unidade. “Realmente essa é uma safra muito complicada do ponto de vista da colheita. Mas não podemos reclamar das chuvas, até porque elas vão ajudar a formar as próximas safras”, reforça Klécio Santos.

O diretor agroindustrial da Usina Caeté, Magno Brito, diz que a moagem será realizada pelo menos até 15 de abril nas duas unidades do grupo em Alagoas (Caeté, em São Miguel dos Campos e Marituba, em Igreja Nova).

“Apesar das dificuldades na moagem, a chuva é sempre bem-vinda. Fizemos ajustes, vamos alongar a moagem e esperamos processar um volume maior de cana do que estimado inicialmente”, aponta Brito.

Na unidade de São Miguel dos Campos, a expectativa inicial para esta safra era de uma moagem de 1,98 milhão de toneladas. Em função das chuvas, a projeção foi revista. “Estamos esperando colher até 2,1 milhões de toneladas. A cana está chegando mais pesada, o que favorece o crescimento da produção agrícola, apesar de termos registrados perdas de 5 a 6 quilos de ATR por tonelada”, pondera Magno Brito.

Alagoas pode deixar de um dois milhões de toneladas de cana no campo na safra 2022/2023 (Foto: Blog do Edivaldo Junior)

Veja aqui o Boletim de Safra do Sindaçúcar-AL: boletim-Comparativo-de-Safras-2022-2023

“Já escolhemos o terreno”: Paulo ‘acelera’ investimentos de R$ 500 milhões em nova fábrica
   20 de fevereiro de 2023   │     20:14  │  12

O governador Paulo Dantas (MDB) reuniu assessores, produtores de leite e os donos da Natville em pleno sábado (18/02) para definir o cronograma de instalação de uma nova indústria de laticínios em Alagoas. Com investimentos estimados em R$ 500 milhões, o município de Batalha foi escolhido para receber a nova unidade da indústria de. O empreendimento vai gerar entre 300 a 400 empregos diretos na região.

O governador Paulo Dantas e a presidente da Natville, Jânea Mota dos Santos Dantas, definiram, com a equipe, uma agenda de trabalho. O objetivo é ‘acelerar’ a instalação da nova indústria, que deve gerar de 300 a 400 empregos diretos.

O governo de Alagoas fará a doação do terreno e concederá incentivos fiscais para o novo investimento da Natville no Estado.

“A área em que a indústria será construída já foi escolhida e a partir de agora vamos acelerar todos os processos para assegurar a empresa condições para a execução do projeto, no menor espaço de tempo possível”, aponta Paulo Dantas. O terreno, segundo o governador, fica entre os municípios de Batalha e Jacaré dos Homens.

A empresa já apresentou protocolo de intenções para a construção do novo empreendimento e o processo será coordenado pela Secretaria da Fazenda.

Reforço

A iniciativa conta com o apoio dos produtores de leite da região. O presidente da Associação dos Ciadores de Alagoas e do Conselho do Sebrae, Domício Silva, avalia que quanto mais indústrias na região, melhor. “A concorrência favorece o produtor, melhorando preços e garantindo o escoamento da produção. Vamos trabalhar junto com o governo para viabilizar a chegada desse novo empreendimento”, aponta.

O prefeito de Batalha, Wagney Dantas, comemorou a chegada da nova indústria no município. “Agradeço ao governador Paulo Dantas pela importante iniciativa. Batalha é referência na produção de leite e esse novo laticínio vai criar novas oportunidades para os produtores, gerando mais empregos e fortalecendo a economia de nossa região”, enfatiza.

Natville vai manter unidade em União dos Palmares

A Nativille opera, atualmente, com plantas em duas cidades de Sergipe e outra na região da mata, em Alagoas.

Durante o encontro, Jânea Mota assegurou ao governador que a Natville vai manter em funcionamento o laticínio do grupo que já está em operação na cidade de União dos Palmares. “Atingimos a capacidade de produção dessa planta, que atualmente é de 150 mil litros por dia. A nova unidade vai produzir outros produtos e faz parte do plano de expansão da nossa empresa em Alagoas”, afirmou.

Paulo Dantas define cronograma para instalação de nova indústria da Natville em Alagoas
(Foto: Marco Antônio / Agência Alagoas)

Versão oficial

Veja texto da Agência Alagoas

Indústria de leite pretende investir R$ 500 milhões em nova unidade em Batalha

Com investimentos de R$ 500 milhões, o município de Batalha deve ganhar uma nova unidade da indústria de laticínios Natville que vai gerar entre 300 a 400 empregos diretos na região. Para estabelecer uma agenda de trabalho para agilizar a instalação da  nova indústria em Batalha, o governador Paulo Dantas e a presidente e fundadora da Indústria de Leite  Natville, Jânea Maria Mota dos Santos Dantas, se reuniram na manhã deste sábado (18) em Batalha.

“Esse é um dia especial porque estamos aqui com a presidente da Natville que pretende trazer para Bacia Leiteira um empreendimento gigante que vai propiciar emprego, renda e deve mudar a realidade da região. Serão entre 300 a 400 empregos, porque cada litro de leite gera um emprego e quanto mais indústrias forem instaladas na região, melhor para os produtores de leite”, enfatizou o governador.

A Natville já tem uma unidade instalada no município de União de Palmares desde 2021 e produz atualmente 150  mil litros de leite  diariamente, e deve chegar a 400 mil litros/dia com a instalação da fábrica em Batalha.

Segundo a presidente da Natville, Jânea Dantas, a proposta é que a unidade de União dos Palmares passe a produzir os sucos, e a futura unidade da Batalha fique responsável pelo processamento dos demais  produtos da marca como leite UHT, integral, desnatado e achocolatados. “Vejo esse momento como um presente de Deus”, expressou Jânea.

De acordo com o gerente de Captação da Natviile em Alagoas, Ricardo Dantas, a Natville capta atualmente 354.000 litros de leite dia em Alagoas e é líder em captação no estado, atendendo mais de 600 produtores diretos ( que tem tanque individual) como também cerca de 42 pontos coletivos de micro produtores, chegando a mais de 400 microprodutores atendidos por meio de associações e tanques coletivos.

“Estamos presentes em 29 municípios do estado de Alagoas. A Natville tem captação no nosso estado Matriz Sergipe, no estado da Bahia e Alagoas, chegando ao total de 900.000 Litros/dia”, pontuou Jânea Dantas.

A empresa tem três fábricas em Sergipe e uma em Alagoas, no município de União dos Palmares. Fundada em 1996, no município de Glória, em Sergipe, como empresa familiar, a Natville – Laticínio Santa Maria – é responsável, hoje, pelo suprimento de laticínios de todo o Nordeste e até do Sudeste do país. Com novas tecnologias, a empresa investe na qualidade de seus produtos, adquirindo máquinas modernas, estrutura ampla e pessoal treinado.

Leia aqui, na integra

Indústria de leite pretende investir R$ 500 milhões em nova unidade em Batalha

Com a ajuda de FF, setor sucroenergético de AL tenta “salvar” etanol em Brasília
   17 de fevereiro de 2023   │     18:25  │  1

Maior setor da economia de Alagoas, a cadeia produtiva da cana-de-açúcar amarga perdas com a nova política de tributação dos combustíveis no Brasil.

As mudanças na legislação do ICMS e a redução a zero do PIS/Cofins na gasolina reduziram a competitividade do etanol no mercado de combustíveis, afetando preços na indústria.

De acordo com os indicadores do Cepea/Esalq, o preço do biocombustível caiu mais de 20% nas usinas de Alagoas desde o início da nova legislação. Em junho de 2022, o valor médio do etanol hidratado na indústria, em Alagoas, estava em R$ 3,5881 por litro e recuou para R$ 2,8763 em janeiro deste ano. Em setembro do ano passado, mês que marca o início da safra no Estado, o etanol foi comercializado em média a R$ 2,1723 pelas usinas, menor valor registrado no período.

A queda de preços ocorre num momento em que, segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL) as empresas apresentam aumento com insumos e mão de obra.

“A perda de competitividade do etanol afeta toda a cadeia produtiva, reduzindo faturamento num momento em que os custos têm alta significativa”, pondera o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.

Para tentar diminuir o impacto negativo da atual política tributária na agroindústria, dirigentes do setor sucroenergético de Alagoas foram a Brasília, na última semana, defender a adoção de medidas para assegurar a competitividade do etanol ante a gasolina.

Atualmente, o valor médio de revenda (para o consumidor final) do biocombustível no Brasil está em R$ 3,80 por litro, enquanto o combustível fóssil tem média de R$ 5,08. A proporção hoje do etanol é de 75% do valor da gasolina, quando o mercado considera ideal um percentual, no máximo, de 70%.

A “perda” de competitividade do etanol ante a gasolina se acentuou a partir de junho de 2022, quando o PIS/Cofins está zerado sobre etanol hidratado e anidro, além da gasolina.
A nova legislação, que deveria vigorar até 31 de dezembro, foi prorrogada pelo atual governo até o dia 28 deste mês.

Anteriormente, a gasolina tinha valor maior de PIS/Confins do que o etanol, o que dava ao biocombustível maior competitividade. Como as alíquotas foram zeradas para os dois combustíveis, o fóssil passou se tornar mais atrativo.

Para retomar a competitividade do etanol, representantes das empresas do setor de Alagoas e de outros Estados do Brasil defendem, entre outras medidas, que seja aprovada pelo Congresso Nacional emenda do senador Fernando Farias (MDB). A proposta mantém zerado PIS/Cofins até o final deste ano para o etanol e prevê que o governo retome a taxação da gasolina.

“Essa emenda representa a volta da competitividade do etanol, um combustível mais limpo, ecologicamente correto, que gera empregos e desenvolvimento em todo o Brasil”, Pedro Robério Nogueira.

Para o presidente do Sindaçúcar-AL, a aprovação da emenda de “FF” assegurando a recuperação da competitividade pode “salvar” a produção de etanol este ano. “Essa medida será suficiente para equilibrar os custos de produção durante a atual safra, dando espaço para que o governo e o setor produtivo encontrem meios para manter o biocombustível como importante matriz energética a partir das próximas safras”, aponta.,

Encontros

Na semana passada, empresários e líderes do setor sucroenergético participaram re reuniões com os senadores Fernando Farias (MDB-AL), Renan Calheiros (MDB-AL), presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro dos Transportes, Renan Filho.

Por intermédio do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar/AL), o encontro contou a participação expressiva de gestores das unidades produtoras de Alagoas, além de representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal), da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea) e de representantes de sindicatos de indústrias dos Estados de Pernambuco, Minas Gerais e de Goiás.

“Foi um grande encontro de setor, onde tratamos pleitos imediatos. Deste modo, também solicitamos atenção para o ajuste na oneração do etanol e da gasolina no que diz respeito a regras para o PIS e Cofins”, relatou Pedro Robério.

Estradas

Na Esplanada dos Ministério, a comitiva de industriais pôde apresentar suas demandas ao ministro dos Transportes, o alagoano Renan Filho. O setor produtivo solicita obras de melhorias nos acessos às usinas que ligam às rodovias da região Nordeste, além de mudanças na legislação para transporte de cana-de-açúcar em rodovias federais.

“Com as melhorias das estradas, muito se pode avançar no abastecimento de cana como na saída dos produtos industrializados de açúcar e etanol. Nesta missão em Brasília expressamos nossas boas vindas e as pautas do setor foram bem recebidas”, destacou o líder do Sindaçúcar/AL.

Fernando Farias, com Pedro Robério e Renan Filho (foto: divulgação)

Empresários e líderes do setor sucroenergético de Alagoas durante reunião no Ministério dos Transportes (foto: divulgação)

Em defesa do setor mais importante da economia de AL: a primeira emenda de FF no Senado
   7 de fevereiro de 2023   │     12:43  │  1

A primeira emenda de Fernando Farias (MDB-AL) foi apresentada na sexta-feira (03/02), apenas um dia depois que ele assumiu a vaga em substituição ao senador Renan Filho – que se licenciou para  reassumir o Ministério dos Transportes.

Na proposição, “FF” sai em defesa do setor mais importante da economia de Alagoas – o sucroenergético.

O senador apresentou emenda à Medida Provisória nº 1.157, de 1º de janeiro de 2023, prorrogando a isenção de PIS e Cofins para etanol e  GNV.

O objetivo é tornar o biocombustível mais competitivo ante a gasolina.

“Como a alíquota zero para gasolina e derivados se encerra em 28 de fevereiro de 2023, a extensão do benefício fiscal para o álcool aumentaria o diferencial desejado em favor do combustível menos poluidor, a um custo pequeno se comparado aos gastos referentes à prorrogação do benefício para a gasolina. O segundo objetivo vai na mesma linha de incentivar o uso de
combustíveis ecologicamente mais sustentáveis, em detrimento dos combustíveis fósseis.”, justifica o senador.

Em relação ao GNV, “a extensão do benefício ao gás natural veicular teria o mérito de estimular a migração para esse combustível, em consonância com a própria indústria de caminhões, que vem aumentando a fabricação de veículos movidos a GNV”, explica Fernando Farias.

Outro ganho é o ambiental: “Com a redução dos o uso de combustíveis fósseis, ajudamos a frear o aquecimento do planeta e diminuir a ocorrência de catástrofes climáticas, como ondas de calor, incêndios e secas severas, demandam a redução no uso de combustíveis. Uma ação fundamental é tornar os transportes mais limpos reduzindo a utilização de gasolina e petróleo

Cabe salientar que além de renovável, o álcool ou etanol é também uma fonte de energia mais limpa. Isso porque sua produção emite até 80% menos de gases de efeito estufa (GEE) – como dióxido de carbono (CO2), gás metano (CH4) e óxido nitroso (NO2), quando comparado à gasolina. Dentre as vantagens de optar pelo etanol, estão: A Menor emissão de gases poluentes quando comparado aos combustíveis fósseis;”, reforça o senador em sua justificativa.

A emenda de “FF” recebeu o apoio de representantes do setor sucroenergético de Alagoas. “Além de ser um combustível mais limpo, o etanol gera empregos e movimenta a economia de dezenas de cidades em Alagoas.  A emenda do senador Fernando Farias atende pleito do nosso setor e ajudará a proteger uma cadeia produtiva que somente em Alagoas emprega mais de 50 mil pessoas”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira.

Fernando Farias e Pedro Robério, em encontro no Senado (Foto: divulgação)

Alagoas corre ‘risco’ de deixar cana no campo na safra 2022/2023
   25 de janeiro de 2023   │     22:15  │  0

A safra de cana-de-açúcar 2022/2023 é uma das mais atípicas que se tem notícia na história do setor em Alagoas.

Produtores de cana com mais de 50 anos de experiência não lembram de ter visto um ano mias chuvoso na zona canavieira que o de 2022. Os índices passam dos 3 mil milímetros em vários municípios produtores no Estado.

De um lado o excesso de chuvas no inverno e os índices acima da média no verão ajudam a projetar um aumento de produção na próxima safra. Do outro, deve provocar uma perda inesperada. Em algumas unidades existe risco de sobrar cana em pé.

Na região sul do Estado, as usinas Coruripe e Pindorama devem estender a moagem até meados de abril de 2023 para tentar moer toda a cana que ainda não foi colhida, tanto das indústrias quanto de seus fornecedores.

Na Pindorama, a safra será alongada em mais de 30 dias, se comparado com o ciclo anterior. “A última safra terminamos no começo de março. Esta deve se estender até onde for possível e calculamos como prazo máximo 15 de abril”, aponta Klécio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama.

A usina moeu na safra passada 1,06 milhão de toneladas de cana e deve esmagar 1,2 milhão de toneladas nesta safra, em crescimento de 13%. O volume poderia ser maior. “Infelizmente registramos paradas de 23 dias durante esta safra porque não foi possível cortar cana em função das chuvas. Não fosse isso, nossa safra seria ainda maior”, explica Klécio.

Nas outras regiões do Estado, o rimo não é diferente. No norte, onde as chuvas causaram mais interrupções na moagem do que outras regiões, a safra também vai até meados de abril. Apesar do esforço das usinas, Alagoas segue correndo o ‘risco’ real de deixar cana no campo – algo entre 200 mil e 300 mil toneladas em todo o Estado, com sobras maiores em determinadas regiões.

Mesmo com esse cenário, o Sindaçúcar-AL mantém a estimativa de crescimento para o ciclo, apostando numa safra de 19,5 milhões de toneladas de cana no Estado.

Recuperação

A safra atual ainda é de recuperação. O “fundo do poço” do setor sucroenergético de Alagoas foi registrado na safra 2017/2018, com moagem de 13,7 milhões de toneladas – a menor em décadas.
As safras seguintes foram de retomada. A meta é voltar aos patamares históricos com médias de 25 milhões de toneladas de cana por moagem no Estado.

O setor fechou a safra 2021/2022, em abril do ano passado, com um volume de 18,3 milhões de toneladas de cana esmagadas, em crescimento de 6,9% ante a safra anterior quando foram esmagadas 17,037 milhões de toneladas.

A safra 2022/2023 mantém o ritmo de retomada, apesar de todos os problemas ocasionados pelas chuvas atípicas de verão. “Continuamos apostando numa safra em torno de 19,5 milhões de toneladas”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas, Pedro Robério Nogueira.

Alagoas deve deixar “cana em pé” na safra 2022/2023 (foto: Blog do Edivaldo Junior)